São inúmeras as lendas timorenses em que uma bilha ou qualquer outro vaso de barro adquire, representa ou surge como um elemento mítico significativo. É essa bilha ou recipiente de barro, contentor por excelência da água sagrada que, ao ser quebrado, provocará a imolação catastrófica da comunidade de que escapará, apenas o elemento consagrado, deificado, e a partir dele, o elemento estruturante da organização social e política da comunidade, como antepassado mítico e cabeça de nova linhagem.
A cerâmica está, assim, intimamente ligada aos mitos da origem das comunidades timorenses, do seu aparecimento e instalação no território, integra-se na própria antroponímia mitológica da origem das linhagens. Isto é, quanto a nós, uma prova segura da sua antiguidade na ilha.
É esta mesma realidade que se extrai de algumas narrativas míticas onde a personagem principal toma o nome de uma peça de cerâmica sagrada – Kussi – tal como num conto de Ainaro. Na narrativa, “Ina-Cússi Rai-Boça Ina-Liurai”, isto é, “Mãe-Bilha Desde-o-Princípio Mãe de Liurais”, dá à luz dois filhos que, depois de inúmeras peripécias e feitos extraordinários, são proclamados liurais. A panela ou bilha é aqui tomada simbolicamente no sentido de contentor geral e universal, tal como a terra-mãe. Neste caso, a bilha-mãe surge como mãe e origem da linhagem.
Outras vezes, a cerâmica aparece expressamente referenciada como elemento sacralizado e de contornos totémicos, nas narrativas dos itinerários sagrados e de origem de certos clãs do leste de Timor, que aí arribaram em épocas míticas, transportando consigo os Kussu – vasos totémicos de cerâmica – contendo as sementes de plantas que depois espalharam por Timor. Estes Kussu encontram-se, aliás, em muitas casas sagradas – Uma Lulik – que existem em Timor Oriental, desde a ponta leste às terras da fronteira.
A cerâmica está, assim, intimamente ligada aos mitos da origem das comunidades timorenses, do seu aparecimento e instalação no território, integra-se na própria antroponímia mitológica da origem das linhagens. Isto é, quanto a nós, uma prova segura da sua antiguidade na ilha.
É esta mesma realidade que se extrai de algumas narrativas míticas onde a personagem principal toma o nome de uma peça de cerâmica sagrada – Kussi – tal como num conto de Ainaro. Na narrativa, “Ina-Cússi Rai-Boça Ina-Liurai”, isto é, “Mãe-Bilha Desde-o-Princípio Mãe de Liurais”, dá à luz dois filhos que, depois de inúmeras peripécias e feitos extraordinários, são proclamados liurais. A panela ou bilha é aqui tomada simbolicamente no sentido de contentor geral e universal, tal como a terra-mãe. Neste caso, a bilha-mãe surge como mãe e origem da linhagem.
Outras vezes, a cerâmica aparece expressamente referenciada como elemento sacralizado e de contornos totémicos, nas narrativas dos itinerários sagrados e de origem de certos clãs do leste de Timor, que aí arribaram em épocas míticas, transportando consigo os Kussu – vasos totémicos de cerâmica – contendo as sementes de plantas que depois espalharam por Timor. Estes Kussu encontram-se, aliás, em muitas casas sagradas – Uma Lulik – que existem em Timor Oriental, desde a ponta leste às terras da fronteira.
José D. C. Arez
1 comentário:
Olaria. Gostoooooooooooooooooo.
Quando for grande vou fazer coisas nitas.
beijocassssssssssssssssss
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