21/03/2007

O MITO DO GIGANTE
Noutros tempos habitava em Timor um gigante chamado Beilera, duma estatura tão desmedida, que, pondo-se de pé, facilmente com a mão chegava às estrelas.
Uma vez, um filho do gigante, estando ao colo do pai, estendeu o braço e com a mão sujou a lua com banana assada e cinza.
Este gigante teve um fim horrívelmente trágico. Casara.
Ainda a noite não tinha envolvido inteiramente a Terra no seu negro manto, já o gigante, cansado, recolhera ao tálamo nupcial, não tardando a adormecer profundamente. A noiva recolhera mais tarde. Já no leito, reparara esta que entre os dois se interpusera uma jibóia gigante, de grossura e comprimento assombrosos.
Rápidamente agarra na catana de guerra do gigante e a golpes repetidos a ataca. só depois e já sem remédio, veio a reconhecer que o gigante se esvaía em sangue, morrendo juntamente com a jibóia.
Na planície de Quirás, no posto de Fatu-Berlio, região de Manufai, foi enterrado o gigante Beilera, mas para caber nas covas que lhe abriram, tiveram de o dividir em sete partes.
In: Mitos e Contos do Timor Português;
Correia de Campos;
Agência-Geral do Ultramar

1 comentário:

cris disse...

Miga, agora fiquei na expectativa. As sete partes correspondem a....?


Beijoca