29/02/2008

“Fake” - Santana Carrilho

Já explico o estrangeirismo.
Ouvi o homem três vezes, num curto espaço de tempo: no Parlamento, a 13; na SIC, a 18; no Parque das Nações, celebrando três anos de (des)governo. O país de que ele fala, não é o país em que eu vivo. Causa isso espanto? Só aos desatentos!O homem pertence à geração duma só ocupação: a politica. Começou no PSD e continuou apadrinhado pelo Guterres. Quando o Barroso se exilou e o Santana se afundou, ele aproveitou. O país discutiu tanto o curso dele!... Mas não se deram conta de que o curso dele, no sentido de percurso, foi feito nas manobras partidárias , no Euro 2004 , na RTP e no acaso? Por que lhe importaria o (des)prestígio da Universidade Independente? O que ele queria da vida académica era tão-só um canudo. Por isso aproveitou as oportunidades da conjuntura. Não disse, ele próprio, que nunca pensou em ser engenheiro? Por que cursaria, então, engenharia? Não andou, ele próprio, anos a fio, em Direito, na Lusíada, sem ter feito uma só cadeira? Diplomas com datas diferentes, trapalhadas de títulos na Assembleia da República, provas por fax? O que quer tudo isso dizer?E as corridinhas? Todos o viram na Praça Vermelha e na Marginal de Luanda. Mas já o encontraram na 2ª circular?E a cena das criancinhas contratadas por “casting”, em trabalho infantil, pago com o dinheiro dos impostos, para propagandear as novas tecnologias das escolas portuguesas? E o contrato de leão com o MIT (65 milhões de euros), muito mais que a dotação de muitas universidades portuguesas, em ano de 14 por cento de cortes? E a inscrição como dador de medula, com as televisões atrás?
Y su amigo Zapatero? E a campanha para incentivar a qualificação dos portugueses, insultando os de parcas habilitações?E os fatitos Hugo Boss, mais a residência no Eron, lado a lado com a habitação que o homem projectou em cima dum tugúrio de vacas?Tudo passado, que não deve ser trazido à colação? Como assim, se ele se defende hoje, sem humildade, mostrando, nos argumentos que usa, a verdadeira espessura da sua cultura?Olha, como se diz em português? “ Fake”! “Fake” é a palavra! Como se diz em português? Estas linhas são um resumo livre do que a Megan me disse, nos Pastéis de Belém, enquanto a canela durou. O mote foi o discurso de Sócrates, comemorativo dos 3 anos da maioria PS. Conheci a Megan na rua, nos tempos loucos do 25 de Abril. A Megan estudava Ciência Política nos Estados Unidos. Casou com um amigo meu e por cá ficou. Adora tintos encorpados, sopa de feijão encarnado e pastéis de nata. O “fake” é recorrente nela. Tanto lhe serviu para catalogar o Mateus Rosé como para me explicar por que razão Hitler rejeitou o seu nome de família, que era, imaginem, Schicklgruber. Vejo a Megan de anos a anos, sempre por acaso. Continua igual. “Yes, we can!” Foi assim que me disse adeus, gozando com a impressão que o slogan causou a Sócrates (Pinto de Sousa dixit).“Fake, querrrrrido! Just fake!”

Santana Carrilho, 22-Fev-2008
In: http://www.escolainfo.net/

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