30/11/2007

Dia de paralisação geral na Função Pública

Governo não controla quem faz greve

O secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, garante que o Governo não está a fazer pressões na Função Pública para saber antecipadamente quem vai aderir à greve.

"Os serviços públicos não controlam quem faz greve, mas têm obrigação de ver quem está ausente e quem está presente e o motivo da ausência” tal como está previsto na lei, explicou.

Os sindicatos marcaram uma greve geral para esta sexta-feira em protesto contra a política negocial do Governo, que estabeleceu os aumentos salariais em 2,1 por cento. “O Governo aguarda com tranquilidade o resultado de adesão à greve”, garantiu João Figueiredo, acrescentando que será possível apresentar dados globais “com mais rigor” sobre a paralisação no final do dia.
O secretário de Estado assegurou ainda que o Governo tem estado de negociações com os sindicatos da função pública com a convicção de que o país e os funcionários públicos estão a fazer um percurso no sentido de equilíbrio e de consolidação das finanças públicas. “O governo está muito convicto de que isso é muito importante para o país e para os cidadãos e é neste pressuposto que tomou as posições que tomou neste processo negocial”, concluiu.
Então sr. João Figueiredo?! "Ver quem está ausente e quem está presente e o motivo da ausência" não é controlar?! E para que quer saber quem falta no dia de greve? Se não é para controlar também não é importante saber, não é?!
E o medo que algumas pessoas têm e que as leva a ir trabalhar quando na verdade queriam aderir à greve? É apenas invenção?
O Governo tem estado em negociações com os Sindicatos?! Engraçado! Foi por isso mesmo que a Função Pública fez greve. Gostam muito de se divertir!
Realmente é inacreditável o que se passa neste País.
O Governo mente a todo o momento, manipula resultados de estatísticas, de greves, de economia, manipula a opinião pública, controla televisões (e não é só a RTP, porque o que se ouve noutras televisões é inacreditável), amedronta as pessoas, destrói a imagem e carreira dos trabalhadores da Função Pública (que têm sido o bode expiatório em todos os sectores)... e o que faz o povo?
Deixa-se manipular?! Acreditam no que se diz na TV, claro ...Aliás até é por isso que convém que o ensino se transforme numa farsa cada vez maior (claro que contra a vontade dos Professores, por isso há que destrui-los e espezinhá-los bem), pois quanto mais ignorantes forem as pessoas menos capacidade têm para observar as realidades deste país e pensar com as suas próprias cabeças e assim será mais fácil deixarem-se manipular e levá-las a fazer comentários como o seguinte:
Hoje, no programa Opinião Pública que deu de manhã na SIC, uma sra ligou a dizer mal dos funcionários públicos e contra ao facto de fazerem greve porque, segundo ela ganham muito bem e não têm de que se queixar. A sra disse ainda que a mãe dela tinha sido funcionária pública e que por isso ela e a família eram os que tinham os dentes mais bonitos lá na terra porque tinham um serviço de saúde em que "os outros pagavam 10 e nós só pagávamos 5", e note-se bem que ainda acrescentou que até tem o 12º ano e que frequentou o 1º ano da Universidade (muito importante).
Certamente que esta sra deve estar bem revoltada por ter deixado de ter essas regalias quando deixou de depender da mãe e quem sabe mais porquê.
Questiono-me porque razão as pessoas pensam assim: se eu não tenho porque é que eles hão-de ter? Ou seja, se eu não tenho eles também não podem ter...
Quando na verdade deveriam pensar: eles têm e nós também temos que ter, ou seja, todos temos que ter. O Governo tem obrigações para com todos nós e nós temos obrigações para com todos. Temos ainda a obrigação de lutar pelos nossos direitos e por uma vida melhor para todos.
O País não é só de alguns, é de todos.
Será que não percebem que estamos todos no "mesmo barco"?
Será que não percebem que na Funcão Pública engloba uma enorme diversidade de profissões, que na maioria não são desempenhadas por pessoas licenciadas e em que os trabalhadores ganham os ordenados mínimos ou pouco mais.
Será que não percebem que mesmo os licenciados na Função Pública ganham muito menos do que ganhariam se trabalhassem no privado mas infelizmente com a falta de empregos que por aí anda têm que se sujeitar?
Acham que se sujeitam por ser um emprego seguro uma vez que é do Estado? Não, sujeitam-se porque necessitam trabalhar e só lhes resta o Estado, o desemprego sem ganhar ou emigrar (o que tem acontecido mais e mais a cada dia que passa). É um engano quem pensa que o Estado é um bom patrão.
Será que não percebem que os funcionários públicos que ganham bem são aqueles que estão "no poleiro" (esses sim ganham balúrdios e acumulam muitas vezes vários ordenados ou ordenados e reformas...e são motivo dos enormes gastos com a Função Pública neste País)?
Infelizmente muitas pessoas em Portugal têm muitas vezes uma certa tendência para a "inveja" e este é um sentimento que demonstra a nossa pequenêz, a cobardia de um povo que deixou de saber lutar pelos seus direitos e que não admite quando alguns o tentam fazer.
Não admira que este País não melhore, afinal até temos o que merecemos.
Laumalai

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