11/02/2008

Portugal entre os 20 países do Mundo mais amigos do ambiente

Portugal ocupa o 18º lugar em termos de performance ambiental, entre 149 países de todo o Mundo. Na Europa dos 27, Portugal é o 11º melhor classificado.

Portugal posiciona-se acima da média europeia em cinco de seis categorias analisadas no Environmental Performance Index 2008 (EPI 2008), um estudo realizado por especialistas da Universidade de Yale e da Universidade da Columbia, e que tem como objectivo analisar o comportamento das populações relativamente à protecção ambiental.

O estudo que envolveu 149 países e baseou-se em 25 indicadores, revela que Portugal está acima da média de outros países da União Europeia (UE) em indicadores referentes à qualidade ambiental, poluição do ar, água, recursos naturais e produtivos e alterações climáticas.

De acordo com o resultado da análise, Portugal alcança 85,8 pontos, numa escala de 100, e coloca-se à frente de países como Espanha, Itália, Irlanda, Bélgica, Dinamarca, Holanda ou Grécia em matéria de preocupações ambientais.

No que se refere ao indicador sobre a ‘Biodiversidade e Habitat’, embora tenha registado um resultado ligeiramente abaixo da média, Portugal, ainda assim, ocupa a 13ª posição entre os 27 Estados-membros da UE.

O ‘EPI2008’ conclui que os países que obtiveram uma melhor classificação no ‘Índice de Performance Ambiental’ foram os que mais investiram no controlo da contaminação da água e do ar, em infraestructuras de protecção ambiental e que adoptaram medidas de política pública para mitigar os danos provocados pela actividade económica.

Por outro lado, o relatório revela que os países que obtiveram a pior classificação são aqueles que não realizão investimentos necessários na saúde pública ambiental e são possuidores de pobres regimes de política pública.

O primeiro lugar, do ranking total dos países com melhores práticas ambientais, é ocupado pela Suíça (com 95 pontos), seguida da Suécia, Noruega, Finlândia e Costa Rica. No fundo da tabela estão Mauritânia, Serra Leoa, Angola e, finalmente, o Nigér que com apenas 39,1 pontos ocupa a última posição da tabela no 149º lugar.

De acordo com o relatório as melhores classificações ao nível de desempenho ambiental parecem estar directamente relacionadas com os níveis de riqueza de cada país.

Apesar da relação estabelecida pelos especialistas, existem países que conseguem obter resultados muito superiores a nações que aparentemente usufruem das mesmas condições económicas, o que revela que a escolha de determinadas políticas tem influência sobre o desempenho ambiental. Um exemplo específico, que sobressai no relatório, é o da Costa Rica e a vizinha Nicarágua, que ocupam o 5º e 77º lugares, respectivamente.

Se por um lado, são reconhecidos à Costa Rica esforços em matéria ambiental, por outro lado, a história de Nicarágua é marcada por uma pobre governação e por situações de corrupção política e conflictos violentos, o que contribuí, segundo os investigadores, para a desigualdade dos resultados em termos ambientais.

Outra situação vista com apreensão pelos investigadores é o caso dos países industrializados, em que os Estados Unidos da América ocupa o 39º lugar, significativamente abaixo do Reino Unido na 14ª posição e do Japão em 21º lugar.

Gus Speth, reitor da School of Forestry and Environmental Studies de Yale University afirma, citado em comunicado do Earth Institute at Columbia University que «o desempenho dos Estados Unidos indica que o próximo Governo não deve ignorar os impactos ambientais nos ecossistemas, assim como, na política agrícola, energética e de gestão da água».

O responsável sublinha ainda que «o EPI coloca os Estados Unidos em matéria de alterações climáticas a par de países como India e a China, nos lugares mais baixos referentes ao desempenho no mundo, o que é uma vergonha nacional».

Natália Dias
In: http://www.tvciencia.pt/tvcnot

Sem comentários: