11/07/2007

População: Portugal com menos 4.100 bebés no ano passado - INE

Lisboa, 11 Jul (Lusa)




- Em 2006, nasceram em Portugal menos 4.100 bebés que no ano anterior, números que colocam as taxas de natalidade e fecundidade aos níveis mais baixos desde que há registos, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística.
De acordo com os dados, divulgados pelo jornal Público a propósito do Dia Mundial da População, que hoje se assinala, no ano passado nasceram em Portugal 105.351 bebés, menos 4.106 do que em 2005, tendo o número médio de filhos por mulher caído de 1,41 para 1,36.
Segundo o INE, o período entre 1987 e 2006 caracteriza-se por um decréscimo da taxa de natalidade (número de nados-vivos por mil habitantes) de 12,2 para 10, por um adiamento da maternidade e pelo declínio da fertilidade.
Se no início do período em análise os valores mais elevados das taxas de fecundidade se verificavam nos grupos etários 20-24 e 25-29 anos, nos dois últimos anos é no grupo dos 30-34 anos que esta taxa é mais expressiva.
Com o número médio de filhos a situar-se nos 1,36, Portugal afasta-se mais da média europeia que em 2005 era de 1,52 filhos por mulher fértil.
Por outro lado, estes valores aproximam, segundo o Público, Portugal do cenário mais pessimista traçado pelo INE de que em 2050 o país terá perdido um quarto da sua população, passando para 7,5 milhões de pessoas.
CFF
Lusa/Fim

In: http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/M7elvtxcE6XtrvqTMP0stA.html


Falta acresentar uns quês e porquês a esta notícia:
- A primeira refere-se às dificuldades enfrentadas por casais/mulheres com dificuldades a nível de fertilidade.
Até aos 39 anos ainda é possível a uma mulher fazer tratamentos de fertilidade com o apoio do estado(embora todos saibamos que esses apoios são precários). A partir dessa idade considera-se que a fertilidade da mulher já decaiu bastante, pelo que se esta quiser tentar ter um filho e necessite de apoio a nível de fertilidade, terá que gastar fortunas ainda maiores do que as que gastaría antes dos 39 anos. Ora todos sabemos que noutros tempos, os nossos avós tinham filhos aos 40 e mais anos e que noutros países os tratamentos de fertilidade são feitos até mais tarde.É certos que existem alguns riscos nessas gravidezes, mas com os meios médicos e tecnológicos que hoje existem os perigos podem ser minimizados.
-A segunda refere-se às dificuldades financeiras e ao quanto custa educar uma criança neste país.
Os rendimentos familiares são baixíssimos, as familias passam cada vez mais por dificuldades relacionadas com o desemprego, empregos precários e falta de apoios. O próprio abono de família tem um valor vergonhoso. Naturalmente que todos os pais querem o melhor para os seus filhos, mas se passam por dificuldades que se relacionam com a sua própria sobrevivência, como terão condições para ter filhos?
- A terceira tem a ver com a nova regra em que um pai/mãe que tenha um filho com 10 anos que adoeça, já não tem direito a dar-lhe apoio na doença, pois uma criança dessa idade já tem condições para ir ao médico sózinho, já tem autonomia suficiente para se tratar/medicar...Pergunto se os filhos dos srs. ministros e afins também se tratam sózinhos quando estão doente? Ou será que têm as mães em casa porque não necessitam trabalhar porque os vencimentos dos maridos e/ou familiares são excelentes ou porque têm condições para terem empregadas e casa que os substituem nos seus papéis?
Para além disso existe a questão dos atestados médicos, que todos sabemos que a partir dos 30 dias começam a descontar em tempo de serviço ao trabalhador, prejudicando-o na sua carreira profissional. Todos sabemos que existiram e ainda existem atestados que não são verdadeiramente por doença, mas é injusto "pagar o justo pelo pecador". Certamente que se quiserem, têm maneiras para detectar esses casos. Façam-no e deixem de perseguir quem nunca falta, quem passou um ano a matar-se a trabalhar e que de repente teve um azar (muitas vezes por ter trabalhado demasiado outras porque tem um filho que adoece...) e tem mesmo que faltar.
- A quarta prende-se com a falta de vagas nos infantários do estado, o que obriga aos pais a pagarem fortunas em privados, com mais ou menos condições, pois o preço também depende disso e por vezes é impossível pagar aos melhorzinhos, pois o orçamento familiar não chega.

- A quinta tem a ver com a falta de tempo que os pais têm disponível para estar, conversar, passear, educar,...os seus filhos, uma vez que muitas vezes saem bem cedo de casa, deixando os filhos em casa dos avós (graças a Deus que a nossa cultura ainda não mudou por completo), das amas ou nos infantários, e voltam a casa tardíssimo depois de um dia de trabalho estafante seguido de outra estafa até conseguir chegar a casa. Pouco mais tempo resta senão para fazer o jantar, comer e dar de comer e deitar a criancinha que muitas vezes até adormece depois dos pais, porque estes quebraram enquanto lhes tentavam ler uma estória antes de dormir.

Para terminar, conto-vos uma estória de uns amigos jovens que se viram obrigados a emigrar para a Irlanda porque em Portugal não arranjavam empregos e tinham uma filha para educar.
Primeiro foi ele trabalhar para uma fábrica de frangos. Passados uns meses ela foi com a filha fazer-lhe uma visita e verificar a sua adaptação ao local.
Dois meses depois lá foi ela e a filha para junto do marido/pai e viver temporáriamente em casa de um casal amigo até terem uma casa disponível para eles. Não demorou muito a que o Council lhes desse uma casa e todos os apoios. Passados cerca de 2 meses ela já trabalhava na lavandaria de um hospital. Mesmo sabendo pouco inglês, recebeu todo o apoio dos colegas irlandeses, tendo-se adaptado muito bem ao trabalho e à nova lingua.
Como no momento ainda não tinham infantário para a menina, a mãe trabalhava só de manhã, período em que o pai estava e casa e estava em casa de tarde, no período e que o pai trabalhava. Num período em que a mãe necessitou trabalhar o dia inteiro para fazer férias da chefe de serviço, imediatamente arranjaram uma ama portuguesa para cuidar da criança durante aquele período.
Já estão os dois com efectivos nos empregos, a sua vida melhorou bastante, têm a casinha mobilada, até por também receberam apoio pra tal, já conseguiram comprar uma carrinho, a irmã dela, uma jovem também cá desempregada, foi pra junto deles e também já está a trabalhar e feliz. E para terminar "engravidaram" de novo e vão ter o outro filho que tanto desejavam com todo o apoio e segurança. Só posso dizer sentidamente: Parabéns meus amigos por terem tido a coragem de dar o salto, de saírem deste país e DESEJO-VOS TODA A FELICIDADE DO MUNDO!
E não vale a pena dizer mais nada pois basta-nos pensar e olhar à nossa volta, mas mesmo assim digo que nenhum povo cresce, evolui, é saudável, é feliz, se reproduz... se não lhe forem dadas as condições para tal, e o governo tem obrigações sociais, humanas, económicas e políticas para fazer com que o povo do seu país seja feliz!
LAUMALAI


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