06/09/2007

Dez anos após morte - Obra de Madre Teresa de Calcutá continua

Dez anos depois da morte de Madre Teresa de Calcutá, a congregação que a religiosa fundou, continua a dar seguimento à sua obra, ajudando os mais desfavorecidos.

Agnes Goinzha Bojaxhiu, mundialmente conhecida como Madre Teresa de Calcutá, morreu a 5 de Setembro de 1997 vítima de ataque cardíaco aos 87 anos, tendo dedicado a maior parte da sua vida aos mais pobres.
Em Portugal, 16 irmãs distribuídas pelos centros existentes em Lisboa, Setúbal e Faro acolhem sem-abrigo, crianças abandonadas, deficientes e idosos.
As irmãs fazem também visitas a famílias carenciadas, ajudando a pagar rendas e alimentação com os donativos que recebem e contando com a ajuda de voluntários.
A irmã Anne Marie, da congregação em Lisboa, adiantou que os 10 anos da morte da Madre Teresa de Calcutá serão assinalados quarta-feira às 18h na Igreja Maximiliano Kolbe, em Lisboa, com uma missa onde estará presente o Cardeal Patriarca de Lisboa D. José Policarpo.
«Madre Teresa foi uma santa, uma pessoa que dedicou a sua vida a Deus e aos mais desfavorecidos. Nada poderia ser melhor do que uma missa para assinalar os dez anos do seu desaparecimento» , referiu.
A irmã Anne Marie indicou que a congregação está em Portugal há 25 anos e desde então já ajudou milhares de pessoas.
«Em 1982 fixámo-nos em Setúbal, em 1986 em Lisboa e 1989 em Faro» , adiantou.
«Nos três centros ajudamos crianças abandonadas, com deficiências, idosos, famílias carenciadas e portadores do HIV/Sida» , adiantou.
Sobre o lançamento hoje nos Estados Unidos de um livro que revela que Madre Teresa de Calcutá teve dúvidas sobre a existência de Deus durante 50 anos, a irmã Anne Marie disse não querer pronunciar-se, uma vez que ainda não o leu.
O livro Mother Teresa: Come Be My Light, no qual estão integradas as cartas escritas pela madre Teresa de Calcutá, foi compilado e editado pelo reverendo Brian Kolodiejchuk, um dos defensores da sua canonização.
Madre Teresa de Calcutá nasceu em Skopje, capital da antiga república jugoslava da Macedónia, hoje independente, a 27 de Agosto de 1910.
Filha de pais albaneses, para os mais pobres de entre os pobres Madre Teresa era simplesmente o símbolo do amor e carinho, tendo ficado para a história como o «anjo dos Pobres».
Aos 18 anos, em Dublin, Irlanda, entrou para a Ordem das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, que cooperava com o arcebispado de Calcutá, tendo sido mais tarde enviada para a Índia onde fez o noviciado.
Autorizada pelas suas superioras e pelo arcebispo de Calcutá, abandonou o convento, onde permanecia desde 1928, para trabalhar junto dos abandonados e moribundos dos arredores da cidade.
Sem apoio financeiro, abriu uma escola ao ar livre para crianças e, a 07 de Outubro de 1950, conseguiu autorização para instituir a Ordem das Missionárias da Caridade, que hoje conta com vários milhares de religiosos e religiosas em muitos países, incluindo Portugal.
O seu trabalho permitiu, logo de início, abrigar mais de 30 mil desalojados das ruas de Calcutá o que lhe outorgou o nome de Madre Teresa, de Calcutá e o primeiro Prémio da Paz João XXIII, em 1971.
Em Abril de 1976, Indira Ghandi, então chefe de Governo da Índia, conferiu-lhe o grau de ‘Doutor Honoris Causa’ e em 1979 é galardoada com o Nobel da Paz, pelo seu trabalho junto dos pobres e doentes.
No âmbito da sua actividade, em prol da paz e da concordância do mundo, Madre Teresa foi recebida ao longo da sua vida por quase todas as personalidades da vida política internacional.
Madre Teresa de Calcutá esteve em Portugal em Setembro de 1986, a convite da ordem religiosa, que tem em Setúbal uma casa desde 1982 e visitou o santuário de Fátima, cumprindo assim uma recomendação do Papa João Paulo II.
Nos últimos anos de vida a religiosa interrompeu várias vezes o seu trabalho devido ao debilitado estado de saúde, tendo sofrido entre 1983 e 1989 dois ataques cardíacos.
Devido ao agravamento do seu estado de saúde, a Irmã Nirmala foi escolhida a 13 de Março de 1997 para suceder a Madre Teresa.
A religiosa viria a falecer a 5 de Setembro de 1997, vítima de crise cardíaca numa das casas da ordem que fundou em Calcutá.
Dois anos depois, João Paulo II determinou o início do processo de beatificação de Madre Teresa, dispensando o prazo de cinco anos após a morte estabelecido pelo Vaticano.
A 19 de Outubro de 2003 o Papa João Paulo II beatificou, na Praça de S. Pedro, em Roma, a Madre Teresa de Calcutá por causa de um milagre: a cura em 1998 de Mónica Besra, uma mulher oriunda do estado indiano do Bengala Ocidental que sofria de um tumor no abdómen.


Lusa / SOL
In: http://sol.sapo.pt

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