23/07/2007

"Eleições intercalares fora de questão" afirma Ramos-Horta

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, declarou hoje que a terceira ronda negocial para a formação de governo foi inconclusiva mas excluiu a realização de eleições intercalares.
José Ramos-Horta afirmou que a reunião entre os líderes dos partidos com assento parlamentar "não produziu nenhum nome para primeiro-ministro nem o partido que formará governo".
O Presidente continuará as consultas com os partidos hoje à tarde (início do dia em Lisboa) e amanhã, porque pretende anunciar a solução para o impasse político na próxima quarta-feira.
"A eleições antecipadas, eu diria como os meus amigos franceses, `hors de question`, fora de questão", declarou o Presidente da República quando interrogado sobre a hipótese de eleições legislativas no início de 2008.
A Fretilin, o partido no poder, venceu as eleições de 30 de Junho sem maioria absoluta e uma coligação de quatro partidos da oposição reclama formar ou liderar o IV Governo Constitucional.
O Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), a coligação Partido Social Democrata/Associação Social Democrática Timorense (PSD/ASDT) e o Partido Democrático formaram a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) e recusam incluir um governo liderado pela Fretilin.
José Ramos-Horta repetiu hoje que a sua preferência vai para "um governo de grande coligação, ou grande inclusão".
"Há pontos de discordância e pontos de aproximação. Ainda há dúvidas sobre as vantagens e a viabilidade de um governo de grande inclusão mas também todos têm consciência de que cada elemento em si, ou a Fretilin ou a AMP, não reúne condições políticas para garantir uma governação estável e estabilidade neste país".
"Não havendo estabilidade, não é possível falar-se em recuperação económica", acrescentou o chefe de Estado.
Zacarias da Costa, presidente do Conselho Nacional do PSD, afirmou à agência Lusa no final da reunião de líderes que "para a Aliança o primeiro valor é a democracia, não é a estabilidade".
No final das três rondas negociais, o Presidente da República tem três opções: decidir por um governo liderado pela Fretilin; convidar a AMP a formar governo; propôr à Fretilin e à AMP que dividam a legislatura a meio, exercendo cada uma o poder durante dois anos e meio.
Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, Arsénio Bano, novo vice-presidente do partido, e Xanana Gusmão, presidente do CNRT, não prestaram declarações à saída da reunião.


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2007-07-23 08:40:01

Entretanto, e enquanto estes senhores andam todos a discutir entre si, sobre quem tem direito ao poder, a instabilidade volta às ruas de Timor.
Sim, é verdade! Ontem aconteceram distúrbios em Ermera e sabe-se lá mais onde. Esta noite houve de novo distúrbios em Dili, junto ao heliporto (onde se situava antigo aeroporto de Dili e onde irá ser construído o Palácio Presidencial) e no Delta Comoro, provocados por grupos rivais de jovens, deixando novamente a população com medo e tendo sido aconselhado a permanência em casa depois das 20h.
Mais uma vez se verifica que o poder político é o verdadeiro responsável pela instabilidade entre a população. Além do problema ainda existente com Alfredo Reinado e outros, ainda vem também esta indefinição/indecisão sobe quem forma governo?
Num País democrático, quem ganha as eleições é convidado a formar Governo. Se conseguir coligações com a oposição, melhor para ele e para a sua governação, que será certamente mais estável. Se não conseguir as tais coligações terá que governar em minoria, com a oposição sempre em "cima", a tentar bloquear, e com o Presidente a tentar equilibrar de modo a que não haja exageros de parte a parte. Logicamente que um Governo nestas condições terá menos probabilidades de chegar ao fim do seu mandato, embora não seja impossível. Tudo dependerá das conversações que for mantendo com a oposição.
Se o Governo cair, o Presidente decidirá sobre se o melhor para o País será pedir à oposição para formar governo ou se deverá convocar novas eleições (normalmente é a primeira hipótese e só se esta não resultar se seguirão para as eleições). Mas penso que o que escrevi não é novidade nenhuma para quem vive em países com regimes democráticos.
Logicamente que Timor ainda se está a habituar à democracia, mas também é demasiado evidente, que o grande problema de Timor é o jogo de interesses pessoais, que estão a levar o País até ao caos.
Espero que bem depressa, alguém tome consciência disso e se dedique à governação do País, com alma e coração, apenas com o objectivo de fazer de Timor o Sítio do Sol Nascente, onde todos vivem em paz, com alegria, amor, bem estar e muita, muitíssima prosperidade.
Laumalai

2 comentários:

António Veríssimo disse...

Olá Laumalai

A proposito do senhor Calcona que me perguntava no Página Um, houve um amigo que anónimo que explica tudo sobre o referido senhor. Passo a transcrever:
"O Senhor Calcona trabalhava no Hospital dr Carvalho como cozinheiro. Era muito afavel e que eu saiba nunca ninguem falou mal dele. Ja faleceu, mas deixou filhos e creio que alguns enfermeiros reformados aqui em Timor ou antigos funcionarios do regime colonial portugues ainda se devem lembrar desse bom homem. Ele veio ca na companhia de outros dois ex-alunos salesianos, um deles alfate de apelido Carocho e ja falecido. Talvez os padres salesianos aqui em Timor possam informar os familiares do Senhor Calcona em Portugal sobre quem sao e como se chamam os filhos do Senhor Calcona."

Um abraço

A. Veríssimo

Ângela Carrascalão disse...

Laumalai,



Encontrei-me hoje de manhã com uma das filhas do Sr. Calçona que me deu a informação de que o pai falecera em 1999, vítima de ataque cardíaco.

Eram doze irmãos dos quais estão vivos 9:

1. Francisco Rodrigues Calçona – mais velho
2. Zulmira Fátima Calçona
3. Maria de Fátima Calçona
4. Jaime de Jesus Calçona
5. Vitorino de Jesus Calçona
6. Lígia Correia Calçona
7. Vitorina de Jesus Calçona
8. Letícia Correia Calçona – vive em Bogor, Indonésia
9. Lindalva Correia Calçona

A Maria de Fátima disse-me que o Sr. Calçona falava do senhor Jacinto César.
Eles também sabem que têm um irmão mais velho em Portugal que eles obviamente não conhecem.
A família de Timor ficou muito satisfeita com o interesse da família em Portugal e gostaria de entrar em contacto com eles.
Para o efeito, envio o número do telefone do marido da Maria de Fátima, o sr. João Faria da Silva: + 670 726 21 38

Se a família em Portugal quiser enviar-me algum contacto para ser entregue aos irmãos Calçona, pode fazê-lo para o meu email: macarrascalao@myself.com

Um abraço,
Maria Ângela Carrascalão