Dili, 11 jun (Lusa)
Estudantes universitários manifestaram-se esta quinta-feira, pelo segundo dia, em Dili, capital do Timor Leste, contra a aquisição de 65 carros para o Parlamento, considerada mais uma regalia dos deputados.
A proposta de compra dos veículos para os 65 deputados foi anunciada há uma semana pelo presidente do Parlamento timorense, Fernando La Sama de Araújo.
Os carros têm preço unitário de US$ 33 mil, enquanto a maior parte da população do Timor Leste vive com US$ 1 por dia.
Protestos semelhantes já tinham acontecido em 2007, quando os deputados aprovaram a sua própria pensão vitalícia.
Uma lei de janeiro de 2007 estabeleceu uma “pensão mensal vitalícia igual a 100% do vencimento desde que [os deputados] tenham exercido o cargo, em efectividade de funções, durante 42 meses, consecutivos ou interpolados”.
Em caso de morte do beneficiário da pensão, o valor integral é transmitido ao cônjuge, aos filhos menores de idade ou aos ascendentes sob responsabilidade do parlamentar.
No artigo intitulado "outras regalias", a mesma lei estabelece o “direito a assistência médica dentro, e, sempre que for considerada necessária, fora do país”.
Os deputados têm também "o direito a importar um veículo para uso pessoal, sem pagamento de taxas aduaneiras e outras imposições fiscais sobre as importações”.
Podem ainda “importar todo o material necessário para a construção de uma residência privada” nas mesmas condições de isenção fiscal e aduaneira.
Os membros do Parlamento beneficiam de "direito a livre-trânsito e a passaporte diplomático", assim como cônjuges e descendentes.
A estes benefícios, somam-se os salários normais dos deputados, que são o triplo do que recebem os funcionários públicos nos escalões médios e superiores do país.
O vencimento-base de um deputado timorense é de US$ 450, mais US$ 300 para gastos com telefone e US$ 450 para despesas de alojamento.
Os deputados têm direito ainda a diferentes auxílios para transporte.
O presidente do Parlamento do Timor Leste recebe US$ 1.000 de salário, o vice-presidente US$ 750 e a secretária de mesa US$ 600, além dos extras para telefone e alojamento.
In: http://www.agencialusa.com.br/
No minímo chocante!
Infelizmente, os aproveitadores existem em todo o lado!
Claro que fazer fortuna pessoal é mais importante do que tratar do bem estar do povo e do desenvolvimento do país.
Quando é que o dinheiro do fundo petrolífero começa a ser usado para beneficiar o país e o povo? Para quê ter um fundo petrolífero que é dos mais bem considerados do mundo, se o povo continua a passar fome? Não acham que o povo timorense já sofreu o suficiente?
Este protesto não podería ser mais legítimo!
Só temo que, a não ser tomada uma atitude correcta, por parte do governo, no sentido de melhorar as condições da população, possam voltar a acontecer conflitos. Vamos rezar para que isso não aconteça, e para que os governantes de Timor se mostrem dignos dos votos que receberam nas últimas eleições, e não esqueçam as promessas que fizeram.
Um abraço
Laumalai
Filmes - A História de uma Nação - TIMOR
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