04/02/2008

Peticionários acantonam em Díli esta semana - oficial

Díli, 02 Fev (Lusa)
- Os peticionários vão acantonar em Díli a partir de 07 de Fevereiro, afirmou hoje à Agência Lusa uma fonte oficial do Governo de Timor-Leste.
"A concentração dos peticionários começa dia 07 e receberemos todos quantos quiserem vir", declarou hoje à Lusa o assessor do primeiro-ministro para a Sociedade Civil, Joaquim Fonseca.
O major Alfredo Reinado "não estará com esse grupo uma vez que não faz parte dos peticionários", afirmou Joaquim Fonseca à margem das comemorações do sétimo aniversário das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), na Base Naval de Hera, a leste de Díli.
"O pedido de acantonamento foi dirigido apenas aos signatários e aderentes" da petição que, no início de 2006, foi apresentada às chefias militares e ao Presidente da República alegando discriminação no seio das F-FDTL.
Os peticionários ficarão acantonados no bairro de Aitarak Laran, "num antigo armazém da época indonésia que, até à crise de 2006, estava a ser usado como escola e que ficou vazio desde essa altura", acrescentou Joaquim Fonseca.
"É apenas um sítio temporário de concentração".
Os peticionários acantonados estarão desarmados.
"Em sentido estrito, eles são civis e não é suposto estarem armados", sublinhou Joaquim Fonseca.
"Ainda não está decidida a data limite para o fecho do acantonamento, mas deverá ser duas semanas depois de começar", acrescentou Joaquim Fonseca.
Apenas cerca de 20 peticionários, dos quase 600 que foram exonerados das Forças Armadas em 2006, responderam em Novembro a uma proposta do primeiro-ministro, Xanana Gusmão, para se encontrar com ele em Aileu, a sul de Díli.
"É um número muito pequeno mas significativo para começar o processo de diálogo, construir confiança e estabelecer pontos de comunicação", explicou na altura Joaquim Fonseca à Lusa.
Poucos dias depois, o major Alfredo Reinado e centenas de peticionários realizaram uma parada militar com homens armados em Ermera, a sudoeste da capital.
Joaquim Fonseca, fontes militares e fontes das Nações Unidas confirmaram à Lusa que o último contacto do Governo timorense com o major Alfredo Reinado aconteceu por intermédio do ministro João Gonçalves, ministro da Economia e Desenvolvimento.
"João Gonçalves ajudou Alfredo Reinado e outros timorenses quando eles foram evacuados para a Austrália e o ministro é alguém que o major respeita desde essa altura", explicou à Lusa uma fonte ligada às negociações com o militar fugitivo.
A 17 de Fevereiro de 2006, os peticionários abandonaram os quartéis e a 16 de Março foi anunciada a exoneração de 594 militares, com data efectiva de 01 de Março.
Uma manifestação dos peticionários, em Abril, desencadeou a crise política e militar que terminou com a queda do I Governo Constitucional.
PRM
Lusa/fim

In: http://aeiou.expresso.pt

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