Louçã acusa projectos de Tróia de dificultarem acesso às praias e prejudicarem ecossistemas 14.07.2007 - 15h35 Lusa
O líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, responsabilizou hoje o Governo pela viabilização de condomínios de luxo na península de Tróia e no Litoral alentejano, que “dificultam o acesso às praias e põem em risco os ecossistemas costeiros”.
“Estes interesses imobiliários em toda a península de Tróia, com 50 quilómetros de praias, dão a ideia de como os interesses económicos têm pisado os direitos das pessoas”, disse Francisco Louçã, defendendo a necessidade de “um urbanismo que não permita que seja só para alguns aquilo que é de todos”.Francisco Louçã falava aos jornalistas durante uma acção de rua, que também contou com as presenças de Alda Macedo, Fernando Rosas e Mariana Aiveca, no âmbito da campanha do Bloco de Esquerda sobre as alterações climáticas, em que os bloquistas colocaram um “cavalo de Tróia” na península com o mesmo nome em protesto “contra os condomínios de luxo que põem em risco os ecossistemas costeiros e dificultam o acesso da população às praias”.Com cerca de dois metros de altura, o cavalo de Tróia foi transportado em ombros pelas ruas da baixa de Setúbal, da Praça do Bocage até ao cais de embarque dos “ferry-boats”, de onde seguiu para a península de Tróia para ser colocado junto aos prédios construídos junto à futura marina, em fase de construção.“Trata-se de uma iniciativa integrada na nossa campanha em torno das alterações climáticas, em que um dos grandes problemas com que estamos confrontados é a subida do nível do mar”, disse a deputada do BE Alda Macedo.Pressão imobiliária fragiliza costa“A nossa costa está particularmente frágil por causa do excesso de pressão do imobiliário e aquilo a que estamos a assistir é a um agravamento desta pressão imobiliária, que favorece os negócios associados ao turismo”, acrescentou Alda Macedo.O cavalo de Tróia que foi colocado na margem esquerda do rio Sado simboliza a contestação dos bloquistas ao que dizem ser “grandes empreendimentos imobiliários disfarçados de projectos turísticos”, como é o caso do Tróiaresort.“O Tróiaresort, que foi dos primeiros projectos a serem licenciados, em 2005, é na verdade um grande empreendimento imobiliário”, disse Alda Macedo, advertindo para as consequências negativas destes grandes empreendimentos imobiliários para as pessoas e para o ambiente.“Por um lado agravam o que os planos de ordenamento da orla costeira reconhecem como uma necessidade – diminuir a pressão na orla costeira –, e por outro privam a população de um acesso fácil e directo ao usufruto das praias e da paisagem”, conclui a deputada do BE.Durante a tarde, o Bloco de Esquerda promove outra acção de rua integrada na campanha sobre as alterações climáticas na Costa da Caparica, que designou como “Inauguração de um projecto PIN - Hotel flutuante 7 estrelas”, que pretende ser uma alerta para o avanço do mar nas zonas costeiras.
In: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1299462&idCanal=12
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