30/11/2007

Timorenses divididos pelas memórias

O café cheira a terra molhada – ao odor invocado à plantação. É timorense (importado). Repousa nas chávenas, de cor rosa em vidro transparente, que Nency, com 19 anos, e Milca, 18, depositam na mesa da sala. As bolachas achocolatadas são triviais. O pai, Vital Saldanha, 56 anos, emana palavras de rajada como se fugisse ainda da perseguição indonésia, calcorreando as matas fronteiriças do seu Timor.

Chegou a Portugal a 1 de Março de 1996; então por que ainda gagueja as memórias?
Recue-se a Agosto de 1975: “Os indonésios começaram a entrar pelas fronteiras de Batugade e Maliana. Os portugueses em Timor foram logo concentrados para evacuarem” – diz o então furriel miliciano. “Eu vinha a chefiar a última coluna de 23 portugueses, distribuídos por três viaturas Unimog (militares). Íamos de Maliana para Balibo, quando sofremos uma emboscada pela UDT (União Democrática Timor) – um dos três partidos criados após o 25 de Abril de 74; os outros são a Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e a Apodeti (Associação Popular Democrática de Timor).
“Fomos apeados.” Vital Saldanha levou destino diferente dos portugueses – levados para uma base da UDT. O líder da emboscada, com quem tinha andado na escola (apesar da hostilidade), desarmou-o e, a caminho de Atabae, um pelotão miliciano matou-o com duas rajadas secas. Vital salvou-se por ter, em tempos, treinado um deles. Foi a primeira morte à minha frente, nesta guerra”, recorda, num português pausado. A seu lado, no sofá, está o filho mais novo. Célio, 15 anos, nasceu em Díli. Com a timidez de uma infância de guerra, segue a conversa do pai. Mas o olhar, tem-no vidrado na televisão.
Lá em casa, todos conhecem este novelo amargo que humedece as vistas de Vital. Combateu por três anos a invasão indonésia – pela Fretilin. Na guerra mataram-lhe o irmão. Só em 1979 se rendeu: “a luta armada já era difícil. Não tínhamos o que comer. Então optámos por deixar só um ou dois no mato e vir para a vila. Fazíamos trabalhos clandestinos.” Entenda-se, dar apoio aos guerrilheiros e à população nativa.
Maria Elsa, com 49 anos, vivia por esta altura na vila de Ermera. Vital conheceu-a lá – no mato; era ela a responsável civil pela população local. “Com os bombardeamentos, evacuávamos a população. Não havia água, comida, nada... Quando a minha mãe se preparava para se render, morreu com um tiro de canhão dos navios...” Maria Elsa namorava com Vital e, uma semana depois de também ela se ter rendido, foi presa. Três meses. “Escaldaram-me os pés, queriam-me violar...” Ainda hoje chora.
O casal reencontrou-se depois em Díli (a capital). Em 1982 casaram. “Tínhamos a liberdade condicionada. Praticamente sem direitos, embora eu trabalhasse na Administração Pública Indonésia. Era um disfarce para conhecer o inimigo.” – prossegue Vital. Por isso, foi preso três vezes: “levei choques eléctricos, bateram-me...”
“Até o meu filho mais velho ficou traumatizado (Natalino, 22 anos, a viver hoje em Inglaterra com a mulher timorense e um filho)”, dispara a mãe. “Uma vez foram buscar o meu marido a casa. E eu, grávida, andei a procurá-lo por Díli. Eu tinha coragem.” Em 1989 não aguentaram mais. Pediram o repatriamento, que era concedido a antigos funcionários públicos. Mas só em 1996 veio a boa viagem. Nos 25 anos de luta pela independência, morreram entre 100 mil e 250 mil timorenses.
Chegaram a Portugal com roupa de Verão e muita sorte: o casal, cinco filhos, mais quatro famílias. “Viemos a pensar na continuidade desta luta, a pensar na formação dos nossos filhos”, justifica Vital. Nency, Milca e Célio frequentam o ensino secundário. Todos dizem querer regressar. A casa é modesta, mas já não é a que lhes foi cedida temporariamente para se ambientarem ao clima, às gentes, à paz. Este apartamento no Forte da Casa, Vila Franca de Xira, compraram com o ordenado dele, funcionário público, e dela, empregada das limpezas: 1500 euros mensais. Têm carro, mas nada de luxos.Vital abandona a sala por segundos – a sua vida em Timor resume-se a duas bandeiras que foi buscar ao quarto. A da Fretilin; a de Timor-Leste. Cheiram à naftalina que conserva as primorosas recordações. “Foi por estas duas que muitos deram a vida.” Dobradas com precisão. Só saem de casa para comemorar: a 20 de Maio, a fundação da Fretilin; a 28 de Novembro, a Proclamação da Independência de Timor-Leste. Aliás, prevê-se que seja por essa altura que o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, visite o povo maubere. Durante a última semana e, inclusivamente a 12 de Novembro –16 anos depois do massacre no cemitério de Santa Cruz, Díli, –o presidente timorense, José Ramos-Horta, visitou o nosso País.

ZITO SOARES
Viu a morte ceifar amigos. Zito Soares, com 36 anos – nascido em Baucau – não esquece o massacre ao qual sobreviveu. Estudava no seminário de Díli, a 500 metros do cemitério. Naquela terça-feira, dia da missa de 14 dias da morte do estudante Sebastião Gomes, havia uma manifestação de estudantes e jovens a caminho do sepulcro. “Naquele momento começaram a chegar militares e polícias em vários camiões. Muitos deles saltaram para o cemitério militar – que fica em frente do civil, – em posição de combate” – recorda. O estudantes estavam em oração e, defende, começaram a ser atingidos indiscriminadamente. “Muitos tombaram naquele instante.”
Entre os colegas, Zito procura chegar à entrada do cemitério. Estava barrada por corpos inertes. Mortos. Quando corria para a pequena porta lateral sente uma “picada” no braço. Na sua fuga, há um amigo que lhe diz ter sangue na camisola... “tentei apalpar o corpo e apercebi-me que tinha levado com estilhaços no braço e na perna”. Escapou.
Já antes a sua vida não tinha sido fácil. “O meu pai foi tragicamente assassinado na nossa aldeia pelas forças da ocupação (indonésia).”
A partir daí, cada acção da família foi calculista. Tudo lhe trouxe a revolta. Até que, no terceiro aniversário do massacre, como elemento da Renetil (Resistência Nacional dos Estudantes de Timor-Leste), participou numa manifestação em Jacarta, a capital indonésia. “Participei na acção de ocupação da Embaixada norte-americana durante a II Cimeira da APEC (Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico, sigla portuguesa). Bill Clinton era o presidente dos EUA e estava presente. “Ficámos, durante 12 dias, a dormir na garagem da Embaixada norte-americana, em Jacarta, para alertar o Mundo para a necessidade do regime dialogar com a resistência timorense, e para exigir a libertação incondicional de Xanana Gusmão, incluindo os prisioneiros políticos indonésios.”
Só lhe restou vir para Portugal como refugiado político. Com Zito chegaram mais 28 estudantes. “Vim pela causa e depois decidi voltar a estudar.” Ingressou no curso de Psicologia em Coimbra e, mais tarde, foi para Lisboa, mudando de curso para Ciência Política.

HISTÓRIAS DE AMOR
Também há histórias de amor. Um jogo de futebol entre os estudantes timorenses em Coimbra contra os de Lisboa levou Fidélia Soares, com 25 anos, até à cidade boémia. Conheceu Zito e, se ia para apoiar os rapazes da capital, apaixonou-se pelo sobrevivente do massacre. Um mês depois, em Abril de 2002, começaram a namorar. E com isso a viajar quinzenalmente, alternadamente, entre as duas cidades. “Ele é um homem reservado, inteligente, responsável”, conta a estudante de Língua e Cultura Portuguesa, na Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa.
Fidélia chegou a Portugal ao abrigo de um protocolo assinado entre os governos de Portugal e Timor-Leste, que traria 500 estudantes para cá. Nunca foram muito além dos 400, garante Manuel Caldas, presidente da Associação para Timorenses (Aparati), com sede no bairro lisboeta da Picheleira. Mas a realidade desta natural de Díli – agora a viver em Lisboa numa residência universitária, a 15 mil km de casa – é bem diferente das gerações anteriores. “Posso dizer que não gostava das tropas indonésias, mas estava bem integrada na ocupação.” Cresceu com a língua e a cultura indonésias.
Finalista do curso que poderá fazer dela professora de Português em Timor, Fidélia deseja que os colegas procurem fazer o mesmo: “Espero que todos os timorenses, que estão a estudar fora, tenham também este pensamento de voltar um dia para trabalhar em Timor.” Vê-se pelo brilho no olhar que cumprirá as promessas feitas à família.Zito, o seu namorado, também pretende regressar. Embora hoje esteja em Inglaterra empregado na restauração (como muitos dos seus compatriotas), e o curso tenha a matrícula congelada. Primeiro deverá voltar cá para se licenciar, só depois irá para junto dos irmãos num país que, em 1999, foi quase todo ele “queimado” pelos invasores – e que permanece em reconstrução.

ANTÓNIO RAMOS
‘Dr. timorense’: António Ramos, com 35 anos, licenciou-se em Relações Internacionais, em Coimbra; lá tirou uma pós-graduação em Direitos Humanos e Democracia; e agora está a fazer o mestrado em Ciência Política e Relações Internacionais, na Universidade Nova de Lisboa. Chegou a Portugal juntamente com Zito. Só trazia os ténis, calças e a t-shirt que levava no corpo para a manifestação na Embaixada dos EUA, em Jacarta. Aceitou vir para Portugal apenas com o estatuto de repatriado.Vive num prédio bem localizado, em Queluz de Baixo, concelho de Oeiras. A sala tem apenas uma mesa e bancos brancos, e muitas caixas. António foi buscar uma salenda (cachecol típico timorense feito à mão, também conhecido por ‘tais’) e duas malas nas mesmas linhas. Recordar Timor é para ele mais um exercício político que atenua as saudades. É um “opinion maker” na Imprensa timorense.
“Neste momento, ao nível político, estou sempre em cima dos acontecimentos. Sou militante do partido democrático que está no poder.” O seu trabalho actual, numa Fundação, alimenta a sua esperança de voltar e poder trabalhar na área da cooperação. Casado com uma timorense – finalista do curso de Farmácia, que chegou a Portugal muito antes de si, com a família – só esquece a revolta que sente pela sua privação de liberdade em Timor quando se lhe pergunta: Onde pensa criar os seus filhos, cá ou lá? “Em Timor!” – diz com uma voz grave, acentuada, demarcando fronteiras entre a fuga para Portugal e o regresso a Timor.
A memória de todos ficará eternamente ligada às visões do terror, ao “extermínio político, ideológico e físico”, ressalva António Ramos, num timbre de voz pouco protestante mas marcado pela privação de uma infância e adolescência feliz. “Vivia-se sempre ligado à guerra. Apanhei primeiro a guerra civil e depois a invasão indonésia.”
Serão felizes em Portugal? Vital – com cinco filhos criados longe do perigo – exprime que nenhum coração timorense esquece: “chegar a Portugal, em 1996, foi começar tudo pela segunda vez. A primeira foi quando decidi render-me, já só nos restava a casa, embora tudo tivesse sido roubado. E desta última, foi quando só trouxemos a roupa.” Felicidade só quando o corpo abraça a família; quando os pés pisam a terra molhada; e o café não é importado.

4.000 A VIVER EM PORTUGAL
“Os timorenses em Portugal não são só os que vieram com a ocupação da Indonésia – em 1975/76. Muitos vieram antes e outros nasceram em Timor, filhos de não-timorenses” – diz o presidente da Aparati. “Vivem cá quase quatro mil pessoas nascidas lá.”

NO REINO UNIDO 1700
Ainda segundo as estimativas de Manuel Caldas, presidente da Associação para Timorenses (Aparati), com sede na Picheleira, Lisboa, “perto de 1700 passaram por cá, conseguiram a nacionalidade portuguesa, e imigraram para Inglaterra ou Irlanda”.

10.000 IMIGRARAM EM 76
Os primeiros a passar por Portugal e a imigrar – estima-se que sejam cerca de dez mil timorenses – foram para a Austrália, entre 1976 e 86. Este é um país muito próximo de Timor, permite que visitem a família com frequência.

400 ESTUDANTES
A partir de 2001, ao abrigo de um protocolo entre Portugal e Timor-Leste, terão vindo estudar para cá cerca de 400 timorenses. Segundo Manuel Caldas, neste momento estão cá mais de cem, metade em Coimbra.

15 LICENCIADOS DE VOLTA
“Os estudantes que não tiveram sucesso imigraram para Inglaterra ou Irlanda; menos de 15 regressaram já licenciados e, pouco mais de 80, com cursos de formação profissional. Mas só meia dúzia conseguiram emprego.”DESCENDÊNCIA DO "PARAÍSO PERDIDO"Fidélia Soares, com 25 anos, é um dos exemplos de timorenses que vieram estudar para Portugal, ao abrigo do acordo entre os dois países. Chegaram cá pouco mais de 400, mas muitos não concluíram a sua formação. Segundo o presidente da Associação para Timorenses (Aparati), com sede na Picheleira, Lisboa, a grande maioria também não encontra emprego em Timor. Nos depoimentos recolhidos pela investigadora Célia Antunes, sobre a diáspora destes filhos do “paraíso perdido”, intui-se que paralelamente aos sentimentos de perda e ao receio pelo que irão encontrar no território, muitos adiam o regresso. A autora do artigo “Os timorenses em Portugal: motivações e objectivos”, publicado na revista da Fundação Oriente, diz que mesmo longe da ilha, estes nativos lutaram pela independência do seu povo.

HISTÓRIA SANGRENTA ATÉ NASCER UM PAÍS
O 25 de Abril de 1974 prometia a libertação das colónias portuguesas – Timor estava na História de Portugal desde a rota do Oriente, mas só no séc. XVIII se tornara uma colónia. Em meados de 1975 é abandonada pelos portugueses, seguindo-se uma breve guerra civil, até que, a 28 de Novembro, a Fretilin declara a independência de Timor-Leste. Uma semana depois, aquela região da ilha é invadida pelos indonésios. Nos 25 anos de luta pela independência, onde morreram entre 100 mil e 250 mil timorenses, relatam-se episódios sangrentos. Como o massacre no cemitério de Santa Cruz, a 12 de Novembro de 1999. No terceiro aniversário do massacre, vários estudantes barricaram-se na Embaixada dos EUA, em Jacarta, para sensibilizar a opinião pública para a sua luta. Em 1999, quando 78 por cento dos timorenses manifestaram a sua vontade de obter a independência do país, o exército da Indonésia queimou grande parte do território. Xanana é libertado nesse ano – preso desde 1992. Em Maio de 2002, Timor-Leste conquista a independência e é reconhecido como o mais novo país do Mundo.

Reportagem de Bruno Contreiras Mateus

Junta médica negou-lhe reforma por invalidez

Funcionária acamada falta ao trabalho.
Ana Maria Brandão, funcionária da Junta de Freguesia de Piães (Ponte de Lima), não compareceu esta sexta-feira no local de trabalho, após ter visto recusado pedido de reforma por invalidez, apesar de só se deslocar com o auxílio de terceiros.

A funcionária já tinha sido chamado ao trabalho, mas quando o caso foi divulgado pela comunicação social, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que a Caixa Geral de Aposentações iria reapreciar o processo e que Ana Maria entraria em nova baixa médica.
Apesar de estar dependente de terceiros para as tarefas mais simples, como alimentação ou vestuário, uma nova Junta Médica não a considerou “absoluta e permanentemente incapaz para as suas funções”, tendo-lhe negado a reforma por invalidez.
Hoje deveria apresentar-se na Junta de Freguesia onde é funcionária, mas Ana Maria comunicou ao presidente que não iria. “Estou desolada. Sinto-me completamente perdida e sem palavras”, lamentou-se ontem Ana Maria ao CM, admitindo que só resta recorrer aos tribunais. Na sequência de uma operação mal sucedida a uma hérnia discal, realizada em 1998, Ana Maria perdeu a mobilidade, usando uma colar cervical dia e noite, uma braçadeira e uma cinta lombar.

In: http://www.correiomanha.pt

SIMPLESMENTE VERGONHOSO!
Laumalai

Dia de paralisação geral na Função Pública

Governo não controla quem faz greve

O secretário de Estado da Administração Pública, João Figueiredo, garante que o Governo não está a fazer pressões na Função Pública para saber antecipadamente quem vai aderir à greve.

"Os serviços públicos não controlam quem faz greve, mas têm obrigação de ver quem está ausente e quem está presente e o motivo da ausência” tal como está previsto na lei, explicou.

Os sindicatos marcaram uma greve geral para esta sexta-feira em protesto contra a política negocial do Governo, que estabeleceu os aumentos salariais em 2,1 por cento. “O Governo aguarda com tranquilidade o resultado de adesão à greve”, garantiu João Figueiredo, acrescentando que será possível apresentar dados globais “com mais rigor” sobre a paralisação no final do dia.
O secretário de Estado assegurou ainda que o Governo tem estado de negociações com os sindicatos da função pública com a convicção de que o país e os funcionários públicos estão a fazer um percurso no sentido de equilíbrio e de consolidação das finanças públicas. “O governo está muito convicto de que isso é muito importante para o país e para os cidadãos e é neste pressuposto que tomou as posições que tomou neste processo negocial”, concluiu.
Então sr. João Figueiredo?! "Ver quem está ausente e quem está presente e o motivo da ausência" não é controlar?! E para que quer saber quem falta no dia de greve? Se não é para controlar também não é importante saber, não é?!
E o medo que algumas pessoas têm e que as leva a ir trabalhar quando na verdade queriam aderir à greve? É apenas invenção?
O Governo tem estado em negociações com os Sindicatos?! Engraçado! Foi por isso mesmo que a Função Pública fez greve. Gostam muito de se divertir!
Realmente é inacreditável o que se passa neste País.
O Governo mente a todo o momento, manipula resultados de estatísticas, de greves, de economia, manipula a opinião pública, controla televisões (e não é só a RTP, porque o que se ouve noutras televisões é inacreditável), amedronta as pessoas, destrói a imagem e carreira dos trabalhadores da Função Pública (que têm sido o bode expiatório em todos os sectores)... e o que faz o povo?
Deixa-se manipular?! Acreditam no que se diz na TV, claro ...Aliás até é por isso que convém que o ensino se transforme numa farsa cada vez maior (claro que contra a vontade dos Professores, por isso há que destrui-los e espezinhá-los bem), pois quanto mais ignorantes forem as pessoas menos capacidade têm para observar as realidades deste país e pensar com as suas próprias cabeças e assim será mais fácil deixarem-se manipular e levá-las a fazer comentários como o seguinte:
Hoje, no programa Opinião Pública que deu de manhã na SIC, uma sra ligou a dizer mal dos funcionários públicos e contra ao facto de fazerem greve porque, segundo ela ganham muito bem e não têm de que se queixar. A sra disse ainda que a mãe dela tinha sido funcionária pública e que por isso ela e a família eram os que tinham os dentes mais bonitos lá na terra porque tinham um serviço de saúde em que "os outros pagavam 10 e nós só pagávamos 5", e note-se bem que ainda acrescentou que até tem o 12º ano e que frequentou o 1º ano da Universidade (muito importante).
Certamente que esta sra deve estar bem revoltada por ter deixado de ter essas regalias quando deixou de depender da mãe e quem sabe mais porquê.
Questiono-me porque razão as pessoas pensam assim: se eu não tenho porque é que eles hão-de ter? Ou seja, se eu não tenho eles também não podem ter...
Quando na verdade deveriam pensar: eles têm e nós também temos que ter, ou seja, todos temos que ter. O Governo tem obrigações para com todos nós e nós temos obrigações para com todos. Temos ainda a obrigação de lutar pelos nossos direitos e por uma vida melhor para todos.
O País não é só de alguns, é de todos.
Será que não percebem que estamos todos no "mesmo barco"?
Será que não percebem que na Funcão Pública engloba uma enorme diversidade de profissões, que na maioria não são desempenhadas por pessoas licenciadas e em que os trabalhadores ganham os ordenados mínimos ou pouco mais.
Será que não percebem que mesmo os licenciados na Função Pública ganham muito menos do que ganhariam se trabalhassem no privado mas infelizmente com a falta de empregos que por aí anda têm que se sujeitar?
Acham que se sujeitam por ser um emprego seguro uma vez que é do Estado? Não, sujeitam-se porque necessitam trabalhar e só lhes resta o Estado, o desemprego sem ganhar ou emigrar (o que tem acontecido mais e mais a cada dia que passa). É um engano quem pensa que o Estado é um bom patrão.
Será que não percebem que os funcionários públicos que ganham bem são aqueles que estão "no poleiro" (esses sim ganham balúrdios e acumulam muitas vezes vários ordenados ou ordenados e reformas...e são motivo dos enormes gastos com a Função Pública neste País)?
Infelizmente muitas pessoas em Portugal têm muitas vezes uma certa tendência para a "inveja" e este é um sentimento que demonstra a nossa pequenêz, a cobardia de um povo que deixou de saber lutar pelos seus direitos e que não admite quando alguns o tentam fazer.
Não admira que este País não melhore, afinal até temos o que merecemos.
Laumalai

Mika - Grace Kelly

apologize..timbaland ft one republic

Bob Sinclair - Sound Of Freedom

Relatório anual "Educação para todos" da UNESCO

Portugal: desenvolvido, mas pouco
Portugal é o único país desenvolvido com taxa de repetentes a atingir 10% nos primeiros ciclos.


Portugal é o único país desenvolvido onde a taxa de alunos repetentes no primeiro e segundo ciclos atinge os 10%, de acordo com dados da UNESCO divulgados esta quinta-feira.
Segundo o relatório anual "Educação para todos" da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), um em cada dez alunos portugueses (10,2%) a frequentar a antiga primária e o 2.º ciclo chumbaram e estão a repetir o ano de escolaridade.
Em Espanha e na Alemanha estes valores situam-se nos 2,3 e 1,4%, respectivamente, enquanto em países como Finlândia, Grécia, Irlanda e Itália a taxa não atinge sequer um por cento.
Com repetências inferiores a Portugal estão ainda países menos desenvolvidos como o Botswana (4,8%), o Paquistão (3,1%) ou o Bangladesh (7%), por exemplo.
De acordo com os dados do relatório, referentes a 2005, a percentagem de alunos repetentes nestes níveis de escolaridade atinge valores recorde na República Centro Africana e no Burundi, ambos com 30%, seguidos do Brasil (21,2%), Nepal (20,6%) e Cabo Verde (15,4%).
No documento, a UNESCO ordena 129 países de acordo com indicadores como o acesso universal ao primeiro ciclo, a literacia entre a população adulta, a qualidade da educação e a paridade de género, quatro dos seis objectivos traçados pela organização para cumprir até 2015. Nesta tabela, na qual Noruega, Reino Unido e Eslovénia ocupam o pódio, Portugal figura na 40.ª posição, estando incluído no grupo de 51 países que a UNESCO classifica como tendo um elevado nível de cumprimento daqueles objectivos.


Lusa
In:
http://expresso.clix.pt

Água mais cara

Atenção! O Governo prepara-se para deixar que a Águas de Portugal aumente o preço da água de consumo em oito por cento Não há engano, é mesmo oito por cento, ou seja mais do triplo da inflação que o próprio Executivo definiu como previsível para 2008.

Como monopolista da captação e fornecimento às empresas e serviços municipais, a AdP dá-se ao luxo de querer recuperar repentinamente de gestões anteriores deficientes, repercutindo nos consumidores investimentos e necessidades que anteriormente terão sido descurados.
Por outro lado, quando os cidadãos virem a sua factura de água aumentada, vão naturalmente protestar com a Câmara do seu município, a entidade que directa ou indirectamente é a sua cobradora, e poucos saberão ou lembrarão que a responsabilidade mora, de facto, noutra instância da organização do Estado. Isto enquanto os autarcas, a oposição ou as organizações de consumidores estão estranhamente silenciosos. Se tudo ficar como previsto, resta-nos poupar. Banho mais rápido, cuidado nas torneiras e autoclismos, menos rega para jardins e plantas e muita, muita paciência já que poder de compra e qualidade de vida, esses, cada vez são menores.

Rogério Gomes, Colunista
In: http://www.correiomanha.pt/

Portugal e o Petróleo

Petróleo em Alenquer e Aljubarrota - Plataforma perfuradora chega em Dezembro

Há petróleo e gás natural em Alenquer e Alcobaça prontos a ser explorados. A convicção parte da empresa canadiana DualEx Energy Internacional que no próximo mês tem prevista a chegada a Portugal de uma plataforma perfuradora para escavar dois poços.

Testes na bacia de Santos - Galp descobre petróleo no Brasil

O consórcio formado pela Galp Energia, Petrobras e British Gas descobriu “um significativo volume de petróleo leve”, no âmbito de uma operação de testes no poço BM-S-11, situado em águas ultraprofundas na Bacia de Santos, no Brasil.

Galp - Petróleo dá para 15 anos

O presidente da GalpEnergia, Ferreira de Oliveira, disse ontem no Chile que a descoberta do novo poço de petróleo no Brasil vai permitir uma produção de 600 milhões de barris por dia, o que permitirá abastecer o mercado português durante 15 anos.

Impostos: Estado ficou sem 84,4 milhões por155 milhões de litros de gasolina/gasóleo abastecidos em Espanha

As diferenças de impostos e, por conseguinte, de preços, está a fazer com que Portugal perca anualmente milhões de euros e de vendas de combustíveis a favor da Espanha. Neste ano a estimativa da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO) aponta para uma perda de 155 milhões de litros de gasolina e gasóleo, no valor de 163 milhões de euros. Um prejuízo que tem reflexos na receita fiscal.

In:http://www.correiomanha.pt

Há alguns anos que os portugueses se vêm a deparar com o problema do constante aumento dos combustíveis e consequentemente com o aumento de preços de variadíssimos bens de primeira necessidade, vendo as suas vidas tornarem-se mais difíceis a cada dia que passa.
Todos sabemos que a inflação sobe de dia para dia. Basta ir a um supermercado duas semanas seguidas para sentir o aumento dos preços.
Não adianta por isso, virem os nossos governantes com números para isto ou para aquilo, que na maioria das vezes só servem para ludibriar a opinião pública, pois todos nós sentimos na "pele" o mesmo problema, que aliado a outros fazem deste país que podería ser um paraíso, um dos mais difíceis de se viver na União Europeia. Só não se queixam os que se enchem todos os dias à custa dos que trabalham.
Hoje quando ía a conduzir para o trabalho por volta das 8h ouvi na rádio a notícia acerca das perdas do estado sobre os impostos dos combustíveis devidas "à fuga" dos portugueses que vão abastecer em Espanha.
Perante tal enormidade de valor não consegui deixar de esboçar um sorriso e pensar: E isto acontece só com as pessoas que estão próximo da fronteira, imagina se fossem todos. Filhos da mãe! Para perderem um lucro desses em impostos só com aqueles que vão a Espanha quanto não ganharão com os que abastecem cá. E ainda se queixam. Cambada de ladrões! Se ao menos sentissemos alguns benefícios na saúde, educação e noutros serviços, mas nada disso acontece. Para onde irá esse dinheiro?! Concerteza para as estradas, e para os bolsos de muitos... Farta-se uma pessoa de trabalhar uma vida inteira, fazer sacrifícios, nunca é valorizado por nada, é constantemente roubado e ainda vêm estes gajos todos reclamar que o povo lhes está a tirar dos bolsos por ir abastecer ao país vizinho.
Enfim... muito mais pensei mas é melhor nem dizer.
Entretanto lembrei-me das boas notícias sobre as descobertas de petróleo da GALP, das futuras possibilidades de exploração em Portugal e voltei a pensar para com os meus botões: Bem se temos cá petróleo e se a GALP descobriu uma jazida no Brasil que nos vai abastecer, então os combustíveis com certeza vão baixar de preço e certamente o país vai enriquecer um pouco. Então isso deverá querer dizer que vai haver mais dinheiro para fazer hospitais, centros de saúde, escolas com salas de aula onde não se congele ou derreta, com bons equipamentos de ensino, condições de trabalho para professores e alunos, ginásios... Certamente a vida das pessoas irá melhorar.
Será?! Hummmmmmmm

Talvez se não vierem os mesmos ladrões de sempre meter o dinheiro aos bolsos e enriquecer mais a cada dia, consigamos sair deste buraco, mas isso é quase impossível porque eles estão lá instalados. Infelizmente por mais que tente, não consigo vislumbrar alternativas muito melhores. Que tristeza!
Bem, a esperança é a última a morrer.
Estaremos cá para ver. Espero!

Um abraço
Laumalai

18/11/2007

Palavras para quê?!


As "desventuras" de ser professor


Pois é meus amigos!
Tenho andado desaparecida, a fazer uma greve pessoal mas ainda não foi desta que desapareci de vez.
Hoje tomei conhecimento desta e não resisti.
Está mesmo boa e serve bem pra dar a conhecer Portugal (melhor dizendo, quem o governa) ao Mundo.
Divirtam-se! Ou chorem! (tudo vai depender do sentido de humor e/ou sensibilidade de cada um)
Aproveitem enquanto não é censurado, quer dizer, apagado.
Abraços

Laumalai

06/11/2007

PS aprova sozinho novo Estatuto do Aluno sob duras críticas da oposição

O PS aprovou hoje, com os votos contra de toda a oposição, o novo Estatuto do Aluno, que permite que os estudantes passem de ano sem frequentar as aulas, desde que sejam aprovados nas provas de recuperação.
No último dia de discussão e votação em sede de especialidade, o PS apresentou a terceira proposta de alteração ao documento, no espaço de uma semana, estipulando que se o aluno faltar sem justificação à referida prova fica retido, no caso do básico, ou excluído da frequência da disciplina, no caso do secundário, o que não estava previsto nas propostas anteriores.

A nova redacção introduz ainda outra alteração, encurtando o prazo limite de faltas a partir do qual o aluno é sujeito a medidas correctivas e à realização de uma prova de recuperação, mas apenas no caso de se tratar exclusivamente de ausências injustificadas.
Assim, acolhendo uma medida proposta pelo PSD, a maioria socialista estipulou que, no caso das faltas sem justificação, o prazo limite passa de três para duas semanas, se o aluno estiver no primeiro ciclo, e do triplo para o dobro dos tempos lectivos semanais de uma disciplina, se o estudante frequentar os restantes níveis de ensino.
Os prazos definidos originalmente continuam a aplicar-se, mas agora aos alunos que faltarem justificadamente, uma das medidas mais criticadas pela oposição, que não aceita que um estudante que esteja ausente por doença, por exemplo, seja sujeito ao mesmo regime que um que não compareça "para ficar a jogar bilhar".
Apesar das duas ligeiras alterações introduzidas, a terceira e última proposta dos deputados do PS mantém a possibilidade de um aluno transitar de ano sem comparecer nas aulas, desde que obtenha aprovação na prova de recuperação, não sendo definido qualquer limite para o número de testes a que pode ser sujeito.
Diploma emite “mensagem muito negativa" aos alunos
Para o PSD, que hoje propôs que um aluno fique automaticamente na situação de retenção ou exclusão caso volte a faltar injustificadamente depois de realizar a prova, esta medida defendida pela maioria transmite "uma mensagem muito negativa" aos estudantes. "Há um grande cuidado do PS em facilitar a vida aos alunos faltosos, mas fica completamente esquecida qualquer mensagem aos alunos cumpridores, que agora não têm qualquer estímulo", acusou o deputado social-democrata Emídio Guerreiro.
A crítica foi partilhada pelas restantes bancadas da oposição, que acusam o Governo e a maioria parlamentar de "menosprezar o valor da assiduidade" e "mascarar as estatísticas" do abandono escolar.
"O PS vai conseguir um fenómeno estatístico espectacular em toda a Europa que é o de acabar com o abandono escolar de um ano para o outro, já que se um aluno não puser os pés na escola e só aparecer de três em três meses não é considerado como estando em condições de abandono", criticou o deputado do CDS-PP, José Paulo de Carvalho, classificando como "um erro histórico e colossal" a aprovação deste diploma.
O Estatuto do Aluno até agora em vigor, introduzido em 2002 no Governo PSD-CDS-PP previa a retenção automática de um aluno do ensino básico que excedesse o limite de faltas injustificadas ou a sua imediata exclusão da frequência de uma disciplina, no caso de estar no secundário.
"Agora o aluno vai poder faltar o que quiser e não pôr os pés nas aulas, desde que vá passando nas provas de recuperação a que for sendo sujeito, o que põe em causa o princípio fundamental da avaliação contínua", criticou igualmente João Oliveira, do PCP.
Além das críticas ao diploma hoje aprovado na Comissão Parlamentar de Educação, os deputados de toda a oposição criticaram duramente o processo de discussão do estatuto, com a apresentação de sucessivas propostas de alteração por parte do PS.
"Desnorte", "leviandade", "gestão política desastrosa" e "vontade de instalar a confusão" foram algumas das expressões utilizadas pela oposição para classificar a actuação da maioria neste processo, que deixou desautorizada a ministra da Educação, segundo todos os partidos.
"A ministra veio a público defender uma proposta do PS e o PS alterou-a, depois a ministra veio defender novamente a segunda versão e o PS voltou a alterá-la. Hoje ficou totalmente reforçada a total falta de autoridade política da ministra, que foi desautorizada por três vezes, no espaço de uma semana", salientaram os democratas-cristãos.
Na resposta às críticas, o PS acusou a oposição de "esquizofrenia" por habitualmente classificar a maioria de ser arrogante e não ouvir os restantes partidos e hoje apelidá-la de "hesitante" por alterar a sua proposta e acolher sugestões de outras bancadas.

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