Native American - Amazing Grace (in cherokee)
Filmes - A História de uma Nação - TIMOR
30/12/2008
A MISSÃO
Sempre pensei que a vida devería ter um significado, que não fosse apenas o estarmos aqui a ver o tempo passar, por vezes dando valor a coisas que na realidade não têm assim tanto valor.
Cada vida deverá servir para servir, para crescer,... para evoluir. Cada vida deverá ter uma missão que nos está destinada e que, com o passar dos anos e das vivências, se deverá ir revelando.
Cabe a cada um de nós, ter a capacidade para olhar e abrir o coração aos sinais que cruzam os nossos caminhos e, cabe a cada um de nós, a decisão de seguir esses sinais, e assim, pelo menos tentar cumprir a missão que nos foi destinada.
Desde que me lembro que o meu grande sonho era o de voltar à minha terra - Timor Leste. Durante anos alimentei esse sonho apesar das minhas recordações em relação a esta serem nulas, uma vez que saí de lá bem pequena. Mas apesar do meu grande envolvimento a oportunidade tardava em surgir.
Há alguns meses atrás tudo se começou a revelar. Eu não iría apenas a Timor. Eu iría regressar a casa por alguns meses com o objectivo de cumprir parte da minha missão - ser mãe.
Em Timor eu nasci e em Timor eu fui mãe de um lindo menino, que é uma dádiva de Deus.
Não sei se sou digna de tamanha dádiva e todos os dias me questiono, se serei capaz de cumprir esta minha tarefa. Mas agradeço a Deus as oportunidades e tudo farei para seguir o meu caminho e cumprir esta e qualquer outra missão que me esteja destinada.
O ano que agora termina, foi um ano em cheio na minha vida e tenho a certeza que em 2009 me serão dadas novas oportunidades para cumprir a minha missão. Só preciso estar atenta aos sinais e não os desperdiçar com futílidades.
Desejo a todos, que façam o mesmo. Que não desperdicem as oportunidades que vos são dadas, que tenham esperança e fé, que sejam felizes e que transbordem a vossa felicidade pelo mundo.
Laumalai
Ennio Morricone - The Mission
Cada vida deverá servir para servir, para crescer,... para evoluir. Cada vida deverá ter uma missão que nos está destinada e que, com o passar dos anos e das vivências, se deverá ir revelando.
Cabe a cada um de nós, ter a capacidade para olhar e abrir o coração aos sinais que cruzam os nossos caminhos e, cabe a cada um de nós, a decisão de seguir esses sinais, e assim, pelo menos tentar cumprir a missão que nos foi destinada.
Desde que me lembro que o meu grande sonho era o de voltar à minha terra - Timor Leste. Durante anos alimentei esse sonho apesar das minhas recordações em relação a esta serem nulas, uma vez que saí de lá bem pequena. Mas apesar do meu grande envolvimento a oportunidade tardava em surgir.
Há alguns meses atrás tudo se começou a revelar. Eu não iría apenas a Timor. Eu iría regressar a casa por alguns meses com o objectivo de cumprir parte da minha missão - ser mãe.
Em Timor eu nasci e em Timor eu fui mãe de um lindo menino, que é uma dádiva de Deus.
Não sei se sou digna de tamanha dádiva e todos os dias me questiono, se serei capaz de cumprir esta minha tarefa. Mas agradeço a Deus as oportunidades e tudo farei para seguir o meu caminho e cumprir esta e qualquer outra missão que me esteja destinada.
O ano que agora termina, foi um ano em cheio na minha vida e tenho a certeza que em 2009 me serão dadas novas oportunidades para cumprir a minha missão. Só preciso estar atenta aos sinais e não os desperdiçar com futílidades.
Desejo a todos, que façam o mesmo. Que não desperdicem as oportunidades que vos são dadas, que tenham esperança e fé, que sejam felizes e que transbordem a vossa felicidade pelo mundo.
FELIZ ANO 2009
Laumalai
Ennio Morricone - The Mission
24/12/2008
04/12/2008
ESTOU DE VOLTA
CANÇÕES DE DILI
A destruição da cultura portuguesa no Timor Leste durante os anos da sangrenta ocupação indonésia. Este documentário foi filmado em 16mm clandestinamente entre os anos de 1997 e 1998. A trilha é composta de canções cívicas indonésias cantadas por crianças timorenses e de uma entrevista com um membro da guerrilha que lutou pela independência do Timor.The portuguese culture´s destruction in East Timor under Soharto´s domination. Twenty five years without speaking portuguese. Told by a local unsurgent and by indonesia songs by children from Timor.
Dir. André Bechelane - 2003
A destruição da cultura portuguesa no Timor Leste durante os anos da sangrenta ocupação indonésia. Este documentário foi filmado em 16mm clandestinamente entre os anos de 1997 e 1998. A trilha é composta de canções cívicas indonésias cantadas por crianças timorenses e de uma entrevista com um membro da guerrilha que lutou pela independência do Timor.The portuguese culture´s destruction in East Timor under Soharto´s domination. Twenty five years without speaking portuguese. Told by a local unsurgent and by indonesia songs by children from Timor.
Dir. André Bechelane - 2003
14/06/2008
Dive Timor-Leste (East Timor)
Visite Timor Leste.
Visit East Timor
Timor precisa de si para desenvolver o turismo e ajudar a melhorar a vida do seu povo.
Timor and the people needs your help to develop the turism.
E... com certeza que, a beleza da natureza e a hospitalidade do seu povo o vão surpreender, e fazer sentir mais humano entre os humanos.
I´m sure, the natural beauty and hospitality will surprise you and will make you fill much more human.
10 de Junho assinalado em Timor
O 10 de Junho foi assinalado, em Timor-Leste, com um programa de rádio transmitido pela RDP Internacional. Neste programa portugueses, na maioria professores, falaram da vida que levam no território e das dificuldades que sentem.
Vídeo:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=350141&tema=27
In: http://ww1.rtp.pt/noticias
Vídeo:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=350141&tema=27
In: http://ww1.rtp.pt/noticias
ONU e Timor assinam acordo para rever setor de segurança
Dili, 13 jun (Lusa)
O governo de Timor Leste e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram nesta sexta-feira, em Dili, um acordo de apoio à revisão do sector de segurança já em desenvolvimento.
O apoio do PNUD concretiza um ponto central do mandato da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor Leste (UNMIT), relativo à reforma do sector de segurança.
O destinatário directo do apoio do PNUD é o grupo para a Reforma e Desenvolvimento do Sector de Segurança, um mecanismo criado em Agosto de 2007 no seio da presidência da República e onde estão representados o Parlamento Nacional e o governo.
O primeiro-ministro, Xanana Gusmão, o representante-especial do secretário-geral da ONU em Timor Leste, Atul Khare, e o representante do PNUD e número dois da UNMIT, Finn Reske-Nielsen, assinaram o acordo numa cerimônia curta no Palácio do Governo.
Os três responsáveis destacaram que a revisão do sector de segurança “é um processo liderado e conduzido pelas autoridades timorenses”.
O acordo assinado hoje permite também a colaboração directa da Unidade de Apoio ao Sector de Segurança (SSSU) já existente no seio da UNMIT, com o grupo criado pelas autoridades timorenses.
Finn Reske-Nielsen recordou que a estabilidade e a segurança é um ingrediente essencial do desenvolvimento económico, que apontou como justificação para o PNUD apoiar directamente a revisão em curso do sector.
Atul Khare salientou que a revisão e a concretização da reforma já em curso “permitirá a Timor Leste enfrentar crises no futuro sem recorrer a ajuda externa, além de fortalecer o estado de direito e a vida democrática”.
O acordo tem uma alocação de US$ 1,2 milhão, disponibilizados pelo próprio PNUD, pela Noruega, a Austrália e a Irlanda.
Duzentos mil dólares serão usados para uma consulta nacional sobre o sector de segurança, a ser realizada em todas as comunidades.
A equipa do projecto estará localizada no comité coordenador do grupo para a Reforma e Desenvolvimento do Sector de Segurança, com um director internacional e cinco assessores timorenses.
Estes assessores representam o gabinete do primeiro-ministro, as secretarias de Estado da Defesa e a da Segurança e os ministérios das Relações Exteriores e o das Finanças.
A revisão do sector de segurança inclui análises parcelares, de ameaças externas e internas, de falhas institucionais e normativas e do ambiente estratégico.
Dos termos do acordo hoje assinado consta “uma pesquisa detalhada das percepções públicas das ameaças de segurança e do sector de segurança”.
O projecto faz também referência à “capacitação através de assistência directa às autoridades timorenses”, por exemplo em áreas como a intendência e a gestão financeira.
Atul Khare recordou que “em todos os países democráticos, a revisão do sector de segurança é feita com regularidade”.
O preâmbulo do acordo recorda a crise de 2006, com a expulsão de quase metade dos efectivos das Falintil-Forças de Defesa de Timor Leste, a implosão da Polícia Nacional e o conflito entre as duas forças, que provocou pelo menos 38 mortos e mais de cem mil deslocados.
In : http://www.agencialusa.com.br/
O governo de Timor Leste e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram nesta sexta-feira, em Dili, um acordo de apoio à revisão do sector de segurança já em desenvolvimento.
O apoio do PNUD concretiza um ponto central do mandato da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor Leste (UNMIT), relativo à reforma do sector de segurança.
O destinatário directo do apoio do PNUD é o grupo para a Reforma e Desenvolvimento do Sector de Segurança, um mecanismo criado em Agosto de 2007 no seio da presidência da República e onde estão representados o Parlamento Nacional e o governo.
O primeiro-ministro, Xanana Gusmão, o representante-especial do secretário-geral da ONU em Timor Leste, Atul Khare, e o representante do PNUD e número dois da UNMIT, Finn Reske-Nielsen, assinaram o acordo numa cerimônia curta no Palácio do Governo.
Os três responsáveis destacaram que a revisão do sector de segurança “é um processo liderado e conduzido pelas autoridades timorenses”.
O acordo assinado hoje permite também a colaboração directa da Unidade de Apoio ao Sector de Segurança (SSSU) já existente no seio da UNMIT, com o grupo criado pelas autoridades timorenses.
Finn Reske-Nielsen recordou que a estabilidade e a segurança é um ingrediente essencial do desenvolvimento económico, que apontou como justificação para o PNUD apoiar directamente a revisão em curso do sector.
Atul Khare salientou que a revisão e a concretização da reforma já em curso “permitirá a Timor Leste enfrentar crises no futuro sem recorrer a ajuda externa, além de fortalecer o estado de direito e a vida democrática”.
O acordo tem uma alocação de US$ 1,2 milhão, disponibilizados pelo próprio PNUD, pela Noruega, a Austrália e a Irlanda.
Duzentos mil dólares serão usados para uma consulta nacional sobre o sector de segurança, a ser realizada em todas as comunidades.
A equipa do projecto estará localizada no comité coordenador do grupo para a Reforma e Desenvolvimento do Sector de Segurança, com um director internacional e cinco assessores timorenses.
Estes assessores representam o gabinete do primeiro-ministro, as secretarias de Estado da Defesa e a da Segurança e os ministérios das Relações Exteriores e o das Finanças.
A revisão do sector de segurança inclui análises parcelares, de ameaças externas e internas, de falhas institucionais e normativas e do ambiente estratégico.
Dos termos do acordo hoje assinado consta “uma pesquisa detalhada das percepções públicas das ameaças de segurança e do sector de segurança”.
O projecto faz também referência à “capacitação através de assistência directa às autoridades timorenses”, por exemplo em áreas como a intendência e a gestão financeira.
Atul Khare recordou que “em todos os países democráticos, a revisão do sector de segurança é feita com regularidade”.
O preâmbulo do acordo recorda a crise de 2006, com a expulsão de quase metade dos efectivos das Falintil-Forças de Defesa de Timor Leste, a implosão da Polícia Nacional e o conflito entre as duas forças, que provocou pelo menos 38 mortos e mais de cem mil deslocados.
In : http://www.agencialusa.com.br/
Estudantes de Timor protestam contra regalias de deputados
Dili, 11 jun (Lusa)
Estudantes universitários manifestaram-se esta quinta-feira, pelo segundo dia, em Dili, capital do Timor Leste, contra a aquisição de 65 carros para o Parlamento, considerada mais uma regalia dos deputados.
A proposta de compra dos veículos para os 65 deputados foi anunciada há uma semana pelo presidente do Parlamento timorense, Fernando La Sama de Araújo.
Os carros têm preço unitário de US$ 33 mil, enquanto a maior parte da população do Timor Leste vive com US$ 1 por dia.
Protestos semelhantes já tinham acontecido em 2007, quando os deputados aprovaram a sua própria pensão vitalícia.
Uma lei de janeiro de 2007 estabeleceu uma “pensão mensal vitalícia igual a 100% do vencimento desde que [os deputados] tenham exercido o cargo, em efectividade de funções, durante 42 meses, consecutivos ou interpolados”.
Em caso de morte do beneficiário da pensão, o valor integral é transmitido ao cônjuge, aos filhos menores de idade ou aos ascendentes sob responsabilidade do parlamentar.
No artigo intitulado "outras regalias", a mesma lei estabelece o “direito a assistência médica dentro, e, sempre que for considerada necessária, fora do país”.
Os deputados têm também "o direito a importar um veículo para uso pessoal, sem pagamento de taxas aduaneiras e outras imposições fiscais sobre as importações”.
Podem ainda “importar todo o material necessário para a construção de uma residência privada” nas mesmas condições de isenção fiscal e aduaneira.
Os membros do Parlamento beneficiam de "direito a livre-trânsito e a passaporte diplomático", assim como cônjuges e descendentes.
A estes benefícios, somam-se os salários normais dos deputados, que são o triplo do que recebem os funcionários públicos nos escalões médios e superiores do país.
O vencimento-base de um deputado timorense é de US$ 450, mais US$ 300 para gastos com telefone e US$ 450 para despesas de alojamento.
Os deputados têm direito ainda a diferentes auxílios para transporte.
O presidente do Parlamento do Timor Leste recebe US$ 1.000 de salário, o vice-presidente US$ 750 e a secretária de mesa US$ 600, além dos extras para telefone e alojamento.
In: http://www.agencialusa.com.br/
No minímo chocante!
Infelizmente, os aproveitadores existem em todo o lado!
Claro que fazer fortuna pessoal é mais importante do que tratar do bem estar do povo e do desenvolvimento do país.
Quando é que o dinheiro do fundo petrolífero começa a ser usado para beneficiar o país e o povo? Para quê ter um fundo petrolífero que é dos mais bem considerados do mundo, se o povo continua a passar fome? Não acham que o povo timorense já sofreu o suficiente?
Este protesto não podería ser mais legítimo!
Só temo que, a não ser tomada uma atitude correcta, por parte do governo, no sentido de melhorar as condições da população, possam voltar a acontecer conflitos. Vamos rezar para que isso não aconteça, e para que os governantes de Timor se mostrem dignos dos votos que receberam nas últimas eleições, e não esqueçam as promessas que fizeram.
Um abraço
Laumalai
Estudantes universitários manifestaram-se esta quinta-feira, pelo segundo dia, em Dili, capital do Timor Leste, contra a aquisição de 65 carros para o Parlamento, considerada mais uma regalia dos deputados.
A proposta de compra dos veículos para os 65 deputados foi anunciada há uma semana pelo presidente do Parlamento timorense, Fernando La Sama de Araújo.
Os carros têm preço unitário de US$ 33 mil, enquanto a maior parte da população do Timor Leste vive com US$ 1 por dia.
Protestos semelhantes já tinham acontecido em 2007, quando os deputados aprovaram a sua própria pensão vitalícia.
Uma lei de janeiro de 2007 estabeleceu uma “pensão mensal vitalícia igual a 100% do vencimento desde que [os deputados] tenham exercido o cargo, em efectividade de funções, durante 42 meses, consecutivos ou interpolados”.
Em caso de morte do beneficiário da pensão, o valor integral é transmitido ao cônjuge, aos filhos menores de idade ou aos ascendentes sob responsabilidade do parlamentar.
No artigo intitulado "outras regalias", a mesma lei estabelece o “direito a assistência médica dentro, e, sempre que for considerada necessária, fora do país”.
Os deputados têm também "o direito a importar um veículo para uso pessoal, sem pagamento de taxas aduaneiras e outras imposições fiscais sobre as importações”.
Podem ainda “importar todo o material necessário para a construção de uma residência privada” nas mesmas condições de isenção fiscal e aduaneira.
Os membros do Parlamento beneficiam de "direito a livre-trânsito e a passaporte diplomático", assim como cônjuges e descendentes.
A estes benefícios, somam-se os salários normais dos deputados, que são o triplo do que recebem os funcionários públicos nos escalões médios e superiores do país.
O vencimento-base de um deputado timorense é de US$ 450, mais US$ 300 para gastos com telefone e US$ 450 para despesas de alojamento.
Os deputados têm direito ainda a diferentes auxílios para transporte.
O presidente do Parlamento do Timor Leste recebe US$ 1.000 de salário, o vice-presidente US$ 750 e a secretária de mesa US$ 600, além dos extras para telefone e alojamento.
In: http://www.agencialusa.com.br/
No minímo chocante!
Infelizmente, os aproveitadores existem em todo o lado!
Claro que fazer fortuna pessoal é mais importante do que tratar do bem estar do povo e do desenvolvimento do país.
Quando é que o dinheiro do fundo petrolífero começa a ser usado para beneficiar o país e o povo? Para quê ter um fundo petrolífero que é dos mais bem considerados do mundo, se o povo continua a passar fome? Não acham que o povo timorense já sofreu o suficiente?
Este protesto não podería ser mais legítimo!
Só temo que, a não ser tomada uma atitude correcta, por parte do governo, no sentido de melhorar as condições da população, possam voltar a acontecer conflitos. Vamos rezar para que isso não aconteça, e para que os governantes de Timor se mostrem dignos dos votos que receberam nas últimas eleições, e não esqueçam as promessas que fizeram.
Um abraço
Laumalai
21/04/2008
Isto é o cúmulo! Quase fiquei mesmo sem palavras.
1º - A mal escrita, descarada e tendenciosa entrevista é apenas uma demonstração de algum mau jornalismo que se pratica por aí.
2º- Esta senhora não conhece mesmo a realidade das nossas escolas e do ensino no nosso país.
Fala da divisão da carreira como tendo sido um enorme feito, quando na realidade, em grande parte dos casos esta foi uma das maiores aberrações.
Fala dos resultados do relatório PISA apenas para o que lhe convém.
Fala da violência nas escolas como se de um mal menor se tratasse, não reconhecendo as inúmeras situações de Bulliyng que se vivem no dia-a-dia escolar.
Sobrevaloriza os resultados dos exames, esquecendo que, pelo menos no ensino básico a avaliação é continua, tendo por isso em conta muitos outros parâmetros além dos conhecimentos e que muitos alunos não teriam hipótese de passar de ano se apenas se tivesse em conta o exame.
Não sabe que muitos alunos transitam ano após ano, sem saber ler ou fazer operações matemáticas simples.
Não sabe que grande parte do tempo de aula é gasto pelo professor a chamar à atenção dos alunos para os seus comportamentos inadequados, que prejudicam o funcionamento das aulas e consequentemente a aprendizagem de todos.
...
Apesar de todas as habilitações que mostra no seu curriculum, demonstra uma enorme teimosia que lhe abafa a inteligencia, cegando-a e não a deixando entender/ver o que está claramente à vista de todos.
Ou será que vê e está a fazer um jogo sujo, que tresanda de tão pobre que já está.
3º- Fala da avaliação dos professores como se ela nunca tivesse existido.
Vale a pena ler na revista "o boletim dos professores" do mês de Abril, que é editada pelo ME, na página 8, a última frase da resposta à pergunta "Como era o anterior sistema de avaliação?", onde está escrito "... Para ter uma nota superior, era necessário que o docente requeresse a apreciação desse relatório por uma comissão de avaliação. De qualquer forma, essa classificação não tinha nenhum efeito, uma vez que todos os professores, mesmo os que não faziam relatórios ou não davam aulas, progrediam na carreira."
A senhora não sabe que todos os relatórios eram apreciados por uma comissão de avaliação de docentes constituida por elementos do Conselho Pedagógico?
A senhora não sabe que, caso os professores não fizessem os relatórios, ou não tivessem os comprovativos do número de créditos necessários (conseguidos apenas com a frequência de acções de formação) ou ainda se nesses relatórios existissem irregularidades...o professor não progredia na carreira?
Que mais não sabe a senhora ministra sobre o funcionamento do seu ministério?!
Claro que muito mais haveria para dizer, mas o texto já vai longo.
Boa semana de trabalho.
Um abraço
Laumalai
1º - A mal escrita, descarada e tendenciosa entrevista é apenas uma demonstração de algum mau jornalismo que se pratica por aí.
2º- Esta senhora não conhece mesmo a realidade das nossas escolas e do ensino no nosso país.
Fala da divisão da carreira como tendo sido um enorme feito, quando na realidade, em grande parte dos casos esta foi uma das maiores aberrações.
Fala dos resultados do relatório PISA apenas para o que lhe convém.
Fala da violência nas escolas como se de um mal menor se tratasse, não reconhecendo as inúmeras situações de Bulliyng que se vivem no dia-a-dia escolar.
Sobrevaloriza os resultados dos exames, esquecendo que, pelo menos no ensino básico a avaliação é continua, tendo por isso em conta muitos outros parâmetros além dos conhecimentos e que muitos alunos não teriam hipótese de passar de ano se apenas se tivesse em conta o exame.
Não sabe que muitos alunos transitam ano após ano, sem saber ler ou fazer operações matemáticas simples.
Não sabe que grande parte do tempo de aula é gasto pelo professor a chamar à atenção dos alunos para os seus comportamentos inadequados, que prejudicam o funcionamento das aulas e consequentemente a aprendizagem de todos.
...
Apesar de todas as habilitações que mostra no seu curriculum, demonstra uma enorme teimosia que lhe abafa a inteligencia, cegando-a e não a deixando entender/ver o que está claramente à vista de todos.
Ou será que vê e está a fazer um jogo sujo, que tresanda de tão pobre que já está.
3º- Fala da avaliação dos professores como se ela nunca tivesse existido.
Vale a pena ler na revista "o boletim dos professores" do mês de Abril, que é editada pelo ME, na página 8, a última frase da resposta à pergunta "Como era o anterior sistema de avaliação?", onde está escrito "... Para ter uma nota superior, era necessário que o docente requeresse a apreciação desse relatório por uma comissão de avaliação. De qualquer forma, essa classificação não tinha nenhum efeito, uma vez que todos os professores, mesmo os que não faziam relatórios ou não davam aulas, progrediam na carreira."
A senhora não sabe que todos os relatórios eram apreciados por uma comissão de avaliação de docentes constituida por elementos do Conselho Pedagógico?
A senhora não sabe que, caso os professores não fizessem os relatórios, ou não tivessem os comprovativos do número de créditos necessários (conseguidos apenas com a frequência de acções de formação) ou ainda se nesses relatórios existissem irregularidades...o professor não progredia na carreira?
Que mais não sabe a senhora ministra sobre o funcionamento do seu ministério?!
Claro que muito mais haveria para dizer, mas o texto já vai longo.
Boa semana de trabalho.
Um abraço
Laumalai
Entrevista CM: Maria de Lurdes Rodrigues
20 Abril 2008 - 13h00
“Somos o País em que há mais chumbos”
Maria de Lurdes Rodrigues ministra da educação recusa ter feito chantagem sobre os sindicatos para obter um acordo na avaliação dos professores e continua a dizer que seria impensável não haver quaisquer consequências dessa avaliação na carreira e nos vencimentos dos docentes. Afirma que os chumbos são uma forma de facilitismo para resolver os problemas dos alunos com dificuldades, porque os deixa entregues a si mesmos. E revela que Portugal é o país onde há mais chumbos .
Correio da Manhã – Este acordo com os sindicatos a propósito da avaliação dos professores teve por base uma chantagem do Governo, como afirmou a socialista Ana Benavente?
Maria de Lurdes Rodrigues – Não, não foi feita nenhuma chantagem. Repare, o que aconteceu é que, em minha opinião, os professores foram induzidos no erro de pensar que era possível não haver avaliação e daí não ocorrerem nenhumas consequências.
- Tem consequências nos contratos e nos vencimentos?
- O que está estabelecido no decreto regulamentar é que a avaliação, que no anterior modelo não tinha qualquer consequência em termos de progressão na carreira e contagem do tempo de serviço, neste modelo tem consequências. E era necessário chamar a atenção para as consequências.
- Foi isso que alguns apelidaram de chantagem?
- Claro. O que acontece é que Governo nenhum, na minha opinião, estaria disponível para abrir uma excepção para os professores num quadro em que toda a administração pública está a ser avaliada e tem condicionamentos na sua progressão em função dos resultados da avaliação.
- E os professores não têm consequências tão gravosas, pois não?
- No caso da administração pública é pior porque mesmo com avaliações positivas o que acontece é que as progressões estão dependentes da autorização da chefia directa, de questões orçamentais.
- Estão limitadas.
- Exactamente. E no caso dos professores a situação é muito diferente porque nós temos a noção de que a função docente é diferente, mais exigente, tem outras características, tem um modelo diferente. Agora não podíamos criar uma situação em que não concretizando a avaliação se colocava o problema do que é que acontecia na carreira.
- A chantagem, em suma, foi apenas esse alerta?
- Isso foi lido por alguns sectores como sendo chantagem. Na minha opinião foi apenas a clarificação da situação. Porque eu ouvi muitos dirigentes sindicais, no momento mais alto da contestação, dizerem que não ia acontecer nada porque os professores não podem ser prejudicados.
- Quis avisá-los que iam mesmo ser prejudicados?
- Exactamente. Seriam seguramente prejudicados porque nenhum Governo, este ou outro qualquer, de criar uma situação de excepção para os professores. E era mau, muito mau para os professores.
- Porquê?
- Porque era transmitir à opinião pública a mensagem de que os professores estão fora daquilo que é a normalidade.
- De que eram uma excepção?
- Uma excepção, um corpo à parte. Os professores não precisam disso. Os professores não precisam de ser um corpo à parte. Precisam de ter condições diferentes do resto da administração pública, como têm neste modelo de avaliação.
- Foram precisos muitos anos para se arranjar um modelo de avaliação dos professores. Porquê? Por receio político?
- E de outros funcionários públicos, não foram só os professores. Esta situação não era um exclusivo dos professores. Foi difícil, está ainda a ser difícil, vai ser difícil durante alguns anos porque foram muitos anos em que aquilo que vigorou foi um paradigma que é contrário, em quase todas as dimensões, àquele que é o paradigma que estamos a tentar concretizar agora.
- É um novo paradigma?
- É um novo paradigma seguramente. Repare. A divisão da carreira em duas categorias é uma situação que é muita estranha para os professores. Porque durante trinta anos as associações sindicais construíram um grupo homogéneo, acabaram com todas as diferenças.
- Todos iguais?
- Todos iguais. Os professores do 1 º ciclo eram diferentes, os professores de ginástica eram diferentes, os professores de educação visual eram diferentes de todos os outros professores. Tudo acabou. A única variável que os professores continuaram a considerar legítima para os distinguir era o tempo de serviço. Era a carreira.
- Só isso?
- Só isso. Mas esse tempo de serviço era muitas vezes um tempo de calendário.
- Não significava serviço efectivo?
- Não, era um tempo de calendário. Agora estamos a propor uma alteração completa. Que é a reestruturação da carreira em sentido vertical, a sua verticalização. E isso é absolutamente necessário porque se fazem as comparações com outras profissões e com a profissão docente em outros países e este é o caminho natural de evolução de uma profissão. Nenhuma profissão pode ser de progressão cilíndrica, em que não nenhuma estruturação vertical. Porque isso é contrário ao princípio de carreira.
- Porquê?
- O princípio de carreira a estruturar as profissões significa que se admite que mais tempo de serviço significa mais experiência, mais competências. Há carreiras em que nós admitimos que o tempo de experiência conta, é uma mais-valia.
- Isso não se passava com os professores?
- Não. Havia carreira, havia os professores mais experientes, mais graduados e melhor remunerados mas isso não correspondia a nenhuma responsabilidade. O que fizemos foi reestruturar, no fundo formalizámos essa diferença e os professores com mais experiência e mais competências devem assumir mais responsabilidades no interior da escola, mais tempo de trabalho na escola e devem ter mais responsabilidades na avaliação e acompanhamento dos professores mais novos. E isto são mecanismos comuns a todas as profissões e eram uma excepção na função docente.
- E isso é muito estranho para os professores?
- Eu sei que é muito importante concretizar estes princípios. Mas também sei que isto é muito estranho para a maioria dos professores.
- Era o tal paradigma de que falava?
- É.
- Esse paradigma foi alimentado politicamente durante muitos anos e deixaram os professores funcionar completamente à solta, não acha?
- Isso já não diria.
- Não foram os sindicatos que determinaram durante anos toda a legislação produzida neste Ministério?
- Não tive essa experiência. Não tinha nenhuma experiência no Ministério da Educação. Ouço dizer isso muitas vezes mas eu na realidade não sei, não conheço o suficiente para poder dizer que foi ou não assim.
- Mas consigo mudou essa situação. A decisão política não é deixada aos sindicatos.
- Não sei se mudou a decisão. O que lhe posso dizer é que comigo não é assim. Com esta equipa não é assim. Com esta equipa são apresentadas propostas aos sindicatos, que obedecem a alguns princípios. Normalmente decidem-se princípios, depois dá-se corpo a esses princípio nos decretos-leis, nas leis e depois as coisas fazem o seu caminho.
- Mas os sindicatos queixam-se que de a sua equipa quando vai para negociação já vai com posições definitivas e apenas perguntam a opinião deles. Que não há verdadeiras negociações.
- Vamos lá ver. O que é a negociação? A negociação não pode significar, é bom que não signifique, a perda daquilo que são os pontos de partida, os pontos de referência. O Ministério da Educação, pelas razões que já lhe disse, considera muito importante reestruturar a carreira em duas categorias: professor e professor titular.
- E os sindicatos nem querem ouvir falar disso?
- Os sindicatos reagem negativamente, não aceitam a necessidade de reestruturar a carreira por razões que eu consigo compreender até pela história recente da carreira docente. Não aceitam. Mas o Ministério vai para a frente com a proposta, apresenta uma proposta de reestruturação da carreira. Os sindicatos vão para a negociação e de duas uma: ou têm capacidade de destruir, convencer o Ministério da Educação de que isto é errado, ou não.
- E como é não têm de se aproximar da sua posição?
- Se percebem que é um princípio de que o Ministério da Educação não abdicará então vamos ver como é que esta proposta de concretizará causando prejuízos mínimos ou transições mais suaves. Admite que há transições que podem ser muito mais suaves. E isso é que faz toda a diferença num processo negocial. É a intransigência, é o ponto de afastamento em relação àquilo que são os princípios de cada uma das partes.
- E essa intransigência tem sido grande da sua parte?
- Admito que tenha havido na revisão do estatuto da carreira docente e em algumas novas regras que foram introduzidas princípios, como este da reestruturação da carreira, que é o mais simbólico, digamos assim, que são totalmente estranhos aos...
- Professores?
- Aos professores e aos sindicatos. Mas como a estratégia dos sindicatos não deu resultados com esta equipa em relação aos princípios definidos muitas vezes admito que haja a percepção por parte de quem está a negociar que não houve uma verdadeira negociação. Mas há muita margem de trabalho entre o princípio e a sua aplicação.
- Como se vai concretizar no terreno?
- Exacto. A dificuldade nos processos negociais é encontrar os espaços de trabalho conjunto, que foi o que conseguimos, apesar de tudo, agora neste processo de entendimento sobre a avaliação. Os sindicatos não saíram da sua posição, continuam a considerar que não era necessário mudar o modelo de avaliação, continuam a usar vários adjectivos sobre este modelo e nós continuamos a manter os nossos pontos de vista. Mas conseguimos encontrar esse espaço de negociação na concretização.
- Há algumas críticas aos sindicatos por terem assinado esse acordo.
- O memorando de entendimento é sério porque nenhuma das partes abdicou dos seus princípios, nem de os continuar a declarar e defender. Em qualquer caso do lado do Ministério da Educação há uma aproximação àquilo que são as preocupações dos professores. Isto é, se a preocupação é com os efeitos negativos da avaliação, então vamos criar aqui um espaço de maior exigência e de confirmação.
- Agora já não são penalizados á primeira avaliação negativa, não é?
- Exacto. Já não é à primeira avaliação negativa que as pessoas são penalizadas.
- Quando é que um professor sente de facto na pele e é penalizado por ser um mau professor?
- No segundo ciclo. Com a confirmação. Todos aqueles que tiverem uma avaliação que confirme a avaliação negativa sofrerão os efeitos desse resultado.
- Falando da qualidade dos professores. O ponto máximo de mobilização dos professores, na manifestação de 8 de Março, foi a avaliação. Muitos professores terão medo da avaliação? Qual é, em sua opinião, a qualidade média dos professores? É boa, medíocre ou má?
- Já me têm feito essa pergunta.
- Qual é sua ideia, que expectativa tem dos resultados da avaliação?
- Acho que a profissão dos professores é como todas as outras profissões.
- Claro.
- Há de tudo. Veja a comparação que muitas vezes se faz entre a escola pública e a escola privada. Diz-se que a escola privada funciona melhor, tem melhores resultados, tem melhores professores, podia deduzir-se isso. Mas não se pode dizer isso, até porque a base de recrutamento dos professores é a mesma. Muitas vezes os professores são os mesmos, porque acumulam. As escolas profissionais são um exemplo dessa acumulação.
- Essas acumulações não prejudicam a escola pública?
- Nestes últimos três anos criámos umas regras que impedem essas acumulações com a facilidade que acontecia anteriormente. Mas como lhe dizia, a base de recrutamento é a mesma. O que muda são as regras, a organização. As organizações quando funcionam superam as insuficiências dos profissionais. É o que acontece num hospital. Um médico falta e é substituído porque funciona a organização. É o que acontece nos colégios privados e que muitas vezes não ocorre nas escolas públicas. É justamente o efeito organização. Acho que os professores têm práticas excelentes, práticas muito boas, práticas boas e haverá casos, como costume dizer, de falha de vocação.
- E de preparação de base, não acha?
- De preparação de base. Também admito. Mas não é nada que não se supere com o trabalho. Nós aprendemos muito ao longo da vida, mesmo com uma preparação de base deficiente. Há sempre muitas oportunidades de melhorarmos as nossas prestações e o nosso conhecimento. Agora, a diferença são as exigências e as regras de funcionamento organizacional.
- Isso leva-nos ao novo modelo de gestão das escolas.
- Ao modelo de gestão e o modelo de avaliação também. A avaliação dá às escolas, a quem dirige as escolas, tanto do ponto de vista da gestão como pedagógico, os meios para distinguir os melhores professores. No fundo, para estabelecer os diferenciais de qualidade. Estabelecer o que é um professor excelente para essa organização, o que é muito bom e por aí adiante. E os professores com esses referenciais podem evoluir e aproximar-se desses modelos.
- Coisa que agora ainda não há na escola pública.
- Agora em espaços organizacionais em que estes modelos não existem, tanto faz ser muito bom como muito mau, não há consequências. É por isso que eu sou uma defensora do modelo de avaliação. Deste ou de outro qualquer. Já tenho dito e repito. Eu acho que não há modelos ideais. Cada País tem o seu modelo.
- É muito subjectivo?
- O importante é que exista um modelo, que tenha consequências e que seja apropriado pelos próprios profissionais, que sejam os profissionais a defender o modelo de avaliação. Isso é absolutamente essencial. O pior que pode acontecer é quando os instrumentos de gestão são desvalorizados por quem deles pode beneficiar. Mas eu creio que não é isso que vai acontecer.
- O novo modelo de gestão, com a figura do director, não vai permitir resolver em grande parte os problemas de indisciplina e violência nas escolas?
- Para o problema da indisciplina eu acho que há um conjunto de medidas que têm de ser convergentes com esse objectivo. O modelo de gestão que foi aprovado e que será agora publicado é um modelo que reforça a autoridade, os princípios de autoridade e de responsabilização no interior da organização. Agora também foi importante a revisão do Estatuto do Aluno.
- Também muito contestado.
- Foi importante a revisão na dimensão da desburocratização do procedimento. Na possibilidade da repreensão automática. Porque no anterior estatuto a repreensão não era automática. Primeiro fazia um requerimento e depois é que repreendia. Isso é que não pode ser.
- Não havia também algum medo dos professores de fazerem participações disciplinares dos alunos? Das consequências que lhes podiam cair em cima?
- Isso pode existir. Já me têm feito referências a essa possibilidade. Mas voltamos de novo ao ponto da organização funcionar. O professor até pode ter receio ou até pode ter medo. Admito. Não é saudável, mas admito.
- Falava na organização para superar isso?
- Exacto. Com o funcionamento da organização. O professor tem de ser apoiado, não pode estar a não ser numa equipa de professores que o possam sentir mais seguro, com mais força. Por isso é que eu insisto muito no tópico da escola como organização. É aí que se superam as deficiências e as dificuldades inevitáveis em todas as organizações. Seja qual for, em qualquer equipa de trabalho. As pessoas não precisam de ser todas excelentes. Precisa é de ter excelência naquelas equipas. E isso é que as nossas escolas tinham um défice dessa responsabilização individual, dessa exigência de trabalho de equipa.
- Não era uma organização a sério?
- Não era uma organização que fosse gerida por esses princípios. E voltando à questão da indisciplina. Eu já tenho dito muitas vezes que o problema mais difícil do sistema educativo, e digo-lhe com toda a franqueza, é a questão do valor do saber. O valor do trabalho e do estudo naquela organização chamada escola. A especificidade da escola é que é uma organização que se institui em torno do objectivo do estudo, do saber e do conhecimento.
- É essa a questão central do sistema educativo?
- Para mim é. E quando este elemento não está no centro da escola é muito difícil resolver os outros problemas. Fala-se muito de indisciplina mas esse é o problema central.
- De indisciplina e de violência.
- A dimensão mais grave da indisciplina é quando impede que os bons alunos possam trabalhar tranquilamente. E mesmo os alunos médios que não sentem um ambiente de trabalho e de estudo.
- Uma das críticas que se faz é ao facilitismo instalado na escola pública. Não há exigência, não há trabalho. Que a escola devia chumbar quem não sabe e não trabalha? Concorda com isto?
- Sabe que há muitas contradições nesse discurso. E no nosso sistema há muitas contradições. Porque, em minha opinião, a repetência ou o chumbo é o elemento mais facilitista do sistema educativo.
- Mais facilista? Como?
- É a coisa mais fácil. O aluno está com dificuldades, fica ali num cantinho da sala e no final do ano repete. Isso é o que há de mais facilitista no nosso sistema. E são muitos e pratica-se com demasiada frequência.
- Com muita frequência?
- Sim. Eu tenho um estudo do PISA ( Programme for International Student Assessment) com coisas muito interessantes. Este estudo procura comparar os resultados dos países do Sul que têm todos estes fenómenos da repetência e como a repetência não ajuda a melhorar os resultados escolares.
- Não ficam a saber mais?
- Não. O princípio é este: não sabes ficas mais um ano para repetires toda a matéria que deste para ficares a saber. E o que acontece é que a segunda parte desta premissa não se verifica. Ele chumba, fica para repetir, repete mas não aprende. Pelo contrário. Desaprende.
- Fica pior?
- Fica pior. E por isso é que eu digo que é facilitista porque é a maneira de deixar os alunos entregues a si mesmo. É uma contradição do nosso sistema. Que é considerar que a exigência se mede pelo número dos que repetem. Nós temos inúmeros alunos a repetir muito mais do que a média de todos os países da Europa ou mesmo da OCDE. Somos o País em que há mais repetências.
- Mais chumbos?
- Somos o País em que há mais chumbos. E por aí o nosso sistema não seria facilitista, seria exigente, mas na realidade é facilitista porque essa repetência não serve para aumentar o rigor e a exigência de trabalho com esses alunos. Ficam numa espécie de limbo que depois prejudicam muitíssimo os nossos resultados como se pode ver no estudo do PISA.
- Prejudicam como?
- Se considerarmos na amostra os alunos que não repetem, os alunos que estão no ciclo adequado à sua idade têm valores iguais à média dos países da OCDE. Até produzimos mais excelência. Isto é, os nossos alunos do 7 º ano muito bons são melhores do que os muito bons dos outros países. Mas depois temos o peso dos que chumbam, dos que ficam retidos, que puxam os nossos resultados médios para baixo.
- Mas não defende que esses alunos deviam passar todos para melhorar as médias, pois não?
- Não, claro que não. O que significa é que a repetência devia constituir um espaço de trabalho efectivo para que eles recuperassem. O problema é que esses alunos nunca recuperam.
- Ficam para trás?
- Vão repetindo, ficam para trás e pesam nos resultados globais muito negativamente porque a repetência, de facto, na minha opinião, é facilitista porque não é um meio de os obrigar a estudar a mais e a aprender.
- Como é que isso se resolve? É a escola e a sua organização?
- Temos de diversificar. Não pode ser mais do mesmo. Quando se percebe que, por diversas razões, em determinado momento do percurso escolar de um aluno as coisas não estão a funcionar a diversidade de instrumentos pedagógicos e as estratégias de ensino deviam ser imediatamente accionadas. Repare que em Portugal 10 por cento das crianças com sete anos de idade chumbam. Não há nenhum País na Europa com este fenómeno.
- Aos sete anos?
- Aos sete anos de idade.
- Porquê?
- A razão são as dificuldades com a leitura. São crianças que aos sete anos não aprendem a ler com a desenvoltura da maior parte das crianças. O que era preciso não era chumbá-las. Era no momento exacto em que se percebem as dificuldades superá-las com mais trabalho. Com outras estratégias. Porque hoje há muito conhecimento, a pedagogia evoluiu imenso.
- Para isso é preciso mais preparação dos professores?
- Mais preparação também. Evidentemente. Sabe que o Plano Nacional de Leitura está a pôr isto a descoberto.
- A descobrir as insuficiências?
- As insuficiências e a accionar os meios de formação dos professores. Mas o segredo, na minha opinião, para combater esta questão da repetência, era a diversificação no momento, atempada, para recuperar os alunos. Ou seja, este método não está a dar é preciso accionar imediatamente o outro e não perder os alunos.
- Isso leva-nos também aos exames. Não acha que os exames sejam uma componente essencial do sistema. É assim, não é?
- Eu acho que os exames são um elemento importante no sistema educativo. Como as provas de aferição. Porque são momentos de avaliação externa. São provas que medem de uma forma harmonizada os níveis de conhecimento e competência que os alunos atingiram.
- Então são importantes.
- São. Mas agora repare. Nós podemos defender isso do ponto de vista dos princípios e até concretizar nos exames. Mas a questão é o que é que nós fazemos com os exames. É que para melhorar o sistema educativo temos de fazer alguma coisa. Nós tivemos exames durante dez anos no ensino secundário e os resultados só pioraram. Só pioraram. Ao longo de dez anos a taxa de insucesso foi sempre a aumentar.
- Porquê?
- Porque instituímos os exames e depois não fizemos com os exames o que deveríamos ter feito. Que é devolver os exames às escolas, dizer aos professores e às escolas que há deficiências de ensino, vamos lá ver como é que isto melhora. Acho que o momento em que se decide fazer a reforma do secundário já está relacionado com esta avaliação dos resultados dos exames. E penso que a reforma foi muito positiva, mas não chegou.
- O que é que se fez para além da reforma?
- Passámos a devolver os exames aos professores, às escolas, a exigir relatórios sobre o que se estava a passar, fazer também as provas intercalares, para que não haja só a surpresa no final do ano, para que os professores possam ir medindo ao longo do ano o trabalho que está a ser feito com os alunos. Os exames podem ser muito importantes mas têm de ser mais do que castigar os alunos. Faz-se um exame para quê? Para deixar muitos alunos de fora? Isso parece-me um pouco curto.
- Então para que é que se faz um exame?
- Em primeiro lugar para medir o nível das competências e dos conhecimentos e a seguir tentar elevar. Verificar que estamos mal a Física, estamos mal a Matemática e que se tem de fazer qualquer coisa a seguir.
- A violência nas escolas tem aumentado ou diminuído? Não há um certo alarmismo?
- Todos os dados apontam para a diminuição. Uma das medidas mais importantes que tomámos foi a das aulas de substituição. Reduziu muito a indisciplina.
- Reduziu com essa medida?
- Reduziu porque os alunos deixaram de estar horas a fio no recreio. Não havia momento algum do dia que se passasse numa escola que não se vissem alunos no recreio, uma barulheira enorme. Hoje passa-se às nove horas numa escola e está tudo nas aulas.
- Há mais trabalho.
- Exacto. Está tudo a trabalhar. É o tal elemento de valorização do trabalho e do estudo que me parece essencial. Que os alunos distingam o que é o momento do trabalho do momento de brincadeira e quando vão para a escola vão para ter aulas definidas no horário e espaços de lazer, brincadeira ou de projecto. Se não for assim os jovens não se socializam nesse rigor.
- Portanto a indisciplina baixou com essa medida.
- Todos os dados apontam para isso. Mas sabe uma coisa? A nossa escola é um espaço muito pacífico. Não há inquérito aos jovens que não revele o gostos que os jovens têm nas escolas, com os professores, os amigos que fazem. Enquanto espaço de socialização a nossa escola é pacífica, integradora, que responde muito positivamente aos jovens.
- E a violência? Nasce onde?
- Os casos de violência são gerados no exterior da escola. Há escolas em meios muito difíceis, há escolas que são hoje o que são em resultado de políticas de território erradas. É por isso que eu sou defensora da municipalização de uma parte do ensino porque os municípios têm condições de ter políticas para as escolas. Os autarcas são responsáveis de todos os sectores e podem ter políticas mais amigáveis para o sistema educativo. Há escolas em condições tais que é um milagre a forma como essas escolas resistem, apesar de tudo, o meio exterior.
- Quer dizer que os gangs não se formam nas escolas como alguns defendem?
- Com certeza que não. A minha visão é completamente contrária. A escola é um espaço pacífico. Muitas vezes não tem é os meios para resistir ao meio exterior, à violência não só física como a da pobreza, do desemprego ou outra violência social. Acha que as escolas fazem, em regra, milagres do ponto de vista da integração. Os casos de violência são pontuais, ocorrem em poucas escolas. Não significa que não sejam dramáticos. Mas são pontuais.
- A ideia que fica é a contrária, não acha?
- São pontuais. O que alastra mais é o problema dos comportamentos, da indisciplina, da tolerância a um certo desvio á regra. E isso é que eu acho muito importante até para combater o resto. Tornar as escolas com regras mais claras, mais respeitadoras do que são os espaços de trabalho, os espaços de estudo, os espaços de brincadeira. Essa clarificação é fundamental.
- Acha que o final do ano lectivo vai ser pacífico?
- Esse é o entendimento que fizemos com os sindicatos. Os sindicatos têm verbalizado que o entendimento é para salvar o terceiro período. Não sei se é para salvar, mas o que eu leio nessas palavras é a intenção dos sindicatos para acalmarem a situação e criarem um melhor clima de trabalho nas escolas. A pressão nas escolas é muito grande. E não é por causa da avaliação. É pelo facto de termos mais 32 mil alunos nas escolas, mais trinta por cento de um ano para o outro. Foram alunos que estavam no insucesso escolar e para isso contribuiu muito a criação dos cursos profissionalizantes. Estão a ser um sucesso nas escolas. Públicas e privadas.
- Com menos dinheiro, menos pessoas conseguiu mais resultados. Isto é verdade?
- É verdade.
- Foi difícil? Ou foi apenas uma imposição do défice?
- A dificuldade foi evidente. Foi difícil. Mas foi necessário ter um controlo sobre o instrumento de colocação de professores. É por aí que passa o essencial. E mesmo num quadro de mais autonomia para as escolas até no recrutamento de professores mantivemos o controlo nas entradas. Isso é decisivo. Porque cerca de 97 por cento do nosso orçamento são remunerações certas e permanentes. E isso não prejudicou, e foi esse o meu acordo com o senhor primeiro-ministro e o senhor ministro das Finanças, outras medidas muito importantes.
- Quais?
- Os cursos profissionalizantes, que tiveram financiamentos adicionais, por exemplo. De um certo ponto de vista a despesa cresceu. E o que se economizou com as remunerações certas e permanentes serviu para financiar vários programas, como o enriquecimento curricular que custa ao Ministério mais de 100 milhões de euros, as refeições escolares e outras medidas. Fizemos foi escolhas e controlámos a contratação.
- Quando chegou aqui esperava encontrar tantas dificuldades?
- Não sei responder a essa pergunta.
- Não tinha uma expectativa do que ia passar?
- Não. Eu acho que a dificuldade também é o resultado daquilo que conseguimos concretizar. É o reverso da nossa ambição. Fizemos muito, mudanças muito profundas. A reacção e as dificuldades resultam disso. Se não fossemos tão longe teríamos tido menos dificuldades. Agora, tudo isto foi sendo construído.
- E sempre com grande apoio político?
- Sempre com grande determinação e apoio.
- Sem esse apoio os ministros caem.
- Eu não tenho essa experiência.
- Quando houve esta remodelação as pessoas estavam à espera que caísse. E os professores estavam certos disso. É preciso muito apoio político para se manter no cargo.
- Não me tem faltado apoio político. Nem do primeiro-ministro nem do Governo. Todo o Governo é muito solidário com as políticas na área da Educação. Porque o Governo também sofre o embate. Não é só a ministra da Educação. Tem havido uma grande compreensão e apoio. É muito interessante, é muito extraordinário.
- A solidariedade?
- É. É uma experiência muito interessante. E também do Partido Socialista.
- Apesar de algumas vozes críticas.
- O Partido Socialista é muito plural. São coisas naturais.
- A sua política é bem diferente da seguida pelos Governos do PS do tempo de António Guterres.
- As condições são diferentes. Há algumas linhas de continuidade. Os anteriores Governos do PS desenvolveram ainda uma política de expansão do sistema na área do pré-escolar que foi muito importante. E o das bibliotecas escolares. Que têm tido continuidade. Há linhas de continuidade e de ruptura.
PERFIL
Maria de Lurdes Reis Rodrigues nasceu em Lisboa no dia 19 de Março de 1956. Licenciou-se em Sociologia no ISCTE, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa, em 1984. Em 1996, doutorou-se em Sociologia no ISCTE e fez provas de agregação em Sociologia em 2003. Foi presidente do Conselho Científico do ISCTE entre 2004 e 2005, foi docente do ISCTE de 1986 a 2005, investigadora do CIES, Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, presidente do Observatório das Ciências e das Tecnologias do Ministério da Ciência e da Tecnologia de 1997 a 2002, representante nacional no Grupo Indicadores para a Sociedade da Informação da OCDE. É ministra da Educação desde 2005.
UMA GRANDE SENHORA NA EDUCAÇÃO
Importa desde já fazer um pequeno registo de interesses. O jornalista tem uma grande admiração pela ministra da Educação, acha que tem feito um grande trabalho no Ministério da 5 de Outubro e tomado um conjunto de medidas que eram necessárias há muitos anos e que por falta de coragem política foram sendo sucessivamente adiadas. Mas as opiniões, como é óbvio, não interferem na forma como as questões foram colocadas a Maria de Lurdes Rodrigues na quinta-feira, à hora de almoço, numa pequena sala do 13.º andar do Ministério da Educação, logo a seguir à assinatura do acordo com os sindicatos sobre a avaliação dos professores. Uma avaliação que a ministra continua a defender com unhas e dentes e que considera essencial levar para a frente. Maria de Lurdes Rodrigues não pára, muitas vezes nem para almoçar. A semana que passou foi uma delas. Praticamente sem tempo para almoçar. E a mulher dura, necessariamente com muito mau feitio para suportar os ataques duríssimos de sindicatos e da generalidade dos partidos da Oposição, é uma senhora adorável que pergunta ao jornalista se pode ir comendo umas bolachas durante a entrevista. Uma mulher determinada, inteligente, que percebe bem as razões que levam os professores para a rua. Nunca, em trinta anos, alguém lhes impôs princípios que são hoje universais.
António Ribeiro Ferreira
In: http://www.correiomanha.pt/
“Somos o País em que há mais chumbos”
Maria de Lurdes Rodrigues ministra da educação recusa ter feito chantagem sobre os sindicatos para obter um acordo na avaliação dos professores e continua a dizer que seria impensável não haver quaisquer consequências dessa avaliação na carreira e nos vencimentos dos docentes. Afirma que os chumbos são uma forma de facilitismo para resolver os problemas dos alunos com dificuldades, porque os deixa entregues a si mesmos. E revela que Portugal é o país onde há mais chumbos .
Correio da Manhã – Este acordo com os sindicatos a propósito da avaliação dos professores teve por base uma chantagem do Governo, como afirmou a socialista Ana Benavente?
Maria de Lurdes Rodrigues – Não, não foi feita nenhuma chantagem. Repare, o que aconteceu é que, em minha opinião, os professores foram induzidos no erro de pensar que era possível não haver avaliação e daí não ocorrerem nenhumas consequências.
- Tem consequências nos contratos e nos vencimentos?
- O que está estabelecido no decreto regulamentar é que a avaliação, que no anterior modelo não tinha qualquer consequência em termos de progressão na carreira e contagem do tempo de serviço, neste modelo tem consequências. E era necessário chamar a atenção para as consequências.
- Foi isso que alguns apelidaram de chantagem?
- Claro. O que acontece é que Governo nenhum, na minha opinião, estaria disponível para abrir uma excepção para os professores num quadro em que toda a administração pública está a ser avaliada e tem condicionamentos na sua progressão em função dos resultados da avaliação.
- E os professores não têm consequências tão gravosas, pois não?
- No caso da administração pública é pior porque mesmo com avaliações positivas o que acontece é que as progressões estão dependentes da autorização da chefia directa, de questões orçamentais.
- Estão limitadas.
- Exactamente. E no caso dos professores a situação é muito diferente porque nós temos a noção de que a função docente é diferente, mais exigente, tem outras características, tem um modelo diferente. Agora não podíamos criar uma situação em que não concretizando a avaliação se colocava o problema do que é que acontecia na carreira.
- A chantagem, em suma, foi apenas esse alerta?
- Isso foi lido por alguns sectores como sendo chantagem. Na minha opinião foi apenas a clarificação da situação. Porque eu ouvi muitos dirigentes sindicais, no momento mais alto da contestação, dizerem que não ia acontecer nada porque os professores não podem ser prejudicados.
- Quis avisá-los que iam mesmo ser prejudicados?
- Exactamente. Seriam seguramente prejudicados porque nenhum Governo, este ou outro qualquer, de criar uma situação de excepção para os professores. E era mau, muito mau para os professores.
- Porquê?
- Porque era transmitir à opinião pública a mensagem de que os professores estão fora daquilo que é a normalidade.
- De que eram uma excepção?
- Uma excepção, um corpo à parte. Os professores não precisam disso. Os professores não precisam de ser um corpo à parte. Precisam de ter condições diferentes do resto da administração pública, como têm neste modelo de avaliação.
- Foram precisos muitos anos para se arranjar um modelo de avaliação dos professores. Porquê? Por receio político?
- E de outros funcionários públicos, não foram só os professores. Esta situação não era um exclusivo dos professores. Foi difícil, está ainda a ser difícil, vai ser difícil durante alguns anos porque foram muitos anos em que aquilo que vigorou foi um paradigma que é contrário, em quase todas as dimensões, àquele que é o paradigma que estamos a tentar concretizar agora.
- É um novo paradigma?
- É um novo paradigma seguramente. Repare. A divisão da carreira em duas categorias é uma situação que é muita estranha para os professores. Porque durante trinta anos as associações sindicais construíram um grupo homogéneo, acabaram com todas as diferenças.
- Todos iguais?
- Todos iguais. Os professores do 1 º ciclo eram diferentes, os professores de ginástica eram diferentes, os professores de educação visual eram diferentes de todos os outros professores. Tudo acabou. A única variável que os professores continuaram a considerar legítima para os distinguir era o tempo de serviço. Era a carreira.
- Só isso?
- Só isso. Mas esse tempo de serviço era muitas vezes um tempo de calendário.
- Não significava serviço efectivo?
- Não, era um tempo de calendário. Agora estamos a propor uma alteração completa. Que é a reestruturação da carreira em sentido vertical, a sua verticalização. E isso é absolutamente necessário porque se fazem as comparações com outras profissões e com a profissão docente em outros países e este é o caminho natural de evolução de uma profissão. Nenhuma profissão pode ser de progressão cilíndrica, em que não nenhuma estruturação vertical. Porque isso é contrário ao princípio de carreira.
- Porquê?
- O princípio de carreira a estruturar as profissões significa que se admite que mais tempo de serviço significa mais experiência, mais competências. Há carreiras em que nós admitimos que o tempo de experiência conta, é uma mais-valia.
- Isso não se passava com os professores?
- Não. Havia carreira, havia os professores mais experientes, mais graduados e melhor remunerados mas isso não correspondia a nenhuma responsabilidade. O que fizemos foi reestruturar, no fundo formalizámos essa diferença e os professores com mais experiência e mais competências devem assumir mais responsabilidades no interior da escola, mais tempo de trabalho na escola e devem ter mais responsabilidades na avaliação e acompanhamento dos professores mais novos. E isto são mecanismos comuns a todas as profissões e eram uma excepção na função docente.
- E isso é muito estranho para os professores?
- Eu sei que é muito importante concretizar estes princípios. Mas também sei que isto é muito estranho para a maioria dos professores.
- Era o tal paradigma de que falava?
- É.
- Esse paradigma foi alimentado politicamente durante muitos anos e deixaram os professores funcionar completamente à solta, não acha?
- Isso já não diria.
- Não foram os sindicatos que determinaram durante anos toda a legislação produzida neste Ministério?
- Não tive essa experiência. Não tinha nenhuma experiência no Ministério da Educação. Ouço dizer isso muitas vezes mas eu na realidade não sei, não conheço o suficiente para poder dizer que foi ou não assim.
- Mas consigo mudou essa situação. A decisão política não é deixada aos sindicatos.
- Não sei se mudou a decisão. O que lhe posso dizer é que comigo não é assim. Com esta equipa não é assim. Com esta equipa são apresentadas propostas aos sindicatos, que obedecem a alguns princípios. Normalmente decidem-se princípios, depois dá-se corpo a esses princípio nos decretos-leis, nas leis e depois as coisas fazem o seu caminho.
- Mas os sindicatos queixam-se que de a sua equipa quando vai para negociação já vai com posições definitivas e apenas perguntam a opinião deles. Que não há verdadeiras negociações.
- Vamos lá ver. O que é a negociação? A negociação não pode significar, é bom que não signifique, a perda daquilo que são os pontos de partida, os pontos de referência. O Ministério da Educação, pelas razões que já lhe disse, considera muito importante reestruturar a carreira em duas categorias: professor e professor titular.
- E os sindicatos nem querem ouvir falar disso?
- Os sindicatos reagem negativamente, não aceitam a necessidade de reestruturar a carreira por razões que eu consigo compreender até pela história recente da carreira docente. Não aceitam. Mas o Ministério vai para a frente com a proposta, apresenta uma proposta de reestruturação da carreira. Os sindicatos vão para a negociação e de duas uma: ou têm capacidade de destruir, convencer o Ministério da Educação de que isto é errado, ou não.
- E como é não têm de se aproximar da sua posição?
- Se percebem que é um princípio de que o Ministério da Educação não abdicará então vamos ver como é que esta proposta de concretizará causando prejuízos mínimos ou transições mais suaves. Admite que há transições que podem ser muito mais suaves. E isso é que faz toda a diferença num processo negocial. É a intransigência, é o ponto de afastamento em relação àquilo que são os princípios de cada uma das partes.
- E essa intransigência tem sido grande da sua parte?
- Admito que tenha havido na revisão do estatuto da carreira docente e em algumas novas regras que foram introduzidas princípios, como este da reestruturação da carreira, que é o mais simbólico, digamos assim, que são totalmente estranhos aos...
- Professores?
- Aos professores e aos sindicatos. Mas como a estratégia dos sindicatos não deu resultados com esta equipa em relação aos princípios definidos muitas vezes admito que haja a percepção por parte de quem está a negociar que não houve uma verdadeira negociação. Mas há muita margem de trabalho entre o princípio e a sua aplicação.
- Como se vai concretizar no terreno?
- Exacto. A dificuldade nos processos negociais é encontrar os espaços de trabalho conjunto, que foi o que conseguimos, apesar de tudo, agora neste processo de entendimento sobre a avaliação. Os sindicatos não saíram da sua posição, continuam a considerar que não era necessário mudar o modelo de avaliação, continuam a usar vários adjectivos sobre este modelo e nós continuamos a manter os nossos pontos de vista. Mas conseguimos encontrar esse espaço de negociação na concretização.
- Há algumas críticas aos sindicatos por terem assinado esse acordo.
- O memorando de entendimento é sério porque nenhuma das partes abdicou dos seus princípios, nem de os continuar a declarar e defender. Em qualquer caso do lado do Ministério da Educação há uma aproximação àquilo que são as preocupações dos professores. Isto é, se a preocupação é com os efeitos negativos da avaliação, então vamos criar aqui um espaço de maior exigência e de confirmação.
- Agora já não são penalizados á primeira avaliação negativa, não é?
- Exacto. Já não é à primeira avaliação negativa que as pessoas são penalizadas.
- Quando é que um professor sente de facto na pele e é penalizado por ser um mau professor?
- No segundo ciclo. Com a confirmação. Todos aqueles que tiverem uma avaliação que confirme a avaliação negativa sofrerão os efeitos desse resultado.
- Falando da qualidade dos professores. O ponto máximo de mobilização dos professores, na manifestação de 8 de Março, foi a avaliação. Muitos professores terão medo da avaliação? Qual é, em sua opinião, a qualidade média dos professores? É boa, medíocre ou má?
- Já me têm feito essa pergunta.
- Qual é sua ideia, que expectativa tem dos resultados da avaliação?
- Acho que a profissão dos professores é como todas as outras profissões.
- Claro.
- Há de tudo. Veja a comparação que muitas vezes se faz entre a escola pública e a escola privada. Diz-se que a escola privada funciona melhor, tem melhores resultados, tem melhores professores, podia deduzir-se isso. Mas não se pode dizer isso, até porque a base de recrutamento dos professores é a mesma. Muitas vezes os professores são os mesmos, porque acumulam. As escolas profissionais são um exemplo dessa acumulação.
- Essas acumulações não prejudicam a escola pública?
- Nestes últimos três anos criámos umas regras que impedem essas acumulações com a facilidade que acontecia anteriormente. Mas como lhe dizia, a base de recrutamento é a mesma. O que muda são as regras, a organização. As organizações quando funcionam superam as insuficiências dos profissionais. É o que acontece num hospital. Um médico falta e é substituído porque funciona a organização. É o que acontece nos colégios privados e que muitas vezes não ocorre nas escolas públicas. É justamente o efeito organização. Acho que os professores têm práticas excelentes, práticas muito boas, práticas boas e haverá casos, como costume dizer, de falha de vocação.
- E de preparação de base, não acha?
- De preparação de base. Também admito. Mas não é nada que não se supere com o trabalho. Nós aprendemos muito ao longo da vida, mesmo com uma preparação de base deficiente. Há sempre muitas oportunidades de melhorarmos as nossas prestações e o nosso conhecimento. Agora, a diferença são as exigências e as regras de funcionamento organizacional.
- Isso leva-nos ao novo modelo de gestão das escolas.
- Ao modelo de gestão e o modelo de avaliação também. A avaliação dá às escolas, a quem dirige as escolas, tanto do ponto de vista da gestão como pedagógico, os meios para distinguir os melhores professores. No fundo, para estabelecer os diferenciais de qualidade. Estabelecer o que é um professor excelente para essa organização, o que é muito bom e por aí adiante. E os professores com esses referenciais podem evoluir e aproximar-se desses modelos.
- Coisa que agora ainda não há na escola pública.
- Agora em espaços organizacionais em que estes modelos não existem, tanto faz ser muito bom como muito mau, não há consequências. É por isso que eu sou uma defensora do modelo de avaliação. Deste ou de outro qualquer. Já tenho dito e repito. Eu acho que não há modelos ideais. Cada País tem o seu modelo.
- É muito subjectivo?
- O importante é que exista um modelo, que tenha consequências e que seja apropriado pelos próprios profissionais, que sejam os profissionais a defender o modelo de avaliação. Isso é absolutamente essencial. O pior que pode acontecer é quando os instrumentos de gestão são desvalorizados por quem deles pode beneficiar. Mas eu creio que não é isso que vai acontecer.
- O novo modelo de gestão, com a figura do director, não vai permitir resolver em grande parte os problemas de indisciplina e violência nas escolas?
- Para o problema da indisciplina eu acho que há um conjunto de medidas que têm de ser convergentes com esse objectivo. O modelo de gestão que foi aprovado e que será agora publicado é um modelo que reforça a autoridade, os princípios de autoridade e de responsabilização no interior da organização. Agora também foi importante a revisão do Estatuto do Aluno.
- Também muito contestado.
- Foi importante a revisão na dimensão da desburocratização do procedimento. Na possibilidade da repreensão automática. Porque no anterior estatuto a repreensão não era automática. Primeiro fazia um requerimento e depois é que repreendia. Isso é que não pode ser.
- Não havia também algum medo dos professores de fazerem participações disciplinares dos alunos? Das consequências que lhes podiam cair em cima?
- Isso pode existir. Já me têm feito referências a essa possibilidade. Mas voltamos de novo ao ponto da organização funcionar. O professor até pode ter receio ou até pode ter medo. Admito. Não é saudável, mas admito.
- Falava na organização para superar isso?
- Exacto. Com o funcionamento da organização. O professor tem de ser apoiado, não pode estar a não ser numa equipa de professores que o possam sentir mais seguro, com mais força. Por isso é que eu insisto muito no tópico da escola como organização. É aí que se superam as deficiências e as dificuldades inevitáveis em todas as organizações. Seja qual for, em qualquer equipa de trabalho. As pessoas não precisam de ser todas excelentes. Precisa é de ter excelência naquelas equipas. E isso é que as nossas escolas tinham um défice dessa responsabilização individual, dessa exigência de trabalho de equipa.
- Não era uma organização a sério?
- Não era uma organização que fosse gerida por esses princípios. E voltando à questão da indisciplina. Eu já tenho dito muitas vezes que o problema mais difícil do sistema educativo, e digo-lhe com toda a franqueza, é a questão do valor do saber. O valor do trabalho e do estudo naquela organização chamada escola. A especificidade da escola é que é uma organização que se institui em torno do objectivo do estudo, do saber e do conhecimento.
- É essa a questão central do sistema educativo?
- Para mim é. E quando este elemento não está no centro da escola é muito difícil resolver os outros problemas. Fala-se muito de indisciplina mas esse é o problema central.
- De indisciplina e de violência.
- A dimensão mais grave da indisciplina é quando impede que os bons alunos possam trabalhar tranquilamente. E mesmo os alunos médios que não sentem um ambiente de trabalho e de estudo.
- Uma das críticas que se faz é ao facilitismo instalado na escola pública. Não há exigência, não há trabalho. Que a escola devia chumbar quem não sabe e não trabalha? Concorda com isto?
- Sabe que há muitas contradições nesse discurso. E no nosso sistema há muitas contradições. Porque, em minha opinião, a repetência ou o chumbo é o elemento mais facilitista do sistema educativo.
- Mais facilista? Como?
- É a coisa mais fácil. O aluno está com dificuldades, fica ali num cantinho da sala e no final do ano repete. Isso é o que há de mais facilitista no nosso sistema. E são muitos e pratica-se com demasiada frequência.
- Com muita frequência?
- Sim. Eu tenho um estudo do PISA ( Programme for International Student Assessment) com coisas muito interessantes. Este estudo procura comparar os resultados dos países do Sul que têm todos estes fenómenos da repetência e como a repetência não ajuda a melhorar os resultados escolares.
- Não ficam a saber mais?
- Não. O princípio é este: não sabes ficas mais um ano para repetires toda a matéria que deste para ficares a saber. E o que acontece é que a segunda parte desta premissa não se verifica. Ele chumba, fica para repetir, repete mas não aprende. Pelo contrário. Desaprende.
- Fica pior?
- Fica pior. E por isso é que eu digo que é facilitista porque é a maneira de deixar os alunos entregues a si mesmo. É uma contradição do nosso sistema. Que é considerar que a exigência se mede pelo número dos que repetem. Nós temos inúmeros alunos a repetir muito mais do que a média de todos os países da Europa ou mesmo da OCDE. Somos o País em que há mais repetências.
- Mais chumbos?
- Somos o País em que há mais chumbos. E por aí o nosso sistema não seria facilitista, seria exigente, mas na realidade é facilitista porque essa repetência não serve para aumentar o rigor e a exigência de trabalho com esses alunos. Ficam numa espécie de limbo que depois prejudicam muitíssimo os nossos resultados como se pode ver no estudo do PISA.
- Prejudicam como?
- Se considerarmos na amostra os alunos que não repetem, os alunos que estão no ciclo adequado à sua idade têm valores iguais à média dos países da OCDE. Até produzimos mais excelência. Isto é, os nossos alunos do 7 º ano muito bons são melhores do que os muito bons dos outros países. Mas depois temos o peso dos que chumbam, dos que ficam retidos, que puxam os nossos resultados médios para baixo.
- Mas não defende que esses alunos deviam passar todos para melhorar as médias, pois não?
- Não, claro que não. O que significa é que a repetência devia constituir um espaço de trabalho efectivo para que eles recuperassem. O problema é que esses alunos nunca recuperam.
- Ficam para trás?
- Vão repetindo, ficam para trás e pesam nos resultados globais muito negativamente porque a repetência, de facto, na minha opinião, é facilitista porque não é um meio de os obrigar a estudar a mais e a aprender.
- Como é que isso se resolve? É a escola e a sua organização?
- Temos de diversificar. Não pode ser mais do mesmo. Quando se percebe que, por diversas razões, em determinado momento do percurso escolar de um aluno as coisas não estão a funcionar a diversidade de instrumentos pedagógicos e as estratégias de ensino deviam ser imediatamente accionadas. Repare que em Portugal 10 por cento das crianças com sete anos de idade chumbam. Não há nenhum País na Europa com este fenómeno.
- Aos sete anos?
- Aos sete anos de idade.
- Porquê?
- A razão são as dificuldades com a leitura. São crianças que aos sete anos não aprendem a ler com a desenvoltura da maior parte das crianças. O que era preciso não era chumbá-las. Era no momento exacto em que se percebem as dificuldades superá-las com mais trabalho. Com outras estratégias. Porque hoje há muito conhecimento, a pedagogia evoluiu imenso.
- Para isso é preciso mais preparação dos professores?
- Mais preparação também. Evidentemente. Sabe que o Plano Nacional de Leitura está a pôr isto a descoberto.
- A descobrir as insuficiências?
- As insuficiências e a accionar os meios de formação dos professores. Mas o segredo, na minha opinião, para combater esta questão da repetência, era a diversificação no momento, atempada, para recuperar os alunos. Ou seja, este método não está a dar é preciso accionar imediatamente o outro e não perder os alunos.
- Isso leva-nos também aos exames. Não acha que os exames sejam uma componente essencial do sistema. É assim, não é?
- Eu acho que os exames são um elemento importante no sistema educativo. Como as provas de aferição. Porque são momentos de avaliação externa. São provas que medem de uma forma harmonizada os níveis de conhecimento e competência que os alunos atingiram.
- Então são importantes.
- São. Mas agora repare. Nós podemos defender isso do ponto de vista dos princípios e até concretizar nos exames. Mas a questão é o que é que nós fazemos com os exames. É que para melhorar o sistema educativo temos de fazer alguma coisa. Nós tivemos exames durante dez anos no ensino secundário e os resultados só pioraram. Só pioraram. Ao longo de dez anos a taxa de insucesso foi sempre a aumentar.
- Porquê?
- Porque instituímos os exames e depois não fizemos com os exames o que deveríamos ter feito. Que é devolver os exames às escolas, dizer aos professores e às escolas que há deficiências de ensino, vamos lá ver como é que isto melhora. Acho que o momento em que se decide fazer a reforma do secundário já está relacionado com esta avaliação dos resultados dos exames. E penso que a reforma foi muito positiva, mas não chegou.
- O que é que se fez para além da reforma?
- Passámos a devolver os exames aos professores, às escolas, a exigir relatórios sobre o que se estava a passar, fazer também as provas intercalares, para que não haja só a surpresa no final do ano, para que os professores possam ir medindo ao longo do ano o trabalho que está a ser feito com os alunos. Os exames podem ser muito importantes mas têm de ser mais do que castigar os alunos. Faz-se um exame para quê? Para deixar muitos alunos de fora? Isso parece-me um pouco curto.
- Então para que é que se faz um exame?
- Em primeiro lugar para medir o nível das competências e dos conhecimentos e a seguir tentar elevar. Verificar que estamos mal a Física, estamos mal a Matemática e que se tem de fazer qualquer coisa a seguir.
- A violência nas escolas tem aumentado ou diminuído? Não há um certo alarmismo?
- Todos os dados apontam para a diminuição. Uma das medidas mais importantes que tomámos foi a das aulas de substituição. Reduziu muito a indisciplina.
- Reduziu com essa medida?
- Reduziu porque os alunos deixaram de estar horas a fio no recreio. Não havia momento algum do dia que se passasse numa escola que não se vissem alunos no recreio, uma barulheira enorme. Hoje passa-se às nove horas numa escola e está tudo nas aulas.
- Há mais trabalho.
- Exacto. Está tudo a trabalhar. É o tal elemento de valorização do trabalho e do estudo que me parece essencial. Que os alunos distingam o que é o momento do trabalho do momento de brincadeira e quando vão para a escola vão para ter aulas definidas no horário e espaços de lazer, brincadeira ou de projecto. Se não for assim os jovens não se socializam nesse rigor.
- Portanto a indisciplina baixou com essa medida.
- Todos os dados apontam para isso. Mas sabe uma coisa? A nossa escola é um espaço muito pacífico. Não há inquérito aos jovens que não revele o gostos que os jovens têm nas escolas, com os professores, os amigos que fazem. Enquanto espaço de socialização a nossa escola é pacífica, integradora, que responde muito positivamente aos jovens.
- E a violência? Nasce onde?
- Os casos de violência são gerados no exterior da escola. Há escolas em meios muito difíceis, há escolas que são hoje o que são em resultado de políticas de território erradas. É por isso que eu sou defensora da municipalização de uma parte do ensino porque os municípios têm condições de ter políticas para as escolas. Os autarcas são responsáveis de todos os sectores e podem ter políticas mais amigáveis para o sistema educativo. Há escolas em condições tais que é um milagre a forma como essas escolas resistem, apesar de tudo, o meio exterior.
- Quer dizer que os gangs não se formam nas escolas como alguns defendem?
- Com certeza que não. A minha visão é completamente contrária. A escola é um espaço pacífico. Muitas vezes não tem é os meios para resistir ao meio exterior, à violência não só física como a da pobreza, do desemprego ou outra violência social. Acha que as escolas fazem, em regra, milagres do ponto de vista da integração. Os casos de violência são pontuais, ocorrem em poucas escolas. Não significa que não sejam dramáticos. Mas são pontuais.
- A ideia que fica é a contrária, não acha?
- São pontuais. O que alastra mais é o problema dos comportamentos, da indisciplina, da tolerância a um certo desvio á regra. E isso é que eu acho muito importante até para combater o resto. Tornar as escolas com regras mais claras, mais respeitadoras do que são os espaços de trabalho, os espaços de estudo, os espaços de brincadeira. Essa clarificação é fundamental.
- Acha que o final do ano lectivo vai ser pacífico?
- Esse é o entendimento que fizemos com os sindicatos. Os sindicatos têm verbalizado que o entendimento é para salvar o terceiro período. Não sei se é para salvar, mas o que eu leio nessas palavras é a intenção dos sindicatos para acalmarem a situação e criarem um melhor clima de trabalho nas escolas. A pressão nas escolas é muito grande. E não é por causa da avaliação. É pelo facto de termos mais 32 mil alunos nas escolas, mais trinta por cento de um ano para o outro. Foram alunos que estavam no insucesso escolar e para isso contribuiu muito a criação dos cursos profissionalizantes. Estão a ser um sucesso nas escolas. Públicas e privadas.
- Com menos dinheiro, menos pessoas conseguiu mais resultados. Isto é verdade?
- É verdade.
- Foi difícil? Ou foi apenas uma imposição do défice?
- A dificuldade foi evidente. Foi difícil. Mas foi necessário ter um controlo sobre o instrumento de colocação de professores. É por aí que passa o essencial. E mesmo num quadro de mais autonomia para as escolas até no recrutamento de professores mantivemos o controlo nas entradas. Isso é decisivo. Porque cerca de 97 por cento do nosso orçamento são remunerações certas e permanentes. E isso não prejudicou, e foi esse o meu acordo com o senhor primeiro-ministro e o senhor ministro das Finanças, outras medidas muito importantes.
- Quais?
- Os cursos profissionalizantes, que tiveram financiamentos adicionais, por exemplo. De um certo ponto de vista a despesa cresceu. E o que se economizou com as remunerações certas e permanentes serviu para financiar vários programas, como o enriquecimento curricular que custa ao Ministério mais de 100 milhões de euros, as refeições escolares e outras medidas. Fizemos foi escolhas e controlámos a contratação.
- Quando chegou aqui esperava encontrar tantas dificuldades?
- Não sei responder a essa pergunta.
- Não tinha uma expectativa do que ia passar?
- Não. Eu acho que a dificuldade também é o resultado daquilo que conseguimos concretizar. É o reverso da nossa ambição. Fizemos muito, mudanças muito profundas. A reacção e as dificuldades resultam disso. Se não fossemos tão longe teríamos tido menos dificuldades. Agora, tudo isto foi sendo construído.
- E sempre com grande apoio político?
- Sempre com grande determinação e apoio.
- Sem esse apoio os ministros caem.
- Eu não tenho essa experiência.
- Quando houve esta remodelação as pessoas estavam à espera que caísse. E os professores estavam certos disso. É preciso muito apoio político para se manter no cargo.
- Não me tem faltado apoio político. Nem do primeiro-ministro nem do Governo. Todo o Governo é muito solidário com as políticas na área da Educação. Porque o Governo também sofre o embate. Não é só a ministra da Educação. Tem havido uma grande compreensão e apoio. É muito interessante, é muito extraordinário.
- A solidariedade?
- É. É uma experiência muito interessante. E também do Partido Socialista.
- Apesar de algumas vozes críticas.
- O Partido Socialista é muito plural. São coisas naturais.
- A sua política é bem diferente da seguida pelos Governos do PS do tempo de António Guterres.
- As condições são diferentes. Há algumas linhas de continuidade. Os anteriores Governos do PS desenvolveram ainda uma política de expansão do sistema na área do pré-escolar que foi muito importante. E o das bibliotecas escolares. Que têm tido continuidade. Há linhas de continuidade e de ruptura.
PERFIL
Maria de Lurdes Reis Rodrigues nasceu em Lisboa no dia 19 de Março de 1956. Licenciou-se em Sociologia no ISCTE, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa, em 1984. Em 1996, doutorou-se em Sociologia no ISCTE e fez provas de agregação em Sociologia em 2003. Foi presidente do Conselho Científico do ISCTE entre 2004 e 2005, foi docente do ISCTE de 1986 a 2005, investigadora do CIES, Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, presidente do Observatório das Ciências e das Tecnologias do Ministério da Ciência e da Tecnologia de 1997 a 2002, representante nacional no Grupo Indicadores para a Sociedade da Informação da OCDE. É ministra da Educação desde 2005.
UMA GRANDE SENHORA NA EDUCAÇÃO
Importa desde já fazer um pequeno registo de interesses. O jornalista tem uma grande admiração pela ministra da Educação, acha que tem feito um grande trabalho no Ministério da 5 de Outubro e tomado um conjunto de medidas que eram necessárias há muitos anos e que por falta de coragem política foram sendo sucessivamente adiadas. Mas as opiniões, como é óbvio, não interferem na forma como as questões foram colocadas a Maria de Lurdes Rodrigues na quinta-feira, à hora de almoço, numa pequena sala do 13.º andar do Ministério da Educação, logo a seguir à assinatura do acordo com os sindicatos sobre a avaliação dos professores. Uma avaliação que a ministra continua a defender com unhas e dentes e que considera essencial levar para a frente. Maria de Lurdes Rodrigues não pára, muitas vezes nem para almoçar. A semana que passou foi uma delas. Praticamente sem tempo para almoçar. E a mulher dura, necessariamente com muito mau feitio para suportar os ataques duríssimos de sindicatos e da generalidade dos partidos da Oposição, é uma senhora adorável que pergunta ao jornalista se pode ir comendo umas bolachas durante a entrevista. Uma mulher determinada, inteligente, que percebe bem as razões que levam os professores para a rua. Nunca, em trinta anos, alguém lhes impôs princípios que são hoje universais.
António Ribeiro Ferreira
In: http://www.correiomanha.pt/
19/04/2008
Destituyen a ministra (de education) Yasna Provoste
A sra. M. Lurdes Rodrigues e seus cumplices, fizeram um bom trabalho de tradução do modelo de avaliação chileno (tal facto não pode ser posto em causa).
No entanto, comparando com o Chile, já que foi "o seu país de eleição", será bom observar alguma da contestação de docentes daquele país (que apesar de forte, não se comparou a 100000 professores na rua) e ainda o fim que a Ministra da Educação teve.
Os nossos problemas são naturalmente diferentes, mas não são de todo menores.
O que temos certamente a menos é a coragem de alguns políticos, que se limitam a seguir orientações partidárias, mesmo quando em total desacordo, aprovando assim tudo o que um governo mimado, prepotente e arrogante quer, sem medir as consequências.
Que se vaya la ministra!!!
No entanto, comparando com o Chile, já que foi "o seu país de eleição", será bom observar alguma da contestação de docentes daquele país (que apesar de forte, não se comparou a 100000 professores na rua) e ainda o fim que a Ministra da Educação teve.
Os nossos problemas são naturalmente diferentes, mas não são de todo menores.
O que temos certamente a menos é a coragem de alguns políticos, que se limitam a seguir orientações partidárias, mesmo quando em total desacordo, aprovando assim tudo o que um governo mimado, prepotente e arrogante quer, sem medir as consequências.
Que se vaya la ministra!!!
"I Believe In You (Je Crois En Toi)"
Verse I:
Lonely
The path you have chosen
A restless road
No turning back
One day you
Will find your light again
Don't you know
Don't let go
Be strong
Chorus:
Follow your heart
Let your love
lead through the darkness
Back to a place
you once knew
I believe, I believe, I believe
In you
Follow your dreams
Be yourself
an angel of kindness
There's nothing that
you can not do
I believe, I believe, I believe
In you.
Verse II: (French)
Tout seul
Tu t'en iras tout seul
Coeur ouvert
A L'univers
Poursuis ta quete
Sans regarder derriere
N'attends pas
Que le jour
Se leve
Chorus (French):
Suis ton etoile
Va jusqu'ou ton reve t'emporte
Un jour tu le toucheras
Si tu crois si tu crois si tu crois
En toi
Suis la lumiere
N'eteins pas la flamme que tu portes
Au fond de toi souviens-toi
Que je crois que je crois
que je crois
En toi
Bridge:
Someday I'll find you
Someday you'll find me too
And when I hold you close
I'll know that is true
Chorus (Change note):
Chorus:
Follow your heart
Let your love
lead through the darkness
Back to a place
you once knew
I believe, I believe, I believe
In you
Follow your dreams
Be yourself
an angel of kindness
There's nothing that
you can not do
I believe, I believe, I believe
In you....
i Believe, I believe, I believe
in you
Lonely
The path you have chosen
A restless road
No turning back
One day you
Will find your light again
Don't you know
Don't let go
Be strong
Chorus:
Follow your heart
Let your love
lead through the darkness
Back to a place
you once knew
I believe, I believe, I believe
In you
Follow your dreams
Be yourself
an angel of kindness
There's nothing that
you can not do
I believe, I believe, I believe
In you.
Verse II: (French)
Tout seul
Tu t'en iras tout seul
Coeur ouvert
A L'univers
Poursuis ta quete
Sans regarder derriere
N'attends pas
Que le jour
Se leve
Chorus (French):
Suis ton etoile
Va jusqu'ou ton reve t'emporte
Un jour tu le toucheras
Si tu crois si tu crois si tu crois
En toi
Suis la lumiere
N'eteins pas la flamme que tu portes
Au fond de toi souviens-toi
Que je crois que je crois
que je crois
En toi
Bridge:
Someday I'll find you
Someday you'll find me too
And when I hold you close
I'll know that is true
Chorus (Change note):
Chorus:
Follow your heart
Let your love
lead through the darkness
Back to a place
you once knew
I believe, I believe, I believe
In you
Follow your dreams
Be yourself
an angel of kindness
There's nothing that
you can not do
I believe, I believe, I believe
In you....
i Believe, I believe, I believe
in you
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Il Divo - Celine Dion
18/04/2008
La Terra e l'Universo - The Earth & the Universe
Na esperança de que ganhemos consciência da nossa insignificancia e nos passemos a comportar como humanos.
MOMIX e Renato Zero - i migliori anni della nostra vita
MOMIX é uma companhia de dançarinos conhecida internacionalmente pela apresentação de trabalhos de extrema beleza física e criatividade.
Ao longo de 25 anos, MOMIX tem sido conhecida e galardoada pela capacidade de criar
um mundo surrealista usando luzes, sombras, humor, música e... o corpo humano.
Vale a pena apreciar.
Ao longo de 25 anos, MOMIX tem sido conhecida e galardoada pela capacidade de criar
um mundo surrealista usando luzes, sombras, humor, música e... o corpo humano.
Vale a pena apreciar.
10/03/2008
EM PORTUGAL HÁ 112 ANOS
«Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso de alma nacional - reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta(...)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira e da falsificação, da violência e do roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro(...)
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este, criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda de uma lotaria(...)
A justiça ao arbítrio da política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.(...)
Dois partidos (...) sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar»
Guerra Junqueiro
in Pátria (1896)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira e da falsificação, da violência e do roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro(...)
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este, criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda de uma lotaria(...)
A justiça ao arbítrio da política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.(...)
Dois partidos (...) sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar»
Guerra Junqueiro
in Pátria (1896)
Manuel Alegre e MIC estão com os professores !!!
in SOL-online:
«A ida da polícia a várias escolas em vésperas de uma manifestação nacional de professores tem de ser rápida e cabalmente esclarecida, exige Manuel Alegre no seu site.
«Não bastam explicações administrativas, exige-se uma resposta política de acordo com a tradição democrática do Partido Socialista e sem transferência de responsabilidades de cima para baixo», refere o socialista.
Sublinha ainda Alegre que, «caso contrário, algo não estará certo nesta democracia, pela qual somos todos responsáveis. Sobretudo aqueles que por ela lutaram e aqueles a quem, como aos órgãos de soberania e, em especial, ao senhor Presidente da República, cabe garantir os direitos e liberdades dos cidadãos».
Educação
Alegristas contra «diabolização» dos professores
Por Andreia Félix Coelho
O Movimento de Intervenção e Cidadania, constituído por apoiantes de Manuel Alegre, publica hoje no seu site um editorial com violentas críticas à política educativa do Governo. Para o MIC, os membros do executivo de Sócrates «ainda não perceberam que não têm nenhum mandato divino».
Num editorial sob o título Revolta dos Professores, o movimento constituído após a candidatura presidencial de Manuel Alegre, tece hoje duras críticas à política educativa do Governo.
«Os professores não são operários numa linha de montagem, nem a escola é uma fábrica a trabalhar de empreitada numa concorrência desenfreada, para atingir 'melhores resultados', nem tão pouco os alunos são roscas e parafusos, para atarraxar como calha», pode ler-se no texto.
O MIC acusa ainda o executivo de Sócrates de
«um enorme aventureiríssimo nas medidas» que se estão a «impor à força» e sublinha que os membros do Governo «não entendem, nem querem entender. Estão convencidos que são o Estado, que são a Lei, que são a Escola».
«A ida da polícia a várias escolas em vésperas de uma manifestação nacional de professores tem de ser rápida e cabalmente esclarecida, exige Manuel Alegre no seu site.
«Não bastam explicações administrativas, exige-se uma resposta política de acordo com a tradição democrática do Partido Socialista e sem transferência de responsabilidades de cima para baixo», refere o socialista.
Sublinha ainda Alegre que, «caso contrário, algo não estará certo nesta democracia, pela qual somos todos responsáveis. Sobretudo aqueles que por ela lutaram e aqueles a quem, como aos órgãos de soberania e, em especial, ao senhor Presidente da República, cabe garantir os direitos e liberdades dos cidadãos».
Educação
Alegristas contra «diabolização» dos professores
Por Andreia Félix Coelho
O Movimento de Intervenção e Cidadania, constituído por apoiantes de Manuel Alegre, publica hoje no seu site um editorial com violentas críticas à política educativa do Governo. Para o MIC, os membros do executivo de Sócrates «ainda não perceberam que não têm nenhum mandato divino».
Num editorial sob o título Revolta dos Professores, o movimento constituído após a candidatura presidencial de Manuel Alegre, tece hoje duras críticas à política educativa do Governo.
«Os professores não são operários numa linha de montagem, nem a escola é uma fábrica a trabalhar de empreitada numa concorrência desenfreada, para atingir 'melhores resultados', nem tão pouco os alunos são roscas e parafusos, para atarraxar como calha», pode ler-se no texto.
O MIC acusa ainda o executivo de Sócrates de
«um enorme aventureiríssimo nas medidas» que se estão a «impor à força» e sublinha que os membros do Governo «não entendem, nem querem entender. Estão convencidos que são o Estado, que são a Lei, que são a Escola».
Escolas pagam alunos pelo bom desempenho
Desta ainda o Srs do ME não se lembraram! Ou talvez sim, só que o sentimento economicista que os move vai controlando as suas mentes...
Os alunos de quarta série estavam se remexendo em suas carteiras, e esperavam ansiosamente os prêmios. Em poucos minutos, eles descobririam quanto dinheiro haviam ganho pelas notas que obtiveram em recentes exames de leitura e matemática. Alguns deles receberiam perto de US$ 50 por bom desempenho nos exames padronizados, o que representa uma pequena fortuna para muitos dos alunos da Escola Pública 188, no Lower East Side de Manhattan.
Quando os prêmios foram distribuídos, Jazmin Roman estava ansiosa para comemorar os US$ 39,72 que lhe couberam. Cochichou com a amiga, Abigail Ortega, para saber quanto ela havia recebido. Abigail respondeu, com um sussurro quase inaudível: "US$ 36,87". Edgar Berlanga deu um soco no ar para celebrar seu prêmio de US$ 34,50.
As crianças não sabiam que sua professora, Ruth Lopez, também sairia beneficiada financeiramente de suas realizações. Caso os alunos demonstrassem avanço ponderável em seus resultados nos exames estaduais, cada professor da escola receberia bonificação até US$ 3 mil.
Em todo o país, distritos escolares estão implementando a idéia de que dinheiro pode ser usado para incentivar melhor desempenho, seja em forma de bonificações para professores e dirigentes ou prêmios monetários e outras recompensas para os alunos. A cidade de Nova York, que opera o maior sistema de ensino público dos Estados Unidos, está na vanguarda dessa tendência, e mais de 200 escolas estão testando formas diferentes de incentivo. Em mais de uma dúzia de escolas, professores, alunos e dirigentes podem receber recompensas em dinheiro com base nos resultados dos estudantes nos exames padronizados.
Cada uma dessas escolas se tornou um instrumento para testar se, como propõe o prefeito Michael Bloomberg, recompensas monetária tangíveis podem reverter a situação de uma instituição. Será que o dinheiro pode levar os alunos a tornar o sucesso acadêmico interessante aos olhos de alunos que o desdenham? Será que os professores pressionarão uns aos outros por melhor desempenho para que a escola conquiste bonificações?
Até o momento, o governo de Nova York já distribuiu mais de US$ 500 mil a 5.237 alunos de 58 escolas, como recompensa por alguns dos 10 exames padronizados que constam do calendário escolar do ano. As escolas, que podiam escolher se participariam ou não do programa, se localizam em todas as áreas da cidade.
"Não estou dizendo que isso vá resolver qualquer problema", disse o Dr. Roland Fryer, economista da Universidade Harvard que criou o programa de incentivo a alunos. ¿Mas digo que vale a pena tentar. O que precisamos é tentar criar aquela fagulha¿.
No país, distritos escolares vêm testando diversas abordagens de incentivo. Alguns estão oferecendo vales-presente, refeições no McDonald¿s ou festas para toda uma classe em uma pizzaria. Baltimore está planejando pagar os estudantes problemáticos que consigam elevar seus resultados nos exames padronizados.
Os críticos desses esforços alegam que as crianças deveriam ser inspiradas a aprender por amor ao conhecimento, e não por dinheiro, e questionam se os prêmios servirão de fato para promover realizações. Antecipando exatamente essas objeções, Nova York cautelosamente restringiu as verbas do programa a dinheiro que conseguiu arrecadar em doações privadas, e não incluiu verbas públicas, o que ajudou a evitar algumas das controvérsias surgidas quanto ao programa de Baltimore, que utiliza dinheiro público.
Alguns dirigentes escolares adeririam sem hesitar aos programas de recompensa. Virginia Connelly, diretora da Junior High School 123, no distrito de Soundview, Bronx, vem testando sistemas de incentivo há anos, como prêmios por bom comportamento, assiduidade, e boas notas. Os prêmios, distribuídos em uma moeda de fantasia criada pela escola, podem ser usados para a compra de produtos na loja que o colégio opera. ¿Nós estamos competindo com as ruas¿, diz Connelly. "Os alunos podem sair à rua e ganhar US$ 50 por dia, ilegalmente, sempre que quiserem. É preciso fazer alguma coisa para competir contra isso".
Já Barbara Slatin, a diretora da escola 188, diz que inicialmente era cética com relação a pagar os alunos pelo bom desempenho. Os estudantes, muitos dos quais vivem nos conjuntos de habitação para moradores de baixa renda localizados ao longo da Avenida D, no bairro, certamente saberiam como usar o dinheiro, mas sua preocupação era enviar a mensagem errada a eles. "Não queria vincular o conceito de sucesso acadêmico ao dinheiro", disse.
Mas, depois de uma apresentação de Fryer, ela se deixou convencer. "Nós sempre dizemos que faremos o que for preciso, e se é isso que precisamos, eu participarei", disse. Em 1996, a escola 188 foi considerada como ineficiente pelo Departamento Estadual da Educação, mas o desempenho da instituição vem melhorando dramaticamente ao longo dos últimos 10 anos. No final do ano passado, ela recebeu nota A no boletim das escolas da cidade. Mas menos de 60% dos alunos foram aprovados no exame padronizado de matemática, em 2007, e menos de 40% deles foram aprovados no exame padronizado de leitura.
Cerca de 90% das 200 escolas convidadas a optar ou não pela adesão ao programa aderiram, por decisão dos corpos docentes. Os professores veteranos dizem que o programa é bom, mas que não pensam muito a respeito. Os mais jovens parecem mais positivos, afirmando que a bonificação é uma rara chance de obter recompensas adicionais. Slatin e seus professores demorarão meses a saber se receberão uma bonificação, mas os resultados iniciais dos exames parecem promissores. "Queremos acreditar no sucesso, mas isso me deixa ansiosa", afirma Slatin. "Não estamos acostumados a ver resultados de exames tão bons".
Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times
In:http://noticias.terra.com.br
Os alunos de quarta série estavam se remexendo em suas carteiras, e esperavam ansiosamente os prêmios. Em poucos minutos, eles descobririam quanto dinheiro haviam ganho pelas notas que obtiveram em recentes exames de leitura e matemática. Alguns deles receberiam perto de US$ 50 por bom desempenho nos exames padronizados, o que representa uma pequena fortuna para muitos dos alunos da Escola Pública 188, no Lower East Side de Manhattan.
Quando os prêmios foram distribuídos, Jazmin Roman estava ansiosa para comemorar os US$ 39,72 que lhe couberam. Cochichou com a amiga, Abigail Ortega, para saber quanto ela havia recebido. Abigail respondeu, com um sussurro quase inaudível: "US$ 36,87". Edgar Berlanga deu um soco no ar para celebrar seu prêmio de US$ 34,50.
As crianças não sabiam que sua professora, Ruth Lopez, também sairia beneficiada financeiramente de suas realizações. Caso os alunos demonstrassem avanço ponderável em seus resultados nos exames estaduais, cada professor da escola receberia bonificação até US$ 3 mil.
Em todo o país, distritos escolares estão implementando a idéia de que dinheiro pode ser usado para incentivar melhor desempenho, seja em forma de bonificações para professores e dirigentes ou prêmios monetários e outras recompensas para os alunos. A cidade de Nova York, que opera o maior sistema de ensino público dos Estados Unidos, está na vanguarda dessa tendência, e mais de 200 escolas estão testando formas diferentes de incentivo. Em mais de uma dúzia de escolas, professores, alunos e dirigentes podem receber recompensas em dinheiro com base nos resultados dos estudantes nos exames padronizados.
Cada uma dessas escolas se tornou um instrumento para testar se, como propõe o prefeito Michael Bloomberg, recompensas monetária tangíveis podem reverter a situação de uma instituição. Será que o dinheiro pode levar os alunos a tornar o sucesso acadêmico interessante aos olhos de alunos que o desdenham? Será que os professores pressionarão uns aos outros por melhor desempenho para que a escola conquiste bonificações?
Até o momento, o governo de Nova York já distribuiu mais de US$ 500 mil a 5.237 alunos de 58 escolas, como recompensa por alguns dos 10 exames padronizados que constam do calendário escolar do ano. As escolas, que podiam escolher se participariam ou não do programa, se localizam em todas as áreas da cidade.
"Não estou dizendo que isso vá resolver qualquer problema", disse o Dr. Roland Fryer, economista da Universidade Harvard que criou o programa de incentivo a alunos. ¿Mas digo que vale a pena tentar. O que precisamos é tentar criar aquela fagulha¿.
No país, distritos escolares vêm testando diversas abordagens de incentivo. Alguns estão oferecendo vales-presente, refeições no McDonald¿s ou festas para toda uma classe em uma pizzaria. Baltimore está planejando pagar os estudantes problemáticos que consigam elevar seus resultados nos exames padronizados.
Os críticos desses esforços alegam que as crianças deveriam ser inspiradas a aprender por amor ao conhecimento, e não por dinheiro, e questionam se os prêmios servirão de fato para promover realizações. Antecipando exatamente essas objeções, Nova York cautelosamente restringiu as verbas do programa a dinheiro que conseguiu arrecadar em doações privadas, e não incluiu verbas públicas, o que ajudou a evitar algumas das controvérsias surgidas quanto ao programa de Baltimore, que utiliza dinheiro público.
Alguns dirigentes escolares adeririam sem hesitar aos programas de recompensa. Virginia Connelly, diretora da Junior High School 123, no distrito de Soundview, Bronx, vem testando sistemas de incentivo há anos, como prêmios por bom comportamento, assiduidade, e boas notas. Os prêmios, distribuídos em uma moeda de fantasia criada pela escola, podem ser usados para a compra de produtos na loja que o colégio opera. ¿Nós estamos competindo com as ruas¿, diz Connelly. "Os alunos podem sair à rua e ganhar US$ 50 por dia, ilegalmente, sempre que quiserem. É preciso fazer alguma coisa para competir contra isso".
Já Barbara Slatin, a diretora da escola 188, diz que inicialmente era cética com relação a pagar os alunos pelo bom desempenho. Os estudantes, muitos dos quais vivem nos conjuntos de habitação para moradores de baixa renda localizados ao longo da Avenida D, no bairro, certamente saberiam como usar o dinheiro, mas sua preocupação era enviar a mensagem errada a eles. "Não queria vincular o conceito de sucesso acadêmico ao dinheiro", disse.
Mas, depois de uma apresentação de Fryer, ela se deixou convencer. "Nós sempre dizemos que faremos o que for preciso, e se é isso que precisamos, eu participarei", disse. Em 1996, a escola 188 foi considerada como ineficiente pelo Departamento Estadual da Educação, mas o desempenho da instituição vem melhorando dramaticamente ao longo dos últimos 10 anos. No final do ano passado, ela recebeu nota A no boletim das escolas da cidade. Mas menos de 60% dos alunos foram aprovados no exame padronizado de matemática, em 2007, e menos de 40% deles foram aprovados no exame padronizado de leitura.
Cerca de 90% das 200 escolas convidadas a optar ou não pela adesão ao programa aderiram, por decisão dos corpos docentes. Os professores veteranos dizem que o programa é bom, mas que não pensam muito a respeito. Os mais jovens parecem mais positivos, afirmando que a bonificação é uma rara chance de obter recompensas adicionais. Slatin e seus professores demorarão meses a saber se receberão uma bonificação, mas os resultados iniciais dos exames parecem promissores. "Queremos acreditar no sucesso, mas isso me deixa ansiosa", afirma Slatin. "Não estamos acostumados a ver resultados de exames tão bons".
Tradução: Paulo Migliacci ME
The New York Times
In:http://noticias.terra.com.br
Manifestação de Professores - 8 de Março de 2008
No dia 8 de Março realizou-se em Lisboa uma manifestação de Professores como forma de protesto contra as políticas educativas do governo socialista que teima em humilhar, desvalorizar, desrespeitar e denegrir a imagem dos Professores e em destruir de vez o ensino em Portugal.
Apesar de o governo e os seus subditos teimarem em apelidar os participantes nesta luta de comunistas e afins, os Professores, apenas como tal, participaram em massa (80 mil segundo a PSP, 100 mil segundo os sindicatos e a comunicação social).
O governo diz ir continuar com a mesma política, apesar da enorme demonstração de desagrado, desvalorizando o manifesto dos Professores.
Mas... os Professores continuam em luta e não vão desistir, porque o futuro dos seus alunos é o mais importante.
Quanto ao governo, sería bom que não desvalorizasse as manifestações do povo na rua e que lembrasse que a História está cheia de exemplos que mostram que estas têm muita força e que a democracia se conseguiu à custa das mesmas.
Também sería bom que tivessem sempre em mente o velho ditado "Quanto mais se sobe, maior é o trambulhão". E ainda que, se "só" 2/3 dos Professores portugueses se manifestaram nas ruas, significa que a maioria dos restantes não vieram por razões certamente pessoais e que todos eles têm famílias... Tudo junto, certamente serão muitos votos a menos que o PS não terá nas próximas eleições.
Laumalai
Apesar de o governo e os seus subditos teimarem em apelidar os participantes nesta luta de comunistas e afins, os Professores, apenas como tal, participaram em massa (80 mil segundo a PSP, 100 mil segundo os sindicatos e a comunicação social).
O governo diz ir continuar com a mesma política, apesar da enorme demonstração de desagrado, desvalorizando o manifesto dos Professores.
Mas... os Professores continuam em luta e não vão desistir, porque o futuro dos seus alunos é o mais importante.
Quanto ao governo, sería bom que não desvalorizasse as manifestações do povo na rua e que lembrasse que a História está cheia de exemplos que mostram que estas têm muita força e que a democracia se conseguiu à custa das mesmas.
Também sería bom que tivessem sempre em mente o velho ditado "Quanto mais se sobe, maior é o trambulhão". E ainda que, se "só" 2/3 dos Professores portugueses se manifestaram nas ruas, significa que a maioria dos restantes não vieram por razões certamente pessoais e que todos eles têm famílias... Tudo junto, certamente serão muitos votos a menos que o PS não terá nas próximas eleições.
Laumalai
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Nem dá para acreditar! Incrível!!!
O que interessa são as belas estatísticas de mais alunos com o 9º ano, com o 12º ano, menos abandono escolar (sabe-se lá a que custos....), melhores notas dos meninos (pois daí depende a avaliação do prof!!!!!), etc, etc.
Pois…eles passam, mas qualquer dia estaremos como estes:
Vejam o documentário da situação no Brasil. Parece-vos familiar?!...
É para lá que caminhamos!!!!!
Pois…eles passam, mas qualquer dia estaremos como estes:
Vejam o documentário da situação no Brasil. Parece-vos familiar?!...
É para lá que caminhamos!!!!!
08/03/2008
Manuel Alegre apela ao Presidente da República e exige esclarecimento sobre actuação da PSP
Visitas a escolas em vésperas de manifestação de professores
07.03.2008 - 15h12 São José Almeida
O vice-presidente da Assembleia da República e deputado do PS Manuel Alegre apelou ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que garanta “os direitos e liberdades dos cidadãos” e exigiu um rápido esclarecimento sobre as razões porque a polícia foi a escolas em véspera da manifestação de professores.
“A ida da polícia a várias escolas em vésperas de uma manifestação nacional de professores tem de ser rápida e cabalmente esclarecida”, defende Manuel Alegre numa nota publicada no seu site http://www.manuelalegre.com/.
O antigo candidato à Presidência da República acrescenta:
“É preciso saber quem foi, quem mandou e para quê. Não bastam explicações administrativas, exige-se uma resposta política de acordo com a tradição democrática do Partido Socialista e sem transferência de responsabilidades de cima para baixo.
”E conclui afirmando: “Caso contrário, algo não estará certo nesta democracia, pela qual somos todos responsáveis. Sobretudo aqueles que por ela lutaram e aqueles a quem, como aos órgãos de soberania e, em especial, ao senhor Presidente da República, cabe garantir os direitos e liberdades dos cidadãos.”
In: http://ultimahora.publico.clix.pt
07.03.2008 - 15h12 São José Almeida
O vice-presidente da Assembleia da República e deputado do PS Manuel Alegre apelou ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que garanta “os direitos e liberdades dos cidadãos” e exigiu um rápido esclarecimento sobre as razões porque a polícia foi a escolas em véspera da manifestação de professores.
“A ida da polícia a várias escolas em vésperas de uma manifestação nacional de professores tem de ser rápida e cabalmente esclarecida”, defende Manuel Alegre numa nota publicada no seu site http://www.manuelalegre.com/.
O antigo candidato à Presidência da República acrescenta:
“É preciso saber quem foi, quem mandou e para quê. Não bastam explicações administrativas, exige-se uma resposta política de acordo com a tradição democrática do Partido Socialista e sem transferência de responsabilidades de cima para baixo.
”E conclui afirmando: “Caso contrário, algo não estará certo nesta democracia, pela qual somos todos responsáveis. Sobretudo aqueles que por ela lutaram e aqueles a quem, como aos órgãos de soberania e, em especial, ao senhor Presidente da República, cabe garantir os direitos e liberdades dos cidadãos.”
In: http://ultimahora.publico.clix.pt
Manifestação de professores amanhã corta trânsito entre o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio
07.03.2008 - 18h46 :, Bruno Nunes
A PSP de Lisboa divulgou hoje as restrições ao trânsito que terão lugar amanhã entre a Praça Marquês de Pombal e a Praça do Comércio, a partir das 14h30, por causa da manifestação de professores.Tendo em conta o número de participantes divulgado pela Fenprof, entre 60 e 70 mil manifestantes, o acesso ascendente à central da Av. da Liberdade será cortado desde os Restauradores até ao Marquês de Pombal (excepto para os autocarros da Carris), enquanto que no sentido descendente as vias cortadas vão desde o Marquês até à Rua Alexandre Herculano.Aquando do início do desfile serão também isolados os Restauradores e o Rossio, mantendo-se a interdição até ao final do protesto. Também o trânsito na Praça do Comércio se manterá condicionado até ao final da concentração, sendo que todos os condutores (incluindo os transportes públicos) são instruídos a inverter a marcha no Rossio.
No início da concentração, os transportes públicos estão impedidos de aceder à rotunda do Marquês de Pombal, sendo que no final do desfile na Praça do Comércio, os autocarros que percorram aquele itinerário ficam na Praça D. Pedro V, no Cais do Sodré e junto à Estação Fluvial Sul/Sueste.Como alternativas à circulação na Praça Marquês de Pombal, o Comando Metropolitano da PSP avança que o trânsito que desce a Avenida Fontes Pereira de Melo será desviado para o Túnel do Marquês e para a Avenida António Augusto de Aguiar em direcção à Praça de Espanha.As viaturas que se desloquem pela A5 têm como alternativas o túnel do Marquês de Pombal, a Rua Artilharia I e a Rua Castilho. Quem circula na Avenida Infante Santo em direcção ao Largo do Rato deverá seguir pela Rua Escola Politécnica e pela Rua Castilho.As alternativas à circulação pela Praça do Comércio para quem segue pela Marginal de Cascais são a Rua do Alecrim e, em caso de saturação da Avenida 24 de Julho, a Avenida Infante Santo.
O trânsito que vem pela Avenida Infante D. Henrique em direcção à Praça do Comércio será desviado no viaduto da Avenida Mouzinho de Albuquerque em direcção à Praça Paiva Couceiro.
Aliado ao fluxo de pessoas surge também o elevado número de autocarros em que a grande maioria dos manifestantes se fará transportar. Assim, de modo a facilitar a circulação e o escoamento dos cerca de 600 autocarros esperados, o seu estacionamento foi dividido em duas zonas.
Os autocarros provenientes das zonas Norte e Centro do país serão encaminhados, após deixarem os manifestantes na Alameda Cardeal Cerejeira, para a Avenida 24 de Julho, servindo o Parque de Algés junto à Doca Pesca como alternativa de estacionamento a este local.Os autocarros oriundos da zona sul do país deslocar-se-ão para a Avenida Infante D. Henrique, onde estacionarão ocupando a faixa BUS no troço entre a Praça do Comércio e a Estação de Santa Apolónia, aguardando aí até ao final da manifestação.
In: http://ultimahora.publico.clix.pt
A PSP de Lisboa divulgou hoje as restrições ao trânsito que terão lugar amanhã entre a Praça Marquês de Pombal e a Praça do Comércio, a partir das 14h30, por causa da manifestação de professores.Tendo em conta o número de participantes divulgado pela Fenprof, entre 60 e 70 mil manifestantes, o acesso ascendente à central da Av. da Liberdade será cortado desde os Restauradores até ao Marquês de Pombal (excepto para os autocarros da Carris), enquanto que no sentido descendente as vias cortadas vão desde o Marquês até à Rua Alexandre Herculano.Aquando do início do desfile serão também isolados os Restauradores e o Rossio, mantendo-se a interdição até ao final do protesto. Também o trânsito na Praça do Comércio se manterá condicionado até ao final da concentração, sendo que todos os condutores (incluindo os transportes públicos) são instruídos a inverter a marcha no Rossio.
No início da concentração, os transportes públicos estão impedidos de aceder à rotunda do Marquês de Pombal, sendo que no final do desfile na Praça do Comércio, os autocarros que percorram aquele itinerário ficam na Praça D. Pedro V, no Cais do Sodré e junto à Estação Fluvial Sul/Sueste.Como alternativas à circulação na Praça Marquês de Pombal, o Comando Metropolitano da PSP avança que o trânsito que desce a Avenida Fontes Pereira de Melo será desviado para o Túnel do Marquês e para a Avenida António Augusto de Aguiar em direcção à Praça de Espanha.As viaturas que se desloquem pela A5 têm como alternativas o túnel do Marquês de Pombal, a Rua Artilharia I e a Rua Castilho. Quem circula na Avenida Infante Santo em direcção ao Largo do Rato deverá seguir pela Rua Escola Politécnica e pela Rua Castilho.As alternativas à circulação pela Praça do Comércio para quem segue pela Marginal de Cascais são a Rua do Alecrim e, em caso de saturação da Avenida 24 de Julho, a Avenida Infante Santo.
O trânsito que vem pela Avenida Infante D. Henrique em direcção à Praça do Comércio será desviado no viaduto da Avenida Mouzinho de Albuquerque em direcção à Praça Paiva Couceiro.
Aliado ao fluxo de pessoas surge também o elevado número de autocarros em que a grande maioria dos manifestantes se fará transportar. Assim, de modo a facilitar a circulação e o escoamento dos cerca de 600 autocarros esperados, o seu estacionamento foi dividido em duas zonas.
Os autocarros provenientes das zonas Norte e Centro do país serão encaminhados, após deixarem os manifestantes na Alameda Cardeal Cerejeira, para a Avenida 24 de Julho, servindo o Parque de Algés junto à Doca Pesca como alternativa de estacionamento a este local.Os autocarros oriundos da zona sul do país deslocar-se-ão para a Avenida Infante D. Henrique, onde estacionarão ocupando a faixa BUS no troço entre a Praça do Comércio e a Estação de Santa Apolónia, aguardando aí até ao final da manifestação.
In: http://ultimahora.publico.clix.pt
04/03/2008
A avaliação dos professores (Vasco Pulido Valente)
Como se pode avaliar professores, quando o Estado sistematicamente os "deseducou" durante 30 anos? Como se pode avaliar professores, quando o ethos do "sistema de ensino" foi durante 30 anos conservar e fazer progredir na escola qualquer aluno que lá entrasse? Como se pode avaliar professores, se a ortodoxia pedagógica durante 30 anos lhes tirou pouco a pouco a mais leve sombra de autoridade e prestígio? Como se pode avaliar professores, se a disciplina e a hierarquia se dissolveram? Como se pode avaliar professores, se ninguém se entende sobre o que devem ser os curricula e os programas? Como se pode avaliar professores se a própria sociedade não tem um modelo do "homem" ou da "mulher" que se deve "formar" ou "instruir"?Sobretudo, como se pode avaliar professores, se o "bom professor" muda necessariamente em cada época e cada cultura? O ensino de Eton ou de Harrow (grego, latim, desporto e obediência) chegou para fundar o Império Britânico e para governar a Inglaterra e o mundo. Em França, o ensino público, universal e obrigatório (grego, latim e o culto patriótico da língua, da literatura e da história) chegou para unificar, republicanizar e secularizar o país. Mas quem é, ao certo, essa criatura democrática, "aberta", tolerante, saudável, "qualificada", competitiva e sexualmente livre que se pretende (ou não se pretende?) agora produzir? E precisamente de que maneira se consegue produzir esse monstro? Por que método? Com que meios? Para que fins? A isso o Estado não responde.O exercício que em Portugal por estúpida ironia se chama "reformas do ensino" leva sempre ao mesmo resultado: à progressão geométrica da perplexidade e da ignorância. E não custa compreender porquê. Desde os primeiros dias do regime (de facto, desde o "marcelismo") que o Estado proclamou e garantiu uma patente falsidade: que a "educação" era a base e o motor do desenvolvimento e da igualdade (ou, se quiserem, da promoção social). Não é. Como se provou pelo interminável desastre que veio a seguir. Mas nem essa melancólica realidade demoveu cada novo governo de mexer e remexer no "sistema", sem uma ideia clara ou um propósito fixo, imitando isto ou imitando aquilo, como se "aperfeiçoar" a mentira a tornasse verdade. Basta olhar para o "esquema" da avaliação de professores para perceber em que extremos de arbítrio, de injustiça e de intriga irá inevitavelmente acabar, se por pura loucura o aprovarem. Mas loucura não falta.
02.03.2008, Vasco Pulido Valente
In: http://www.publico.clix.pt/
02.03.2008, Vasco Pulido Valente
In: http://www.publico.clix.pt/
29/02/2008
“Fake” - Santana Carrilho
Já explico o estrangeirismo.
Ouvi o homem três vezes, num curto espaço de tempo: no Parlamento, a 13; na SIC, a 18; no Parque das Nações, celebrando três anos de (des)governo. O país de que ele fala, não é o país em que eu vivo. Causa isso espanto? Só aos desatentos!O homem pertence à geração duma só ocupação: a politica. Começou no PSD e continuou apadrinhado pelo Guterres. Quando o Barroso se exilou e o Santana se afundou, ele aproveitou. O país discutiu tanto o curso dele!... Mas não se deram conta de que o curso dele, no sentido de percurso, foi feito nas manobras partidárias , no Euro 2004 , na RTP e no acaso? Por que lhe importaria o (des)prestígio da Universidade Independente? O que ele queria da vida académica era tão-só um canudo. Por isso aproveitou as oportunidades da conjuntura. Não disse, ele próprio, que nunca pensou em ser engenheiro? Por que cursaria, então, engenharia? Não andou, ele próprio, anos a fio, em Direito, na Lusíada, sem ter feito uma só cadeira? Diplomas com datas diferentes, trapalhadas de títulos na Assembleia da República, provas por fax? O que quer tudo isso dizer?E as corridinhas? Todos o viram na Praça Vermelha e na Marginal de Luanda. Mas já o encontraram na 2ª circular?E a cena das criancinhas contratadas por “casting”, em trabalho infantil, pago com o dinheiro dos impostos, para propagandear as novas tecnologias das escolas portuguesas? E o contrato de leão com o MIT (65 milhões de euros), muito mais que a dotação de muitas universidades portuguesas, em ano de 14 por cento de cortes? E a inscrição como dador de medula, com as televisões atrás?
Y su amigo Zapatero? E a campanha para incentivar a qualificação dos portugueses, insultando os de parcas habilitações?E os fatitos Hugo Boss, mais a residência no Eron, lado a lado com a habitação que o homem projectou em cima dum tugúrio de vacas?Tudo passado, que não deve ser trazido à colação? Como assim, se ele se defende hoje, sem humildade, mostrando, nos argumentos que usa, a verdadeira espessura da sua cultura?Olha, como se diz em português? “ Fake”! “Fake” é a palavra! Como se diz em português? Estas linhas são um resumo livre do que a Megan me disse, nos Pastéis de Belém, enquanto a canela durou. O mote foi o discurso de Sócrates, comemorativo dos 3 anos da maioria PS. Conheci a Megan na rua, nos tempos loucos do 25 de Abril. A Megan estudava Ciência Política nos Estados Unidos. Casou com um amigo meu e por cá ficou. Adora tintos encorpados, sopa de feijão encarnado e pastéis de nata. O “fake” é recorrente nela. Tanto lhe serviu para catalogar o Mateus Rosé como para me explicar por que razão Hitler rejeitou o seu nome de família, que era, imaginem, Schicklgruber. Vejo a Megan de anos a anos, sempre por acaso. Continua igual. “Yes, we can!” Foi assim que me disse adeus, gozando com a impressão que o slogan causou a Sócrates (Pinto de Sousa dixit).“Fake, querrrrrido! Just fake!”
Santana Carrilho, 22-Fev-2008
In: http://www.escolainfo.net/
Ouvi o homem três vezes, num curto espaço de tempo: no Parlamento, a 13; na SIC, a 18; no Parque das Nações, celebrando três anos de (des)governo. O país de que ele fala, não é o país em que eu vivo. Causa isso espanto? Só aos desatentos!O homem pertence à geração duma só ocupação: a politica. Começou no PSD e continuou apadrinhado pelo Guterres. Quando o Barroso se exilou e o Santana se afundou, ele aproveitou. O país discutiu tanto o curso dele!... Mas não se deram conta de que o curso dele, no sentido de percurso, foi feito nas manobras partidárias , no Euro 2004 , na RTP e no acaso? Por que lhe importaria o (des)prestígio da Universidade Independente? O que ele queria da vida académica era tão-só um canudo. Por isso aproveitou as oportunidades da conjuntura. Não disse, ele próprio, que nunca pensou em ser engenheiro? Por que cursaria, então, engenharia? Não andou, ele próprio, anos a fio, em Direito, na Lusíada, sem ter feito uma só cadeira? Diplomas com datas diferentes, trapalhadas de títulos na Assembleia da República, provas por fax? O que quer tudo isso dizer?E as corridinhas? Todos o viram na Praça Vermelha e na Marginal de Luanda. Mas já o encontraram na 2ª circular?E a cena das criancinhas contratadas por “casting”, em trabalho infantil, pago com o dinheiro dos impostos, para propagandear as novas tecnologias das escolas portuguesas? E o contrato de leão com o MIT (65 milhões de euros), muito mais que a dotação de muitas universidades portuguesas, em ano de 14 por cento de cortes? E a inscrição como dador de medula, com as televisões atrás?
Y su amigo Zapatero? E a campanha para incentivar a qualificação dos portugueses, insultando os de parcas habilitações?E os fatitos Hugo Boss, mais a residência no Eron, lado a lado com a habitação que o homem projectou em cima dum tugúrio de vacas?Tudo passado, que não deve ser trazido à colação? Como assim, se ele se defende hoje, sem humildade, mostrando, nos argumentos que usa, a verdadeira espessura da sua cultura?Olha, como se diz em português? “ Fake”! “Fake” é a palavra! Como se diz em português? Estas linhas são um resumo livre do que a Megan me disse, nos Pastéis de Belém, enquanto a canela durou. O mote foi o discurso de Sócrates, comemorativo dos 3 anos da maioria PS. Conheci a Megan na rua, nos tempos loucos do 25 de Abril. A Megan estudava Ciência Política nos Estados Unidos. Casou com um amigo meu e por cá ficou. Adora tintos encorpados, sopa de feijão encarnado e pastéis de nata. O “fake” é recorrente nela. Tanto lhe serviu para catalogar o Mateus Rosé como para me explicar por que razão Hitler rejeitou o seu nome de família, que era, imaginem, Schicklgruber. Vejo a Megan de anos a anos, sempre por acaso. Continua igual. “Yes, we can!” Foi assim que me disse adeus, gozando com a impressão que o slogan causou a Sócrates (Pinto de Sousa dixit).“Fake, querrrrrido! Just fake!”
Santana Carrilho, 22-Fev-2008
In: http://www.escolainfo.net/
Violência nas escola por Alice Vieira
Li num jornal que a senhora ministra da Educação está contente. E, quando os nossos governantes estão contentes, é como se um sol raiasse nas nossas
vidas.
E está contente porque, segundo afirmou, a violência nas escolas
portuguesas, afinal, não existe.
Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas
tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam a vingar
nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam
agora. Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas
quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para
que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu,
anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é
coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas
gostam de ver em qualquer telejornal.
Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste
país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou
que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que
diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não
falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros,
naifadas e o mais que houver.
Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela
calada, mais insidiosa.
Uma violência mais "normal".
E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da
violência.
Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a
bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados...) como linguagem
única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da
sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de
me bater? Ai que medinho que eu tenho de si...", isto ouvi eu de um aluno
quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado
tarde...)
Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois
queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada".
Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não
ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer
dia - querem lá ver? - até fumam...
Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios
incompreendidos.
Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais
os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos
filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como
"obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um
discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.
Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos
"científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a
sério.
E então em estilo filme americano.
Com tiros, naifadas e o mais que houver.
vidas.
E está contente porque, segundo afirmou, a violência nas escolas
portuguesas, afinal, não existe.
Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas
tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam a vingar
nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam
agora. Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas
quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para
que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu,
anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é
coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas
gostam de ver em qualquer telejornal.
Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste
país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou
que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que
diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não
falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros,
naifadas e o mais que houver.
Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela
calada, mais insidiosa.
Uma violência mais "normal".
E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da
violência.
Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a
bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados...) como linguagem
única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da
sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de
me bater? Ai que medinho que eu tenho de si...", isto ouvi eu de um aluno
quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado
tarde...)
Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois
queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada".
Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não
ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer
dia - querem lá ver? - até fumam...
Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios
incompreendidos.
Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais
os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos
filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como
"obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um
discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.
Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos
"científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a
sério.
E então em estilo filme americano.
Com tiros, naifadas e o mais que houver.
Alice Vieira, Escritora
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aos domingos,
quinzenalmente
Programa “Pano para mangas” (Relativo ao “Prós e Contras” da noite anterior) de 26/02/08, na Antena 1, autoria do Jornalista João Gobern
“Infelizmente, ainda há quem se deixe ficar do lado mais fácil, aquele que olha para Maria de Lurdes Rodrigues, como uma mistura de reformadora iluminada e padeira de Aljubarrota, em luta contra a molenguisse e os boicotes dos professores, essa classe repetidas vezes apresentada como ingovernável e reactiva a qualquer mudança.
Para quem alimentasse esta imagem de uma cruzada ministerial, pela conversão mesmo à bruta dos infiéis, entregues a uma comunicação social populista e que mal sabe fazer contas de somar, oferecidos a um grupo de “articulistas”, que há muitos anos se benze por protecção, de cada vez que tem de passar mais perto de escola ou de um professor; espera-se que as 3 longas horas do “Prós e Contras”, da noite de ontem tenham provado de uma vez por todas, que o Sr. Primeiro Ministro mostrou afinal, ser falível ao ensaiar uma micro-mudança de titulares e ao deixar intocada a Srª Ministra da Educação.
Do alto do seu gabinete, só mesmo a Ministra, uma equipa servil de ditos académicos e uns quantos agentes infiltrados no terreno; há sempre, mas sempre, aqueles que com mira em promoções, louvores ou pequenos estipêndios, se dispõem a ser mais “papistas do que o papa”, só esses, vêem com bons olhos, a continuidade na avaliação dos professores, tal como está a ser feita e na aplicação do novo modelo de gestão escolar, como uma melhoria.
Mais: só essa poderosa minoria, dá como arrumadas a contento as questões das aulas de substituição e o concurso dos professores titulares.
A Srª Ministra parece ter ensurdecido há muito. Ontem, passou sinais para o exterior, de que já está a ser atormentada pela cegueira. Fechou os olhos a todos os argumentos que dão a avaliação, como um processo injusto, apressado e inexequível, apesar de ter diante de si, muito mais do que as “excomungadas” reticências sindicais.
Nunca conseguiu demonstrar (apesar da pose explicativa), qualquer vantagem no modelo de gestão que quer por força, aplicar às escolas. Refugiou-se nos feitos, “abespinhou-se” quando puseram em causa o seu perfil, muito mais de gestora do que de pedagoga, tentou sempre demonstrar que a sua luta é contra uma minoria que se agita.
Foi-se apagando, lenta, mas inexoravelmente, diante de episódios, de vivências, de casos, que se não eram novidade para quem os acompanha no dia a dia, pareceram surpreendê-la e até chocá-la. O que vem confirmar, que até neste campo de tantas consequências, se continua a legislar com fúria, mas a viver de costas para a realidade do país.
Deixou por abordar, aquela que para mim como lei, é a questão decisiva: o facto de com tantas reuniões, papeis, burocracias, justificações, definições de objectivos, avaliações e substituições; continuarem os professores a ser desviados da sua função primordial e “abençoada”: dar aulas e formar pessoas. Quem não entende isto na prática, não percebeu nada, o que é grave, ao fim de 3 anos, pelo que estou à vontade na sentença:
Não haverá reforma da educação, sem se começar pela reforma antecipada, mas tardia, da Srª Ministra da Educação.”
João Gobern, jornalista
Para quem alimentasse esta imagem de uma cruzada ministerial, pela conversão mesmo à bruta dos infiéis, entregues a uma comunicação social populista e que mal sabe fazer contas de somar, oferecidos a um grupo de “articulistas”, que há muitos anos se benze por protecção, de cada vez que tem de passar mais perto de escola ou de um professor; espera-se que as 3 longas horas do “Prós e Contras”, da noite de ontem tenham provado de uma vez por todas, que o Sr. Primeiro Ministro mostrou afinal, ser falível ao ensaiar uma micro-mudança de titulares e ao deixar intocada a Srª Ministra da Educação.
Do alto do seu gabinete, só mesmo a Ministra, uma equipa servil de ditos académicos e uns quantos agentes infiltrados no terreno; há sempre, mas sempre, aqueles que com mira em promoções, louvores ou pequenos estipêndios, se dispõem a ser mais “papistas do que o papa”, só esses, vêem com bons olhos, a continuidade na avaliação dos professores, tal como está a ser feita e na aplicação do novo modelo de gestão escolar, como uma melhoria.
Mais: só essa poderosa minoria, dá como arrumadas a contento as questões das aulas de substituição e o concurso dos professores titulares.
A Srª Ministra parece ter ensurdecido há muito. Ontem, passou sinais para o exterior, de que já está a ser atormentada pela cegueira. Fechou os olhos a todos os argumentos que dão a avaliação, como um processo injusto, apressado e inexequível, apesar de ter diante de si, muito mais do que as “excomungadas” reticências sindicais.
Nunca conseguiu demonstrar (apesar da pose explicativa), qualquer vantagem no modelo de gestão que quer por força, aplicar às escolas. Refugiou-se nos feitos, “abespinhou-se” quando puseram em causa o seu perfil, muito mais de gestora do que de pedagoga, tentou sempre demonstrar que a sua luta é contra uma minoria que se agita.
Foi-se apagando, lenta, mas inexoravelmente, diante de episódios, de vivências, de casos, que se não eram novidade para quem os acompanha no dia a dia, pareceram surpreendê-la e até chocá-la. O que vem confirmar, que até neste campo de tantas consequências, se continua a legislar com fúria, mas a viver de costas para a realidade do país.
Deixou por abordar, aquela que para mim como lei, é a questão decisiva: o facto de com tantas reuniões, papeis, burocracias, justificações, definições de objectivos, avaliações e substituições; continuarem os professores a ser desviados da sua função primordial e “abençoada”: dar aulas e formar pessoas. Quem não entende isto na prática, não percebeu nada, o que é grave, ao fim de 3 anos, pelo que estou à vontade na sentença:
Não haverá reforma da educação, sem se começar pela reforma antecipada, mas tardia, da Srª Ministra da Educação.”
João Gobern, jornalista
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