19/05/2007

A Carta escrita por Xanana





















Algum tempo depois, Konis Santana foi assassinado pela sua gente porque estes tinham medo de perder poder ou de não conseguir uma posição de relêvo num futuro governo...
O sr. Joao José Rodrigues escreveu um comentário no timor online, que chama a atenção para o contexto histórico em que foram escritas:
"Desejo agradecer a publicacao destas cartas e sugerir que, em atencao aos leitores do exterior, divulguem um texto situando-as no seu contexto historico. Os timorenses certamente sabem dar-lhes o devido valor, pois estiveram perto dos acontecimentos que as envolveram. O mesmo nao acontece com pessoas geograficamente distantes, para as quais ficam faltando elementos de analise.E' muito importante que os patriotas timorenses comecem a trazer a publico informacao documentada sobre fatos verificados durante a luta pela restauracao da independencia nacional. Deste modo, nao se podera negar a verdadeira dimensao do papel desempenhado pela FRETILIN no passado e sera melhor compreendida a coerencia da sua atuacao neste momento.O conhecimento da teia de ambicoes representadas por figuras como Xanana Gusmao, Jose Ramos-Horta e os dois bispos catolicos ajudara a perceber as causas reais da sangrenta tentativa de golpe de estado em 2006. Na media internacional surgem indicios de que a atual onda de violencia contra militantes e simpatizantes da FRETILIN e'um prolongamento deste plano de assalto ao poder.Informacoes sobre estes personagens e suas ligacoes internas e externas servira de alerta para evitar mais uma tragedia sobre Timor-Leste. A opiniao publica nao tem fronteiras e por diversas vezes ja se mostrou efetiva na luta solidaria contra ditaduras e opressores."
Ainda bem que a FRETILIN não seguiu os conselhos de Xanana. Graças a isso, com a força da FRETILIN e a ajuda de Portugal, Timor é hoje uma Nação Independente.
No entanto não deixo de estar apreensiva em relação ao futuro, tendo em conta o presente que temos em mãos.
PROSPERIDADE E PAZ PARA TIMOR é o meu desejo.


Laumalai

3 comentários:

Anónimo disse...

Laumalai

Muito obrigado por ter incluido o Página Um nos seu rol dos merecidos. Foi uma boa gentileza.
Por Timor, sempre estaremos de acordo.

Cumprimentos

PS - Já agora, aproveito para lhe agradecer em nome do colectivo da Fábrica dos Blogs", responsavel pelo "Timor Lorosae Nação", de que eu também faço parte, e que foi igualmente por si contemplado.
Obrigado!

Felicidades!

Anónimo disse...

Laumalai levou algum tempo a mostrar as suas verdadeiras cores mas agora esta claro o que e'.

E' lamentavel ver que aqui se repetem as campanhas porcas e desonestas para sujar o nome de Xanana Gusmao.

Deixo aqui alguns comentarios postados no Timor Online que tambem usou desonestamente esta carta. Um dos cometarios e' precisamente da paula Pinto, esposa do Roque Rodrigues. Leia que e' bastante esclarecedor.
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Estimado Malai Azul,

Com todo o respeito pelo incansável trabalho informativo que tem vindo a ser realizado noBlog Timor Online, não posso deixar passar em vão a forma como esta carta é colocada neste 'site'.

Se repararem, a carta está assinada e datada: 24 de Novembro de 1992. Ou seja, 2 dias após a captura de Xanana Gusmão.

Como é de todos sabido, para além desta carta, também a televisão estatal indonésia transmitiu uma entrevista em que Xanana Gusmão, afirmava o mesmo que nesta carta. Essa entrevista foi transmitida em todo o mundo, nomeadamente em Portugal, pela RTP.

Qualquer pessoa que seguiu a situação de Timor-Leste naquele período conhece as razões porque estas afirmações foram feitas E EM QUE CONDIÇÕES. E, mais importante ainda, a liderança da luta no interior sabia que isto ia acontecer e estava preparada para o que o regime, os militares e a secreta indonésios iriam preparar através de Xanana Gusmão. Como é óbvio, esta carta não surtiu qualquer efeito na liderança no interior. Bastará ver a forma como Xanana Gusmão termina a carta e compará-la com todas as restantes que escreveu a qualquer um dos elementos do comando da luta armada ou clandestina para comprovar que não se tratava de uma carta escrita de livre vontade. Nas cartas surge sempre uma forma calorosa de despedida ... ao contrário desta.

Não creio que seja curial ou íntegro colocar esta carta com os comentários e o sentido de dúvida com que o fazem.

Independentemente das críticas que possam ser feitas ao mandato do Presidente Xanana Gusmão – que qualquer cidadão tem o direito de apresentar e argumentar – não se podem transpor as mesmas para toda a vida de Xanana Gusmão. E muito menos num momento em que se encontra preso e em Jacarta!

Xanana Gusmão desempenhou um papel valioso e merecedor de todo o respeito durante a luta de libertação que não deve ser achincalhado ou desrespeitado.

Da mesma forma que não posso aceitar a demonização que foi e continua a ser feita de Mari Alkatiri, não posso aceitar que seja feita semelhante demonização de Xanana Gusmão. Os homens cometem erros ... qualquer um, mesmo aqueles que mais respeitamos e admiramos.

Por outro lado, Konis Santana NÃO foi morto pelos indonésios. Morreu de doença o que poderá ser confirmado por qualquer membro da então direcção das Falintil.

Parabéns pelo primeiro aniversário do Blog! Não tem sido um trabalho fácil mas espero que continuem a realizá-lo.

Paula Pinto

Quinta-feira, Maio 17, 2007 5:27:00 AM

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h correia said...

Concordo com Paula Pinto. Esta carta não tem credibilidade, por ter sido escrita sob prisão indonésia.

No entanto, a fazer fé na sua data, ela foi indubitavelmente escrita em Dili, pois só no início de 1993 Xanana foi levado para a Indonésia, depois de um pseudo-julgamento na capital timorense.

Quinta-feira, Maio 17, 2007 7:56:00 AM
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Anónimo said...

Disgusting! Voce e' mesmo uns incorrigiveis nao sao?

O que a Paula Pinto escreve e' do comhecimento de todos que estejam minimamente a par da historia de Timor.

Sera que voces nao se aperceberam ainda que quantos mais ataques desonestos fazem a Xanana e/ou Ramos Horta pior fica a vossa propria imagem?

Sera que voces nao tem nenhum amigo/a que vos diga isso?

Depois de uma grande derrota nao e' com estas tacticas que vao ganhar mais popularidade. Pelo contrario.

MS

Quinta-feira, Maio 17, 2007 8:19:00 AM

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Anónimo said...

Dear Malae Azul,

I am very happy the way you have transmitted information to public through this blog. I was 12 years old when this letter came out, the Indonesian "FORCED" Xanana to write a letter to call for Falintil to surrender. This letter was printed in huge number of copies and distributed around the country. I also watch TV where Xanana was reading this letter accompanied by Abilio Osorio, the former Tim-Tim governor. I saw Xanana on TV reading this letter not from his "Heart", and the letter did not affect my vision for liberation. I was a newspaper boy at the time when Xanana was convicted. Many Timorese were frustrated and desperate and thought the "fight" has ended. But at the end when Xanana read his "Pledoy" after he was convicted for "live prison", many Timorese felt and thought that the fight has not ended!

I will be very much appreciate if you could also find and publish Xanana's pledoy.

I hope you are not publishing this letter to discredit Xanana, everybody knows how our great hero Koni died in the jungle. He was not killed by the Indonesian, but was died of a disease. If you talk to any of the former guerrilla fighter, they will tell you the truth.

Happy aniversary!

Geta Lolo.

Quinta-feira, Maio 17, 2007 12:38:00 PM

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Anónimo said...

Sr. Malai Azul,

Já agora lhe peço que seja também publicado na íntegra o JULGAMENTO de Xanana Gusmão em Dili que ditou a sua prisão,em Jacarta-Cipinang.

Podemos discordar de algumas coisas feitas pelo Xanana Gusmão, na qualidade de Presidente da República e também de Comandante das Falintil, mas acho bastante ABSURDO a intenção a que quer chegar com a publicação destas duas cartas dirigidas a Konis Santana.

AS

Quinta-feira, Maio 17, 2007 6:02:00 PM
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Anónimo said...

como de costume, o especial deste blog é "puxar sangue" para Timor!

Sexta-feira, Maio 18, 2007 1:56:00 AM

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Anónimo said...

Com a publicacao desta carta, agora nao me admira nadinha que o homem andou a abracar Milicias e foi a Jakarta abracar os Generais Criminosos! Nao me digam que quando ele fez isto tambem andava sobre pressao e com armas apontadas a cabeca! Afinal o homem nao so vendeu-se agora, ja o fazia ha 15 anos atraz!

Ze Cinico

Sexta-feira, Maio 18, 2007 8:19:00 AM

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Anónimo said...

Para Zé Cinico so este "nome" ja diz tudo. No Comments.
Quero dar os meus parabéns a Paula Pinto com o que ela escreveu.
Eu estive no mato durantes muitos anos, comi o pao k o diabo amassou, ví os meus irmãos timorenses morrerem de fome de doença e das balas dos indonesios, tinha eu apenas 11 anos de idade. Muitas vezes tive que andar quilómetros a procura de comida para mim para alguns irmãos e para e minha velha mãe. Perdi também irmãos nesta maldita guerra.Fui capturada e presa durante uns dias, foi pouco tempo mas para uma jovem (já com 14 anos) sem familia por perto é como se fosse uma eternidade. Sabem o que é uma criança/adolescente, ter que passar por isto tudo??? Claro que nao sabem e nem fazem a mínima ideia.Por isso peço aos senhores que parem de massacrar mais este povo.Ponham coisas que ajudem a levar paz para timor, basta de pôr mais acha na fugueira.
Desculpem o meu português....
Maria

Sítio do sol nascente disse...

Caro anónimo
a minha cor é só uma - o branco.

Certamente não estaremos de acordo em várias coisas, o que não deixa de ser positivo pois permite enriquecer a "discussão" sobre vários assuntos, mas agradecia-lhe que não usasse certas palavras menos adequadas e que não me tentasse pôr títulos, pois eu estou bem apenas com o que sou.

Quanto a Xanana Gusmão, é verdade que foi um pilar importante, pelo menos aparentemente, para o desencadear de todo o processo de independência em Timor, no entanto é importante ter em atenção como foi a sua prisão nos últimos tempos e, algum tempo depois da sua libertação, posso-lhe dizer que as suas atitudes, conversas e postura eram bem estranhas (sei do que estou a falar).
Mesmo assim, posso-lhe dizer que depositei grandes esperanças quando da sua eleição para Presidente da República (embora tenha continuado a sentir algo de estranho nele).
A verdade é que, com o passar do tempo e com tudo o que tenho vindo a observar, me tenho vindo a sentir cada vez mais desiludida com as políticas pró-Austrália e afins, que se têm desenvolvido em Timor. Se é verdade que a Austrália é a potência dominante da região, também é verdade que o que querem para Timor não é liberdade, independência e prosperidade. Eles apenas querem dominar o mar de Timor, o gás natural, o petróleo e, para eles é melhor que Timor esteja eternamente instável, pois assim poderão continuar a fazer prospecções contra revelia, sem prestarem contas a quem de direito.
Mas para mim, depois de várias outras que fez, a gota de água que transbordou o copo, foi quando Xanana declarou que Shuartho é um exemplo a seguir. Declarações que no mínimo, considero como desrespeitantes para com todos os timorense que morreram e tanto sofreram nas mãos dos indonésios, ainda mais vindas de alguém, que devido à sua posição, nunca as devería ter pronunciado.

Em relação a Alkatiri, certamente que também fez asneiras, mas é importante que seja dito que foi "posto a andar" quando tentou renegociar o tratado do mar de Timor, porque estava a defender os interesses do seu País, contra os interesses australianos. Claro que os australianos não gostaram e trataram do assunto, muito subtilmente, pondo timorenses contra timorenses...

Em relação a Konis Santana, talvez fosse mesmo bom perguntar a quem com ele estava na montanha e já agora, quem sabe não dizem onde está o seu corpo/túmulo.

Quanto à Maria que tanto sofreu, é de lhe dar graças a Deus por ter sobrevivido e de lhe desejar todas as felicidades para o futuro.
No entanto, não quero deixar de referir que há quem não tenha sobrevivido e há quem tenha assistido a massacres, de tal ordem escabrosos, que ainda hoje, passado alguns anos, continuam a atormentar as noites dos mais fortes...
É pelos que deram a vida pelo ideal da independência e pelos que tanto sofreram (Maria incluida), que não posso concordar com as políticas que têm sido, e pelos vistos vão continuar a ser seguidas pelos que governam Timor,
pois essas políticas nunca trarão a paz, a estabilidade e a prosperidade para o País.

Enfim, muito mais lhe podería dizer sobre o que penso ou sinto.Claro que apenas falei das minhas opiniões, que embora baseadas em alguns conhecimentos de causa, valem apenas pelo que são.
Agradeço-lhe que democraticamente as respeite do mesmo modo que certamente gosta que respeitem as suas.

Cumprimentos
Laumalai