07/06/2007

Línguas de Timor-Leste I

Grupos étnicos
A ilha de Timor foi, primeiramente, povoada pelos povos papua, cerca de 7000 a.C., e pelos povos austronésicos, aproximadamente 2000 anos a.C., tendo, posteriormente, sido abordada por outros povos em migração entre a Ásia e a Austrália e os arquipélagos do Pacífico. A diversidade geográfica da ilha, as guerras internas entre povos e a consequente integração de subgrupos em outros grupos étnico-linguísticos provocaram uma diversidade cultural e linguística no território, de tal forma que, hoje, dificilmente se podem identificar e territorializar os diferentes grupos étnicos. Um único grupo pode actualmente falar até cinco línguas diferentes, da mesma forma que uma mesma língua pode constituir a forma de expressão de vários grupos étnicos. Se atendermos apenas às características linguísticas dos povos, são reconhecíveis cerca de 20 grupos principais em Timor-Leste e um número mais reduzido de dialectos.
A grande maioria das línguas timorenses filia-se na
família austronésica, ou malaio-polinésia, muito provavelmente difundida graças à ocupação proto-malaia da Insulíndia e ilhas do Pacífico. Outras línguas, como o búnaque, o fataluco e o macassai possuem, provavelmente, raízes nas línguas papuas.
A necessidade de comunicação entre povos, especialmente com fim a trocas comerciais, originou, ao longo dos tempos, a eleição de
línguas francas. É neste sentido que deve ser compreendida a expansão do tétum, língua original dos Belos, divulgada pela sua conquista da parte leste da ilha de Timor.

Naturalmente, a evolução linguística e as diferentes ocupações do território têm vindo a provocar o desaparecimento de algumas línguas, absorvidas por outras de maior expressão ou reduzidas a minorias circunscritas. Desde meados do século XX até hoje, as principais línguas timorenses têm mantido uma percentagem de falantes semelhante ou manifestado uma tendência para a diminuição, como é o caso do tocodede e do quémaque. Apenas o tétum manifesta uma tendência para crescer, sabendo-se, inclusive, que, não obstante o facto de apenas 23% da população actual o considerar como primeira língua, mais de 80% da população o utiliza como a sua língua veicular.


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