Díli, 10 Fev (Lusa) --
O resultado dos exames balísticos do 11 de Fevereiro de 2008 «ainda não bate certo», admitiu hoje em Díli o procurador-geral da República de Timor-Leste.
«Ainda não bate bem, não bate certo», declarou Longuinhos Monteiro numa conferência de imprensa sobre a investigação aos acontecimentos de há um ano.
Longuinhos Monteiro anunciou que ordenou a realização de mais testes balísticos mas garantiu que a acusação será feita dentro do prazo legal, que termina a 04 de Março próximo.
«No resultado balístico anterior tinha algumas dúvidas e por isso ordenei nova examinação balística», explicou Longuinhos Monteiro.
Questionado pela Agência Lusa sobre se são os testes ou os arguidos que não batem certo, Longuinhos Monteiro foi taxativo, respondendo que são «os resultados».
As declarações foram feitas numa conferência de imprensa convocada hoje de manhã, com apenas meia hora de antecedência.
Passa amanhã um ano sobre o duplo ataque ao Presidente da República, José Ramos-Horta, e ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, por dois grupos armados liderados pelo major Alfredo Reinado e pelo ex-tenente Gastão Salsinha.
O procurador-geral da República explicou que «depois de cruzar as informações restavam dúvidas sobre um único ponto» e por isso marcou mais testes de balística, a realizar numa carreira-de-tiro a oeste de Díli, no dia 12 de Fevereiro.
Os «materiais» obtidos nesse teste serão enviados, como os anteriores, para um laboratório na Austrália e Longuinhos Monteiro espera ter os resultados antes do final do mês.
«A investigação vai terminar em breve e o processo está nos trâmites normais», insistiou o procurador-geral timorense.
Longuinhos Monteiro não quis comentar a existência, no teste desta semana, de armas não examinadas antes, mas adiantou que pretende a «comparação específica de um invólucro».
«O resto não há problema. Sobre os autores, as armas, não há problema», frisou Longuinhos Monteiro.
No âmbito do processo do 11 de Fevereiro de 2008, foram constituídos arguidos 32 suspeitos, dos quais 23 estão em prisão preventiva.
Após a acusação entrar no Tribunal de Díli, o processo será atribuído por sorteio a um painel de três juízes em exercício em Timor-Leste.
Segundo fonte da magistratura timorense, o caso pode, «teoricamente», vir a calhar a um juiz português, se entretanto for concluído o processo de recrutamento de magistrados internacionais para o sistema judicial timorense.
Está na fase final o concurso aberto em Julho de 2008 para seis magistrados de Portugal (quatro juízes e dois procuradores) em Timor-Leste, segundo a mesma fonte judicial.
O principal suspeito dos acontecimentos de há um ano, Alfredo Reinado, morreu no ataque à residência do Presidente da República.
José Ramos-Horta foi atingido a tiro e ficou em estado crítico para Darwin, Austrália, onde esteve até 17 de Abril de 2008.
PRM
Lusa/fim
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