22/05/2010

A PILHAGEM CONTINUA..........

Hélio do Mar de Timor vendido «sem conhecimento» do Governo


O secretário de Estado dos Recursos Naturais, Alfredo Pires, disse hoje que a venda de hélio pela ConocoPhillips ao produtor de gás alemão Linde Group sem o conhecimento do Governo, como noticia hoje o Financial Times, “é uma questão delicada”.


Alfredo Pires recusou-se a tecer comentários sobre um contrato de longo prazo celebrado em Março entre o Linde Group e a ConocoPhillips, para a venda de hélio resultante do processo de liquefação do gás natural extraído no Mar de Timor, do campo Bayu Undan, que está na zona de exploração conjunta com a Austrália.

“Neste momento não quero prestar quaisquer declarações sobre isso, porque é uma matéria sensível que tem de ser tratada pelos dois países e temos de estudar os contratos que foram realizados ao abrigo do acordo entre Timor-Leste e a Austrália”, disse à Lusa.

O jornal inglês Financial Times avança com a notícia de que uma nova frente de batalha entre a Austrália e Timor-Leste por causa do Mar de Timor está criada devido ao hélio, adiantando que Timor-Leste está a ponderar mover uma ação judicial por causa da instalação de uma unidade de produção de hélio na Austrália.

Segundo o Financial Times, o Governo timorense foi apanhado de surpresa, ao ter conhecimento do contrato do hélio, que deverá ser processado pelo Linde Group a partir de Darwin e que deverá ter uma produção anual de 150 milhões de pés cúbicos, usando como matéria prima um “subproduto” do campo petrolífero de Bayu Undan, operado pela ConocoPhillips.

O jornal britânico, que cita como fontes advogados do Governo timorense, refere que o Executivo de Timor-Leste não foi consultado sobre o aproveitamento do hélio proveniente do campo e que a economia da Austrália vai beneficiar mais uma vez da criação de emprego e do crescimento do setor privado à custa de recursos partilhados com Timor-Leste, sem que os timorenses obtenham benefícios equivalentes.

“Os tratados bilaterais com a Austrália não permitem a exploração unilateral do leito do mar”, disse ao Financial Times a mesma fonte, admitindo que o estatuto jurídico dos resíduos do processamento de gás natural, nomeadamente o hélio, poderá abrir uma disputa legal, tanto mais que o valor do hélio, usado na indústria farmacêutica, na defesa e na electrónica, está em ascensão.

Timor-Leste mantém também um diferendo com a empresa australiana Woodside, que lidera o consórcio para a exploração de gás no campo de Greater Sunrise, devido à decisão da companhia em construir um plataforma flutuante, em detrimento de um gasoduto em Timor-Leste, como pretendiam as autoridades timorenses.


in: Notícias Lusófonas - Timor Lorosae

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